​No segundo dia de greve, os trabalhadores do Hospital Veredas, em Maceió, estão mantendo o atendimento em 30% nos setores da unidade de saúde. Os profissionais reivindicam três meses de salários em atraso, férias, 13º do ano de 2022, além do complemento do piso salarial nacional para a categoria da enfermagem, que está retido pelo hospital desde abril. Na manhã desta sexta-feira (09), os manifestantes fecharam a Avenida Fernandes Lima em frente ao estabelecimento hospitalar para chamar a atenção da sociedade acerca da atual situação.  

De acordo com Mário Jorge Filho, presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sateal), a paralisação teve início ontem (08), e cerca de 2.300 funcionários estão prejudicados​ e passam fome sem receber seus valores trabalhados.

Os profissionais denunciam que o hospital se preparou para a greve contratando diaristas para cobrir os trabalhadores que estão participando dos atos públicos. A denúncia já foi recebida pelo Sindicato e será enviada ao Minsitério Público do Trabalho (MPT).

"Os trabalhadores do ​Hospital Vereda​s estão em greve por tempo determinado, mantendo o mínimo de 30% dos setores. ​A paralisação é porque eles estão há três meses sem receber salário​s. A enfermagem está sem receber o complemento do piso salarial, recursos vindo do Ministério da Saúde, verba carimbada para a enfermagem. Além do 13º mês do exercício de 2022, que também não foi pago, além do terço de férias de todos os trabalhadores, que a empresa não efetivou. O movimento ainda continua até que a instituição pague o que deve aos seus trabalhadores".

​Conforme Mário Jorge, o diretor-financeiro do hospital ​chegou a chamar as entidades sindicais para uma reunião na última terça-feira, mas apenas para comunicar que não tinha previsão de pagamento, ​"e que a gente procurasse entender. Não tem como entender essa situação, ser compreensível quando os trabalhadores estão passando fome​", destacou.

O sindicalista disse ainda que os órgãos de fiscalização já receberam a demanda, pois a verba é federal, de uma lei específica da enfermagem, e que os recursos estão vindo mensalmente, "mas infelizmente, o Hospital Veredas não está efetivando esses pagamentos para a enfermagem", completou.

“É uma postura vergonhosa e absurda, uma vez que o hospital continua atendendo diuturnamente e com alta demanda, seja pelo SUS, particular e convênio médico. Mesmo diante de um bloqueio de contas, a direção do Veredas segue indiferente as condições insalubres a que vem submetendo os profissionais”, finalizou Mário Jorge.