Cidades
Mais seis blocos do Residencial Vale do Amazonas devem ser desocupados
Evacuação temporária foi recomendada pela Defesa Civil como medida preventiva

Mais seis blocos, totalizando 24 apartamentos, do Residencial Vale do Amazonas, no bairro Rio Novo, em Maceió, devem ser desocupados, após o surgimento de rachaduras que comprometem a estrutura do residencial. A desocupação temporária foi recomendada nesta quarta-feira (17) pela Defesa Civil de Maceió. Segundo o órgão, a medida é preventiva.
Outros seis blocos já haviam sido desocupados de forma emergencial por causa do comprometimento estrutural, no mês passado.
Além disso, o órgão recomendou a demolição de oito apartamentos, por apresentarem riscos de colapso, para preservar a vida dos moradores dos demais blocos, pedestres e motoristas que passam na via que dá acesso ao conjunto.
O coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, afirmou que há necessidade de novos estudos para se ter uma definição da causa do problema e o relatório final só deve ser concluído quando o fenômeno chegar ao ápice da sua evolução.
“Fizemos levantamentos para identificar possíveis causas do fenômeno, desde o método construtivo, da forma como foi feito aterro, da questão de influência da pluviosidade, de possíveis obras da BRK, mas ainda precisamos de outros estudos para, realmente, ter uma conclusão da causa. O fenômeno ainda está em andamento e a gente tem uma certa preocupação com relação aos moradores, a gente vem alertando, já vem fazendo o nosso trabalho porque é algo bastante grave. Há locais em que houve um rebaixamento do solo de quase dois metros”, disse Nobre.
Em nota, a BRK Ambiental informou que a situação ocorrida em Rio Novo não tem nenhuma relação com os serviços da empresa na região. “Durante o período de chuvas, a umidade do solo provocou a erosão nas vias e ocasionou o rompimento da rede de água que abastece o bairro. A concessionária realizou o serviço de reparo emergencial para solucionar os danos causados às tubulações e segue trabalhando para reparar todas as redes e restabelecer o fornecimento de água na região”, disse a empresa.
Na última segunda-feira (15), os moradores fizeram um protesto cobrando esclarecimento sobre as causas e apoio em relação ao aluguel social que, segundo eles, não foi disponibilizado. O residencial Vale do Amazonas tem 300 unidades habitacionais e foi entregue à população em 2016 pela Prefeitura de Maceió e Caixa Econômica Federal. Segundo os moradores, também não há informações se eles serão ressarcidos ou terão direito a outro imóvel.
A Defesa Civil disse que, até o momento, não há indicação para novas demolições, mas o monitoramento constante continua sendo realizado. E que realizou a indicação, junto à Secretaria de Infraestrutura (Seminfra), de possíveis vias de saída para os moradores e que as famílias foram encaminhadas para a Secretaria de Assistência Social (Semas) e devem procurar a mesma para que seja avaliado se estão dentro dos parâmetros do benefício de aluguel social.
“Rachaduras surgiram um ano após a entrega das unidades”, diz morador
Moradores do Residencial Vale do Amazonas se reuniram, nesta quarta-feira (17), para tratar sobre a desocupação dos apartamentos, com o Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL), representantes da BRK Ambiental e Defesa Civil de Maceió. As discussões foram conduzidas pelos promotores de Justiça Max Martins e Jorge Doria.
O morador Franco Rodrigues participou do encontro e disse que as rachaduras são um problema antigo. “Falaram sobre a obra da BRK, mas as rachaduras surgiram bem antes, um ano após a entrega do residencial, surgiram pequenas rachaduras nas paredes, janelas e a construtora veio e reparou. Agora, depois desse serviço da BRK foi que agravou mais”, contou.
Segundo Rodrigues, até o momento, os moradores que tiveram que deixar suas casas não receberam nenhum tipo de auxílio. “Precisamos de um auxílio para os moradores que já foram retirados. Até agora, não foi definido auxílio, não foi definido nada. Estamos nos virando por conta própria. Agora, o MP vai acionar a Prefeitura, Caixa e construtora para uma próxima reunião e verificar a possibilidade de alocar as pessoas que já foram retiradas de suas residências em programas, como o Minha Casa Minha Vida”, afirmou.
O morador disse ainda que o problema acaba afetando os moradores de um outro residencial, o Vale do Parnaíba, que estão sofrendo com a falta de mobilidade. “Eles tinham acesso pelo Amazonas e agora não têm mais. Agora, estão usando uma estrada de barro, passando por um terreno vazio, um matagal. É o único acesso que eles estão tendo. Muitos moradores estão deixando os carros distantes de casa porque não arriscam utilizar essa estrada. E, se uma pessoa precisar de socorro, não tem como ser socorrida. Ambulância não entra, policiamento não entra, por causa desse problema”, contou Rodrigues.
O agente de portaria Vanderlei Silva também é morador do Vale do Amazonas e disse se sentir mais aliviado, após a realização da reunião. “Nós, que já fomos afetados, que tivemos que deixar nossas casas, queremos ser ressarcidos pelos prejuízos, danos morais, e também uma realocação para um novo imóvel, para que possamos ter a nossa moradia. Por enquanto, estamos nos virando sozinhos, mas, depois dessa audiência que tivemos aqui, vai ser requerido um pedido emergencial de auxílio aluguel. Estamos só esperando a próxima audiência”, afirmou.
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