Cidades

Alagoanos escravizados são resgatados

Trabalhadores devem ser indenizados pelo proprietário de fazenda onde permaneciam em situação análoga à escravidão

Por Valdete Calheiros - colaboradora / Tribuna Independente 16/05/2024 08h47
Alagoanos escravizados são resgatados
Alagoanos que estavam em situação análoga ao trabalho escravo em fazenda de café do Espírito Santo foram resgatados e devem retornar para o município de Penedo - Foto: Cortesia

A cidade de Penedo está na expectativa para receber os 12 moradores que estavam trabalhando em uma fazenda de café, em Brejetuba, no Espírito Santo em situação análoga à escravidão. O grupo permaneceu no local durante duas semanas, período em que foram submetidos a jornadas exaustivas e atividades forçadas de trabalho.

O superintendente Regional do Trabalho em Alagoas, Cícero Filho, garantiu que está em contato direto com o superintendente Regional do Trabalho no Espírito Santo e que o advogado do proprietário da fazenda apresentou os cálculos das verbas trabalhistas que serão pagas aos trabalhadores. O retorno dos trabalhadores ao Estado está sendo custeado pelo contratante autuado.

Ainda conforme Cícero Filho, os demais procedimentos serão realizados pelos outros órgãos a exemplo da Polícia Federal. O Ministério Público do Trabalho também está apurando a denúncia, mas não pode repassar mais informações para não atrapalhar as investigações.

A Polícia Militar do Espírito Santo resgatou o grupo de trabalhadores que foi levado a um hotel e está ultimando os preparativos para o retorno a Alagoas. Uma das trabalhadoras, na verdade a única mulher do grupo, é a cozinheira Wagna da Silva, 43 anos.

Ela estava trabalhando com o filho, o genro, dois sobrinhos e outros sete conterrâneos. No município de Venda Nova do Imigrante, no hotel onde estão hospedados, todos faziam planos para retornar à vida normal.

Wagna da Silva virou uma espécie de porta-voz do grupo desde que protagonizou o pedido do socorro em nome dos trabalhadores. Segundo ela, todos estão bem, na medida do possível. O grupo consumia água sem saber a procedência e com aparente sujeira.