Cidades

Missão de Dom Beto tem respaldo de vítimas

Ex-arcebispo de Juazeiro assumiu no último final de semana como arcebispo auxiliar da Arquidiocese de Maceió

Por Ricardo Rodrigues - colaborador / Tribuna Independente 09/01/2024 08h40
Missão de Dom Beto tem respaldo de vítimas
Dom Beto disse que veio a Maceió com o objetivo de ajudar os mais necessitados - Foto: Sandro Lima

A fala de Dom Beto contra os crimes ambientais da Braskem em Alagoas repercutiu positivamente entre os integrantes do movimento em defesa das vítimas da Braskem em Maceió. Ex-arcebispo de Juazeiro (BA), Dom Beto assumiu no último final de semana como arcebispo auxiliar da Arquidiocese de Maceió.

Na missa de apresentação à Comunidade Católica, na Catedral Metropolitana, ele disse que recebeu essa missão do Papa Francisco e que veio para Maceió com o objetivo de ajudar os mais necessitados, principalmente em defesa das vítimas da mineração, em Alagoas.

Para Neirevane Nunes, coordenadora do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), “a chegada de Dom Beto é uma forma de intervenção necessária na atuação da Igreja Católica para reparar a falha da Arquidiocese de Maceió na atenção que deveria ter sido dada ao caso Braskem desde o início, no momento em que os deslocados ambientais mais precisaram desse apoio, quando as comunidades das paróquias foram esfaceladas e vários de seus templos destruídos”.

Neirevane disse ainda que “a Igreja Católica de Maceió precisa se posicionar em defesa das comunidades que tiveram seus direitos violados além da violação ao Patrimônio e memória religiosa dessas comunidades”. Segundo ela, “além de reparar essa falha no apoio às vítimas da Braskem essa intervenção também é importante para apurar possíveis irregularidades envolvendo a Igreja no caso Braskem”.

Ela acrescenta que “a chegada de Dom Beto a Maceió é motivo de esperança para as comunidades afetadas pela Braskem”. Ela lembrou que, em dezembro de 2023, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota à imprensa, se solidarizando com as vítimas da mineração em Maceió e contra a atuação predatória da Braskem em Alagoas. Na nota, a CNBB repudia o acordo feito pela prefeitura de Maceió com a empresa, o que rendeu uma ajuda de R$ 1,7 bilhão, a título de indenização.