As pesquisadoras dos Núcleos de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas de quatro instituições de ensino superior de Alagoas promovem, no final de julho, o 1º Pretas nas Ciências, que será realizado em Maceió. O evento está sendo organizado e divulgado por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), do Instituto Federal de Educação (Ifal), Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal).

O convite começou a ser divulgado, nas mídias sociais, na última sexta-feira, para quem quiser participar do 1º Pretas nas Ciências, que tem como tema as epistemologias e os saberes tradicionais das mulheres negras alagoanas.

Saberes-fazeres

De acordo com os organizadores, o evento pretende dar visibilidade aos saberes-fazeres das mulheres negras nas várias áreas das ciências e dos conhecimentos tradicionais e ser um espaço para visibilidades diariamente silenciadas pelas relações de poder e domínio dos homens sobre as mulheres e demais identidades que não seguem o padrão normativo de raça, gênero e sexualidade.

O 1º Pretas nas Ciências é alusivo ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado sempre em 25 de julho, e integra a programação oficial do julho das Pretas, organizado pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste.

EVENTO GRATUITO

O evento acontece no auditório Oscar Sátiro, localizado no Campus Maceió do Ifal. A participação é gratuita e aberta para estudantes universitários, de ensino médio e sociedade em geral, e integra a programação oficial do julho das Pretas, organizado pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste.

Rosa Correia, vice-coordenadora do Neabi da Ufal, conta que a data é um marco da luta e resistência das mulheres contra a discriminação racial, social e de gênero. “O Pretas nas Ciências é um espaço para dar visibilidade às mulheres não-brancas alagoanas e seus saberes-fazeres nas várias áreas das ciências e dos conhecimentos tradicionais, além de compartilhar as dizibilidades múltiplas diariamente silenciadas ou deixadas em segundo plano pelas relações de poder e domínio dos homens sobre as mulheres e todos as demais identidades que não seguem o padrão normativo de raça, gênero e sexualidade”, afirmou.

Ela lembra que a ideia para realização do evento surgiu no ano passado, após observar que nenhum evento que as pesquisadoras do Neabi da Ufal participaram alusivo à data foi organizado por Neabis de instituições de ensino superior alagoanas. “Essa situação nos levou a pensar em um evento construído por nós, mulheres negras cientistas e ativistas sociais, e desde então começamos a trabalhar nesse propósito”, complementa Rosa.