Cidades
Funcionários protestam para realocar Hospital Escola Portugal Ramalho
Manifestação pretende ser grito de socorro dos servidores da unidade e está prevista para ocorrer amanhã
Os servidores do Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR) vão realizar amanhã (30) uma manifestação em frente à unidade para cobrar a realocação do HEPR. Segundo o presidente do Sindicato dos trabalhadores da Saúde, Previdência, Seguro Social e Assistência Social (Sindprev), Ronaldo Augusto de Alcântara, os trabalhadores estavam confiantes com a realocação, mas foram surpreendidos com o veto do Projeto de Lei n° 401/2023 pelo Governo do Estado.
“O Governo do Estado aprovou um projeto de lei garantindo a transferência do hospital e a Braskem, em contato com o Ministério Público, aceitou construir uma nova unidade conforme o que foi apresentado pela Uncisal. Daí o Governo mandou o projeto para a Assembleia, foi aprovado e, surpreendentemente para nós, ele vetou o projeto que ele mesmo encaminhou. Causa surpresa para nós essa atitude de cancelar a aprovação do próprio projeto do Governo, sem comunicar ao hospital, a gestão do hospital e a Uncisal”, afirmou Ronaldo Augusto.
Ainda de acordo com o presidente do Sindprev, os servidores estão preocupados com a demora na solução. “O governador não informou se irá apresentar um novo Projeto de Lei que permita a solução para o problema da realocação do hospital. Então, a preocupação dos trabalhadores é a demora na solução, pois a construção de um novo hospital não deve demorar menos de 16 meses. Quanto mais demorarem a dar início às obras, mais insegurança e sofrimentos serão causados aos usuários e aos trabalhadores”, disse.
O ato é uma espécie de grito de socorro, para que autoridades responsáveis procedam com urgência a realocação do Hospital. “Não é fácil a luta do pessoal da área afetada pela Braskem, por indenização. E, através da pressão dos trabalhadores e do Ministério Público, se conseguiu que a Braskem reconhecesse, em responsabilidade, os danos causados no hospital. Inclusive, eles assumiram a responsabilidade de construir uma nova unidade conforme o que foi apresentado pela Uncisal e pelo hospital. Então, os trabalhadores estavam esperançosos de finalmente ter um local adequado para o atendimento à população, com qualidade, e também com boas condições de trabalho, conforme preconiza todas as regras de engenharia para construir um hospital do porte do Portugal Ramalho”, explicou Ronaldo Augusto.
Segundo o presidente do Sindprev, outro ato será realizado, caso não tenha resposta do Governo. “O que nós queremos com essa primeira manifestação é marcarmos uma reunião com o próprio governador Paulo Dantas ou representantes por ele designados, para apresentarem uma solução. Se não houver resposta do Governo do Estado, em 15 dias, a gente vai marcar outra mobilização, desta vez, na porta do palácio”, afirmou.
Ronaldo Augusto ressalta que o intuito não é paralisar as atividades. “Nós não queremos prejudicar os usuários, até porque nós sabemos que, por enquanto, eles só contam com aquele hospital. Mas também não podemos ficar sem fazer nada porque a gente precisa chamar atenção da sociedade para o que está acontecendo porque é responsabilidade do Governo do Estado. Essa nossa atitude é um pedido de socorro, para sensibilizar a sociedade”.
NOTA
“Responsável pela gestão do Hospital Escola Portugal Ramalho, a reitoria da Uncisal segue nas tratativas com o Governo do Estado, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e Ordem dos Advogados do Brasil sobre a realocação da unidade para outra área, em virtude de problemas estruturais apresentados após os danos causados pela Braskem na região do Pinheiro.
Único hospital psiquiátrico público que serve de referência para atendimento de urgência e emergência no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial em Alagoas (RAPS), o HEPR vem mantendo seus serviços em ambiente de risco, o que tem impactado na saúde mental dos funcionários e dos próprios pacientes, que já se encontram em situação de vulnerabilidade.
A Uncisal reconhece o esforço dos seus servidores, que se dedicam para manter os serviços de qualidade, mesmo com a indefinição quanto à realocação para outra área com estrutura adequada. A reitoria reforça, ainda, que acompanha e também aguarda uma definição o mais breve possível para uma área mais segura.”
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