Cidades

Famílias de crianças e adultos com TEA protestam em seminário nacional da Unimed contra imposição dos tratamentos

Por Claudio Bulgarelli - Tribuna Hoje 02/08/2024 14h34 - Atualizado em 02/08/2024 16h01
Famílias de crianças e adultos com TEA protestam em seminário nacional da Unimed contra imposição dos tratamentos
Manobra da Unimed Maceió tem gerado grande preocupação entre as famílias que possuem plano de saúde da operadora - Foto: Edilson Omena

Um numeroso grupo de famílias, mães e pais de crianças e adultos com TEA, o Transtorno do Espectro Autista, protestaram durante toda a manhã da sexta-feira, 2 de agosto, diante do Hotel Ritz Lagoa da Anta, no bairro de Cruz das Almas, durante a realização de um seminário nacional da Unimed Maceió, que reuniu magistrados, membros do Ministério Público, políticos e advogados, com o objetivo de discutir mudanças significativas no tratamento oferecido a crianças e adultos com autismo. Denunciado como uma imposição dos tratamentos, a manobra da Unimed Maceió tem gerado grande preocupação entre as famílias que possuem plano de saúde da operadora.

Segundo as famílias, além de profissionais ligados aos tratamentos especializados, a intervenção proposta pela Unimed, que estaria ligada a redução de custos operacionais, tem, na verdade, a intenção de interromper ou reduzir os tratamentos atualmente realizados em clinicas especializadas, transferindo-os para o próprio espaço hospitalar, conhecido como TEU, Tratamento Especializado Unimed.

Segundo Andreia Melo, mãe de criança autista e uma das lideranças do movimento, as famílias foram informadas por e-mail que os tratamentos deveriam ser realizados exclusivamente no espaço TEU, com a promessa de um plano terapêutico pronto ao final das consultas. ``Muitos pais que estão aqui protestando, relataram que essa mudança na interrupção dos tratamentos, sem a devida consideração pelo bem-estar das crianças, vai ter um resultado dramático para as famílias ́ ́, afirmou Andréia.

O advogado Marcondes Costa, que representa as famílias e tem um filho com TDAH, também presente no protesto, foi enfático: “Nossos filhos merecem respeito e tratamentos dignos, não podem ser vítimas de estratégias para aumento de lucro às custas de sua saúde e bem-estar”. Ele afirmou ainda que a denúncia já foi encaminhada ao Ministério Público e à Defensoria Pública da União, que devem abrir uma investigação sobre o caso.

Tassila Silva, que também é mãe de autista, presente no protesto afirmou: ``A Unimed precisa respeitar os direitos das nossas crianças. Como também a luta diária de uma família atípica. São centenas de crianças que realizam intervenções terapêuticas e vêm apresentando evolução. Como interromper o tratamento e direcionar para outra clínica e outros profissionais? São crianças autista e precisam do seu cotidiano garantido, além do vínculo terapêutico´´.