Cidades

Instituto luta para conscientizar a população contra o racismo

Instituto do Negro tem desempenhado papel primordial na promoção desse debate

Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente 18/11/2023 10h02 - Atualizado em 18/11/2023 10h22
Instituto luta para conscientizar a população contra o racismo
Movimentos negros de Alagoas retomam com, ainda mais força, o discurso contra o racismo - Foto: Divulgação

Às vésperas do Dia da Consciência Negra, próxima segunda, dia 20 de novembro, os movimentos negros de Alagoas retomam com, ainda mais força, o discurso contra o racismo.

A exemplo do Instituto do Negro de Alagoas (INEG/AL), cujo coordenador Jeferson Santos afirmou que o racismo é uma realidade em nossa sociedade.

“Não é uma questão de permanência. Digo isso porque quando falamos em permanência, partimos do princípio que o racismo seria uma espécie de resquício de nosso passado colonial, e não é bem assim. Naturalmente que, historicamente, o racismo tem origem em nosso passado colonial, mas isso não quer dizer que a existência dele hoje, seja uma anomalia. Muito pelo contrário. O racismo é uma prática atualíssima e super inteligível e eficaz nos dias de hoje. O racismo é uma realidade porque podemos ver a manutenção e reprodução da população negra numa condição de vulnerabilidade socioeconômica. Temos tido algumas iniciativas que, apesar de vitoriosas, ainda se constituem em muito pouco frente a dívida que o Estado brasileiro possui com nosso povo”, analisou.

Em Alagoas, o Instituto do Negro tem desempenhado, conforme Jeferson Santos, um papel primordial na promoção desse debate, cujos gestores públicos, acredita o INEG, não podem fugir a responsabilidade de obedecer o que o ordenamento jurídico preconiza para a promoção do “nosso” povo.

“Nós do INEG/AL temos feito lobby na esfera Legislativa estadual, municipal e federal no intuito de construirmos políticas públicas para nosso povo. Um exemplo disso foi a aprovação das cotas raciais nos concursos da administração pública municipal de Maceió. Para além disso, temos sido vigilantes junto às instituições de todas as esferas de poder quanto à correta aplicação dos dispositivos legais. É o que temos feito com instituições como o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), além de outros órgãos da esfera estadual”, detalhou coordenador.