Cidades

Otites representam entre 8% e 15% dos casos em clínicas veterinárias

Profissional destaca que infecção pode evoluir para enfermidades mais graves se não tratada adequadamente

Por Tribuna Independente 23/08/2022 06h31
Otites representam entre 8% e 15%  dos casos em clínicas veterinárias
Foto: Gabriel Moreira/Secom Maceió

Abanar as orelhas com muita frequência, coçar com as patinhas, mau cheiro, cera de ouvido escura, demonstrar dor ao toque ou apresentar inchaço na região dos ouvidos são alguns sinais que podem indicar a presença de otite, inflamação ou infecção que acomete os pets.

Causada por fungos, bactérias, alergias ou até corpos estranhos, essa é uma doença bastante desconfortável e, infelizmente, muito comum entre cães e gatos: de acordo com o Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária, a otite chega a representar de 8 a 15% dos casos atendidos em clínicas veterinárias do país. Além de comum, a otite não escolhe cor, raça ou espécie. Todos os cães e gatos podem ter otite em algum momento da vida e, se a causa da infecção não for diagnosticada e tratada adequadamente, os casos podem reincidir frequentemente.

O médico veterinário Flávio Soares explicou ao TH Entrevista, canal do portal Tribuna Hoje no YouTube, que as otites podem ser classificadas como internas, moderadas e graves, por isso se não forem tomadas as medidas de avaliação e tratamento corretas, pode evoluir para uma enfermidade mais agressiva, inclusive provocando outro hematoma, por exemplo, os inchados perceptíveis na orelha do animal.

“É fundamental que o tutor verifique estes primeiros sinais e procure um veterinário para que o problema não venha a evoluir”, frisou.

Como forma de prevenção, a recomendação é preservar as barreiras protetoras naturais da região e assim fazê-la com orientação. “É importante levar o pet para o banho em locais de confiança, que tenham atenção especial à limpeza dos ouvidos e o cuidado de não se esquecer de retirar o algodão úmido, utilizado para evitar a entrada de água abundante no conduto auditivo, pois isso causa a proliferação dos fungos e bactérias. Limpar a área visível dos ouvidos dos pets semanalmente também auxilia na prevenção”, afirmou.

O professor e médico veterinário acrescentou que a remoção dos pelos da orelha dos animais pode acarretar em otites recidivantes. “Os pelos têm uma função de proteção de entrada de sujeiras, micro-organismo inclusive, entre outros. O conduto auditivo dos pets possui várias barreiras protetoras, como uma camada de gordura impermeabilizante sobre a pele e os pelos. Essas barreiras evitam que agentes irritantes misturados à água possam aderir e agredir o local e também mantêm o ar e partículas de poeira longe do tímpano. Quando os pelos são retirados, grande parte da proteção fisiológica se perde”, explicou.

TRATAMENTO

Existem inúmeras fórmulas que podem ser utilizadas para o tratamento da otite, mas a administração dos medicamentos sem a realização de exames dermatológicos e orientação veterinária pode ser ineficaz ou até danificar o interior do conduto auditivo, o labirinto, e provocar redução da audição.

“Nunca medicar o animal por conta própria, isso é algo que está sendo muito comum, não somente na medicina veterinária, porque há uma resistência de microrganismos justamente pela automedicação usada até mesmo por humanos. Quando esse animal chega à clínica veterinária já está com resistência a certos fármacos”, observou. O prazo de utilização da medicação também deve ser respeitado, para garantir o tratamento completo da inflamação. 

Assista à entrevista no canal do Tribuna Hoje no Youtube, clique aqui