Cidades
Chuva deixa cenário de pós-guerra na orla lagunar de Maceió
Após nível da lagoa baixar, lama e destroços se espalham pelos bairros; no Pontal da Barra, cheia afetou residências e o comércio
O transbordamento da Lagoa Mundaú devido às fortes chuvas que assolam o estado de Alagoas desde a última sexta-feira (1) deixou ontem (5) um cenário de pós-guerra na orla lagunar de Maceió.
Após receber um grande volume de água do Rio Mundaú, que transbordou no sábado (2), a Lagoa Mundaú ultrapassou sua cota máxima e invadiu ruas e casas que margeiam o manancial. O episódio aconteceu no domingo (3).
No Pontal, por exemplo, a lagoa começou a transbordar no início da tarde do domingo, invadindo as ruas do bairro. No final da tarde, já havia invadido imóveis da localidade.
Além das casas, o comércios também foi afetado no bairro. Artesãos e comerciantes perderam mercadorias e a população que usa veículos automotivos para passar pela região também ficou impossibilitada de trafegar, devido alagamento nas ruas, causado pelo transbordamento da lagoa.
Com o nível da lagoa de volta ao normal, o cenário nas ruas do bairro ontem foi de muita lama, restos de móveis e eletrodomésticos destruídos pela enxurrada. Para muitos, o dia de ontem foi de limpeza e retorno à normalidade.
Na casa da Dona Jeiza, 56, a água chegou a subir pelo menos um metro. Ela conta que, em certo momento, conseguiu entrar de canoa dentro da própria residência, salvou o que conseguiu, mas ainda assim perdeu muita coisa. “Consegui salvar a máquina de lavar, a geladeira, mas perdi televisão, micro-ondas, guarda-roupas”, explica a moradora. “Já limpamos tudo, mas ninguém veio nos ajudar, nem a prefeitura nem a defesa civil, ninguém. Aqui os próprios moradores se ajudaram”, complementa.
Segundo relatos de outra moradora, que mora no bairro há 15 anos, o nível da lagoa nunca havia subido tanto, nem mesmo durante a enchete de 2010.
A casa dos pais de Adriana de Oliveira, que fica na orla lagunar, foi inundada lentamente. Ela conta que de início não se imaginava que fosse encher tanto, por sua família tentou criar barreiras, mas foi inútil. “Foi tudo muito rápido. Começou a subir, subir, subir e, de repente, já entrou em casa, chegou na minha cintura”, relata Adriana.
Na Praça São Sebastião, os moradores estão depositando os móveis e eletrodomésticos destruídos pela enxurrada. A Prefeitura de Maceió já recolheu diversas vezes. Mas, conforme Adriana, continua voltando para buscar mais, tamanha a destruição. “A prefeitura já retornou à praça para recolher os restos das casas ao menos cinco vezes.”
Fora as perdas materiais, a população está sem abastecimento elétrico desde domingo, sem previsão de retorno. Ao ligar para o sistema Equatorial, a resposta que os moradores recebem é que o pedido foi solicitado, mas a situação permanece a mesma.
Além do Pontal da Barra, outros bairros às margens da lagoa Mundaú também ficaram alagados, como Levada, Ponta Grossa, Trapiche, Fernão Velho e Rio Novo.
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