Cidades
Combate à insegurança alimentar de crianças deve atender 200 famílias em Maceió

O Brasil registra atualmente 33 milhões de pessoas passando fome, conforme o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, produzido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (PENSSAN). Neste cenário, especial atenção precisa ser dada às crianças que, em condições de carência alimentar, podem ter suas potencialidades e seu futuro comprometidos.
O Instituto Malwee, que atua em causas relacionadas à infância, decidiu criar o Programa Nutrir, com o objetivo de desenvolver e apoiar projetos relacionados ao combate à desnutrição infantil e para isso contará com a parceria de entidades locais, que já vêm desenvolvendo ações e estudos na área e detêm o conhecimento técnico científico e o contato com as comunidades locais que serão beneficiadas.
Um dos lugares escolhidos para receber a primeira edição do programa é a cidade de Maceió, no estado de Alagoas. De acordo com dados divulgados, ainda em 2022, pela PENSSAN, mais de 21% da população do Nordeste brasileiro está em estado de insegurança alimentar grave, ou seja, convive com a fome. Em Alagoas, 40,7% das crianças menores de 2 anos apresentam deficiência de ferro, também conhecida como anemia ferropriva.
O Centro de Recuperação e Educação Nutricional (CREN), de Alagoas, já atua, desde 2007 no combate à desnutrição infantil no Estado, e recebe, a partir de agora, o Instituto Malwee como parceiro para atender cerca de 200 crianças de 1 a 5 anos, de Maceió.
“Conhecemos o trabalho realizado pelo CREN durante o Programa Instituto Malwee Acelera, um programa que visa oferecer a entidades do terceiro setor que trabalham com crianças uma capacitação em gestão que amplia e potencializa o impacto social de tais entidades. Quando decidimos desenvolver um programa de combate à desnutrição infantil, pensamos imediatamente no CREN como um parceiro local, uma vez que é essencial para o sucesso deste tipo de programa que exista um conhecimento profundo das comunidades a serem atendidas e de suas necessidades, a fim de que o programa seja desenhado caso a caso, gerando um impacto efetivo e duradouro” explica Diana Zerbini Martins, presidente do Instituto Malwee.
O projeto será realizado em duas etapas, uma delas começou no mês de julho, com 100 famílias residentes na região da Orla Lagunar e a segunda etapa atenderá as crianças da Vila Brejal, que receberão o primeiro kit de suplementação alimentar, composto por suplemento nutricional, recipiente para diluição exclusiva do produto, brinquedo pedagógico e sacola retornável que será utilizada ao longo de todo o projeto. Essas sacolas estão sendo produzidas pelas beneficiárias do projeto Menos Resíduo, Mais Renda, também desenvolvido pelo Instituto Malwee para incentivar o uso de resíduos da indústria têxtil e gerar renda para mulheres em situação de vulnerabilidade econômica e social.
O Nutrir também prevê o acompanhamento pediátrico e nutricional constante, mapeamento de acesso aos programas sociais e de transferência de renda, bem como o acompanhamento da vacinação das crianças. Além disso, as famílias receberão pequenos vídeos com material informativo via whatsapp, para orientações periódicas sobre alimentação e saúde.
A nutricionista e responsável pelo projeto no CREN em Alagoas, Ana Paula Grotti Clemente, explica que o recorte de faixa etária - de 1 a 5 anos - se dá por ser a melhor janela de oportunidades para a implementação de ações contra a má nutrição infantil. “A alimentação correta é um dos aspectos que contribuem para o desenvolvimento físico e mental nos primeiros anos de vida. Crianças estimuladas neste período têm três vezes mais chances de estudar em uma universidade e obter uma renda 60% superior na fase adulta. Ao investir na primeira infância, estamos garantindo um futuro para elas, o que também deve retornar para a sociedade”.
Além do projeto que será realizado em Maceió/AL, o Programa Nutrir também terá uma iniciativa em São Paulo/SP, com o projeto Cultivando Horizontes, do CREN/SP.
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