Cidades

Sindicato emite nota em apoio a jornalista e advogado

Por Tribuna Hoje com assessoria 22/12/2023 13h29 - Atualizado em 22/12/2023 15h23
Sindicato emite nota em apoio a jornalista e advogado
Reprodução - Foto: Assessoria

O Sindicato dos Advogados e Advogadas de Alagoas (Sindav) emitiu nota em apoio ao jornalista e advogado Elias Ferreira, que sofreu tentativa de repressão no exercício do Jornalismo.

Na manhã dessa quinta-feira (22), a Comunicação do Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL) enviou nota à produção da rádio CBN Maceió, onde o jornalista atua, solicitando que as falas dele em relação ao órgão no caso das minas de sal-gema exploradas pela Braskem sejam revistas.

Ainda nessa quinta-feira, o Sindav emitiu nota de repúdio à tentativa, ainda que velada, de repreensão ao jornalismo alagoano. “Após denúncias sobre a atuação do Ministério Público Federal em Alagoas (MPF) no caso Braskem, em nota encaminhada pela comunicação do MPF, seguem ataques ao jornalista, advogado e diretor do Sindav, Elias Ferreira. Diante do ocorrido, Elias Ferreira se manifestou contra a nota e afirmou não se intimidar com os ataques proferidos. O Sindav reitera total apoio ao advogado atacado, que além de cumprir com exemplar dedicação o seu papel como jornalista e advogado é referência para o povo de Alagoas”, diz a nota.

Jornalista diz que não aceita intimidação

O jornalista destaca a garantia da liberdade de expressão. “A intimidação não importa o que o jornalista fez, o órgão não pode intimidar. Definitivamente, a gente não pode ser punido por opinião. Crime de opinião, definitivamente, não se justifica. Não há legislação para isso. Isso sem falar que, do ponto de vista da liberdade de expressão e da liberdade de profissão, você ser açoitado por quem deveria estar protegendo a lei...”, pontua Elias Ferreira.

A Comunicação do MPF o acusou de proferir mentiras sobre órgão, disse que já tinha emitido nota sobre o mesmo tema, e que isso estaria de alguma forma trazendo prejuízos para a sociedade, conforme Elias. “As mentiras a que se refere o Ministério Público seriam sobre um documento, que se tornou sigiloso, mas que não foi um furo aqui nosso da CBN. A quebra desse sigilo foi um furo do Jornal O Globo, que publicou esse documento. O documento que foi reportado aqui pelo doutor Ricardo Melro, que é defensor”, explica o jornalista.

Ainda conforme Elias Ferreira, em entrevista à Rádio CBN, Ricardo disse que o Ministério Público Federal, a Defesa Civil do município de Maceió se reuniram no dia 21 de setembro deste ano para tratarem da ampliação do mapa de realocação. Na ocasião, foram apresentados dados sobre a movimentação das minas.

“O defensor deixou claro que os órgãos que estavam presentes naquela reunião sabiam da movimentação abrupta na mina 18 e muito provavelmente sabiam das movimentações das outras [minas], se eram ou não abruptas. E essa ciência de que existia uma movimentação diferenciada naquela mina é o que motivou a ampliação do mapa ou, pelo menos, a discussão da ampliação do mapa de realocação. Ou seja, em setembro os órgãos já sabiam disso. É isso que nós reiteramos aqui [no programa de rádio]. Sabiam e não falaram”, explica Elias.

O documento sigiloso foi encaminhado pela Defesa Civil de Maceió ao MPF no dia 13 de outubro. Trata-se dos dados das minas apresentados na reunião do dia 21 de setembro. No documento, o órgão municipal pede sigilo até que todos os trâmites legais fossem concluídos. “O documento pede sigilo e o sigilo foi feito. Tanto foi feito que o doutor Ricardo Mel fez um pedido em novembro para obter informações novas, porque houve vários abalos antes, e a Defesa Civil de Maceió emitiu um pedido de mais tempo, porque ainda estava analisando os dados, quando na verdade já sabia”, destaca o Jornalista.

Nessa quinta-feira, durante a operação “Lágrimas de Sal”, da Polícia Federal (PF), para apurar os crimes cometidos pela Braskem, o fato de que MPF e Defesa Civil já sabiam do agravamento da mina 18 foi mais uma vez reiterado no programa de rádio. “Isso foi o que motivou essa forma desrespeitosa de se referir a gente num sentido de querer nos intimidar e intimidação definitivamente eu não posso aceitar”.