Cidades

Papai Noel povoa a magia do Natal

Abraços apertados e aconselhamentos fazem parte da rotina dos papais-noéis, que chegam a faturar R$ 300 por hora

Por Valdete Calheiros - colaboradora / Tribuna Independente 22/12/2023 08h43
Papai Noel povoa a magia do Natal
Everton Mota, animador de festas infantis, trabalha em shopping em Maceió no papel de Papai Noel - Foto: Edilson Omena

A figura do Papai Noel povoa a imaginação de crianças, adultos e idosos que a cada Natal renovam a esperança de que o bom velhinho trará presentes e tornará realidade todos os desejos.

Alguns profissionais abandonam seus afazeres nesta época do ano para virar papais-noéis e chegam a receber R$ 300, por hora.

Entregar presentes em todas as casas, do mundo inteiro, sempre à meia-noite é uma das tarefas mais corridas e prazerosas para os papais-noéis Fernando Antônio de Oliveira, autônomo, 30 anos, e Everton Mota, animador de festas infantis, 32 anos.

Ambos – durante o mês de dezembro – completam a alegria natalina ao se apresentarem como Papai Noel. Pedidos de presentes, abraços apertados, aconselhamento para bom comportamento, olhar assustado e encantado de crianças menores, olhar curioso dos adultos e, acima, de tudo a perpetuação da magia do Natal fazem parte da rotina intensa de trabalho dos dois.

Mais experiente no ramo, Fernando Antônio de Oliveira é Papai Noel desde os 18 anos. Começou como uma brincadeira despretensiosa, lembrou ele, quando estava ajudando em um abrigo de idosos. “Por sugestão do diretor do abrigo, comprei uma roupa de Papai Noel e passei a distribuir, vestido a caráter, os presentes aos idosos”. Desde então, não parou mais.

O próprio Fernando Antônio enche os olhos de boas lembranças ao recordar da sua infância, da sua crença na figura do Papai Noel.

“Eu acredito no Papai Noel até hoje. Sinto-me muito feliz em representá-lo. A felicidade das pessoas que se encontram com o bom velhinho é a melhor recompensa”.

Os papais-noéis Fernando Antônio e Everton Mota concordam que o perfil das crianças mudou. Os pedidos de presentes não são mais bonecas, bicicletas, carrinhos ou bolas. As crianças pedem iPhone, tablet, relógio Apple watch. A tecnologia tomou a frente dos brinquedos convencionais.

Pedidos vão de material escolar à volta do avô falecido há pouco tempo

Alguns pedidos tocaram, de forma mais profunda, o coração do Papai Noel Fernando Antônio. “Uma criança, determinada vez, pediu um kit de material escolar para estudar. Ela só queria um caderno e um lápis. Outra pediu uma cesta básica para alimentar sua família. São pedidos que nos emocionam, nos fazem chorar e continuar acreditando no bom velhinho”.

Quem quiser contratar os serviços do Papai Noel, pode entrar em contato com o Fernando Antônio pelo telefone (82) 99355-5710.
Everton Mota trabalha como Papai Noel há três anos. Trabalhou, inclusive de máscara, por causa da pandemia quando teve uma experiência única, em ocasiões em que as pessoas estavam com a emoção à flor da pele, recordou.

“As lágrimas caiam com uma imensa facilidade dos rostos das pessoas. Depois do período de isolamento, em que as pessoas puderam se reencontrar, rever o Papai Noel era a representação de que a vida venceu”, contou.

Passar Natal em casa, ele até consegue. Chega sempre depois da meia-noite, quando terminam os compromissos profissionais. Do período de trabalho, um pedido, em especial, chamou a atenção do Papai Noel Everton Mota. Uma criança que pediu seu avô de volta. “O avô do menino tinha acabado de falecer. Ele acreditava que tinha virado estrelinha e pediu seu avô de volta”.

No que depender da Maria Valentina, três anos de idade, e sua mãe Firmina Neta, a magia do Natal irá perdurar até a eternidade. Na fila para tirar uma foto com Papai Noel, as duas mostravam nos olhos a esperança ao ver o bom velhinho.
“Faço questão que minha filha tenha a figura do Papai Noel presente na vida”, disse Firmina.