Cidades

Alagoas registra este ano 60 mortes por afogamento

Corpo de Bombeiros informa que foram 212 casos nos oito primeiros meses, a maioria na Praia do Francês

Por Valdete Calheiros - colaboradora / Tribuna Independente 03/09/2024 08h55 - Atualizado em 03/09/2024 09h27
Alagoas registra este ano 60 mortes por afogamento
Militares do Corpo de Bombeiros resgatam vítima morta por afogamento no Litoral Sul de Alagoas - Foto: Reprodução

Alagoas registrou 212 afogamentos, desde o início do ano até ontem, conforme dados fornecidos pelo Corpo de Bombeiros de Alagoas.

Considerando-se apenas os oito primeiros meses do ano, temos uma média de 26,5 casos a cada mês. Do total de casos, 121 aconteceram na Praia do Francês, em Marechal Deodoro. Em todo o ano passado, foram 407 casos de afogamento no Estado, dos quais 264 também em Marechal Deodoro.

Os números impressionam ainda mais quando detalhados os casos que foram a óbito, conforme as estatísticas do Instituto Médico Legal (IML). Desde o início deste ano até o final de agosto, 60 pessoas morreram em Alagoas em decorrência de afogamentos. Do total, nove vítimas em Maceió. Em todo o ano passado, foram registradas 113 mortes por afogamento, das quais 22 na capital.

Das vítimas fatais em Alagoas, em relação à faixa etária, neste ano, cinco vítimas fatais tinham entre zero e 12 anos, sete tinham entre 13 e 17 anos, 42 tinham entre 18 e 64 anos, cinco tinham mais de 65 anos e um adulto não teve a idade definida.

Entre as mortes causadas por afogamento na capital, de janeiro até o final de agosto, sete pessoas tinham entre 18 e 64 anos, uma vítima tinha mais de 65 anos e uma vítima não teve a idade definida.

Ainda conforme o IML, os homens são, em grande maioria, as vítimas fatais dos casos de afogamento. Em Alagoas, desde o início do ano, foram 54 mortos do sexo masculino e seis do sexo feminino. Em todo o ano passado, foram 101 homens e 12 mulheres.

Do total de vítimas fatais desde o dia 1° de janeiro até o final de agosto, sete eram do sexo masculino e duas do sexo feminino. No ano passado, foram 18 vítimas do sexo masculino e quatro do sexo feminino.

Ocorrências são principal causa da morte de crianças até 4 anos

O afogamento é a 1ª causa de morte em crianças de 1 a 4 anos, a 2ª na faixa etária de 5 a 9 e a 3ª em idades entre 10 e 19 anos.

De acordo com os especialistas, o afogamento é a aspiração de líquido, causado por submersão. A ocorrência é constante e recorrente. Apesar do ímpeto de salvar vidas, as pessoas devem adotar algumas medidas antes de tentar socorrer alguém. O Corpo de Bombeiros passou algumas orientações.

O Corpo de Bombeiros salientou que, antes de qualquer procedimento, as pessoas que estão presenciando um afogamento liguem para o número 193 e acionem o Corpo de Bombeiros.

“Nunca tente salvar alguém se não tiver condições; não superestime sua capacidade natatória, 48% dos afogados acham que sabem nadar; se você for o socorrista, tente realizar o socorro sem entrar na água. Utilize uma boia, uma corda ou galho”, detalhou.

Em um atendimento à vítima de afogamento, a vítima deve ser colocada deitada lateralmente e aquecida. É importante observar se a vítima está respirando.

“Se receber instruções do atendente do 193, socorra a vítima e leve-a ao hospital, caso contrário, espere a chegada da equipe especializada”.

Conforme o Corpo de Bombeiros, diante de um quadro de parada cardiorrespiratória, ajoelhe-se ao lado da vítima e localize o centro do tórax; com os braços esticados, usando o peso dos ombros, uma mão sobreposta a outra e com os dedos entrelaçados, inicie as compressões

torácicas que devem ser contínuas e ininterruptas; não faça ventilações; a cada dois minutos, poderá ser feito um revezamento com outra pessoa, desde que a troca não demore mais de um segundo; uma vez iniciada a reanimação cardiopulmonar, só poderá ser interrompida quando os bombeiros ou o Serviço Móvel de Urgência (Samu) chegar ou ainda se a vítima mostrar sinais de responsividade.

No Brasil, 16 pessoas morrem afogadas diariamente, ou seja, um a cada 90 minutos. O afogamento mata uma criança a cada três dias, sendo que 55% das mortes ocorrem dentro de casa.

Estatísticas revelam que os afogamentos são a causa de 5,7 milhões de mortes por ano no país.