Cidades

Músico tem casa arrombada depois de ser interditada no Pinheiro

Fechado por decisão judicial por estar em área de risco, imóvel foi invadido e roubado na virada de ano

Por Ricardo Rodrigues - colaborador / Tribuna Independente 04/01/2024 09h19 - Atualizado em 04/01/2024 09h27
Músico tem casa arrombada depois de ser interditada no Pinheiro
Casa do músico aposentado foi interditada e acabou arrombada - Foto: Edilson Omena

O músico aposentado Nereu Resende, de 67 anos, teve a casa arrombada, invadida e roubada na virada do ano de 2023 para 2024. O imóvel estava fechado, desde o final de novembro, por decisão judicial, porque se encontra dentro da área de risco, delimitada pela Defesa Civil de Maceió.

Na época da desocupação, vários moradores do bairro do Pinheiro, que se recusaram a fazer acordo com a Braskem e desocupar seus imóveis, denunciaram a truculência das forças policiais, mobilizadas pela Prefeitura, a serviço da Defesa Civil de Maceió, da Braskem e da Justiça Federal.

“Fomos retirados à força e de forma truculenta de nossas casas, na noite de 29 de novembro para a madrugada do dia 30. Foi tudo muito rápido. Não deram tempo para a gente levar nada. O imóvel foi fechado e lacrado. Por isso, eu responsabilizo a Justiça, a Prefeitura e a Braskem pelo arrombamento da minha casa”, relatou.

“Levaram tudo e deixaram a casa toda revirada”, afirmou Nereu, relacionando os eletrodomésticos roubados: 2 fogões; 2 máquinas de lavar; 1 freezer vertical; 1 freezer horizontal; 1 geladeira; 1 bicicleta; 1 armário de cozinha; 1 armário de sala; 1 mesa de janta; 5 cadeiras; 1 liquidificador; 1 batedeira; 1 conjunto de pratos e outro de copos.

“Ainda não sei o prejuízo. Mais levaram bem mais coisas do que a gente conseguiu relacionar. O que mais me doeu foi que levaram o meu filtro de barro”, afirmou o músico. Segundo ele, o prejuízo só não foi maior porque ele havia desativado um estúdio de gravação que tinha na casa e retirado do imóvel parte de seus instrumentos musicais.

“Até documentos levaram”, acrescentou Nereu, que mora na Avenida Dr. Passos de Miranda, na Ladeira do Calmon, depois do Hospital Sanatório, 795. “A culpa por esse arrombamento é a Braskem e a prefeitura de Maceió, que prometeram cuidar da segurança dos imóveis desocupados e não tomam conta de nada”, desabafou.

Nereu disse ainda que ele e a família estavam no hotel, providenciado pela Defesa Civil e a Braskem, desde a desocupação forçada no final de novembro, mas esperava que as autoridades tomassem conta do seu imóvel. “Prometeram cuidar da segurança e veja o que aconteceu, a casa foi arrombada e roubada, mesmo estando lacrada pela Defesa Civil. A gente não podia entrar, mas os ladrões entraram”.

De acordo com o músico aposentado, pelo menos três ladrões teriam participado do roubo. “Eu cheguei a pegar os três ladrões e dei umas tapas bem dadas num deles, conseguiu recuperar uma geladeira e dois freezer, mas depois chegou a polícia e soltaram os três ladrões. Ficando tudo por isso mesmo”, relatou Nereu.

Ele disse ainda que, mesmo assim, fez um Boletim de Ocorrência para tentar uma reparação junto à Prefeitura ou à Braskem. “Quero saber agora quem vai arcar com o meu prejuízo”, afirmou Nereu, que aguarda ainda o pagamento da indenização do imóvel. Enquanto isso, ele está tirando tudo que é de valor no imóvel, tipo telhas e portas, para evitar um novo roubo, ou uma nova depredação.