Cidades

Projeto Vidas Afundadas entra no ar e dá voz a ex-moradores de bairros afetados por afundamento

Portal Tribuna Hoje inicia série de entrevista com as vítimas do crime ambiental que atingiu até o momento cinco bairros de Maceió

Por Tribuna Independente 02/07/2022 10h33 - Atualizado em 02/07/2022 11h08
Projeto Vidas Afundadas entra no ar e dá voz a ex-moradores de bairros afetados por afundamento
‘Maceió Afunda em Lágrimas’, como está escrito em uma rua inteira no bairro do Pinheiro, o primeiro afetado - Foto: Edilson Omena

O projeto ‘Vidas afundadas’ estreou na sexta-feira (1) no portal Tribuna Hoje, que foi um dos veículos selecionados para participar do programa “Acelerando a Transformação Digital”, realizado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) e pela Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner) em parceria com a Meta (empresa responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp) e o Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ, sigla em inglês). O projeto ‘Vidas afundadas’ contará, em vários capítulos, a história das pessoas que tiveram que deixar para trás suas casas e suas empresas nos bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto, na cidade de Maceió, por causa do afundamento de solo provocado pela mineradora Braskem.

A ideia foi “moldada” durante as sessões de mentoria com a especialista em comunicação digital Camila Leães. “Quando fomos qualificados para participar das sessões de mentoria, já tínhamos concretizado que o projeto seria sobre as vítimas do afundamento na cidade e que seriam feitos vídeos para o YouTube e também entrevistas para podcast com essas pessoas. O nome ‘Vidas afundadas’ foi uma sugestão de Camila. Estávamos conversando sobre qual seria o nome do hotsite que abrigaria essas mídias e ela rapidamente deu sugestões, entre elas, esse nome”, afirma o repórter Rívison Batista, um dos integrantes do projeto.

Em outras ruas, apenas o abandono e as crateras abertas no solo de uma terra onde está proibido habitar, pois o perigo é iminente I Foto: Adailson Calheiros

Capítulo 1

O hotsite está disponível através de um banner de acesso pelo portal Tribuna Hoje ou, se o usuário preferir, pode acessar diretamente pelo link www.tribunahoje.com/vidas-afundadas . O primeiro episódio, inclusive, já está disponível. O empreendedor Dirceu Buarque, dono da tradicional padaria Belo Horizonte, no bairro do Pinheiro, foi o primeiro entrevistado. Buarque contou sobre como chegou, ainda muito jovem, no Pinheiro, e como foi toda a história da tradicional padaria, que durou mais de 40 anos e só fechou as portas em 2021 por causa do afundamento.

Empreendedor Dirceu Buarque, dono da tradicional padaria Belo Horizonte, no Pinheiro, foi primeiro entrevistado do projeto I Foto: Edilson Omena

O jornalista Lucas França, que também integra o projeto, está animado com o trabalho. “Fazer parte desse projeto é muito interessante. A gente vai contribuir com a comunidade local, levando informação de qualidade e feita com a colaboração da própria população sobre esse tema tão relevante em Alagoas que é o afundamento de solo na capital”, disse. O ‘Vidas afundadas’ conta com as imagens do repórter fotográfico e cinegrafista Edilson Omena e com a edição de Jonathan Canuto.

Em cinco bairros que afundam em função da atividade mineradora exercida pela Braskem por mais de 40 anos, suas populações foram obrigadas a deixar suas casas. Em muitas casas, a revolta está escancarada em frases I Foto: Edilson Omena

O projeto já conta com divulgação nas redes sociais da Cooperativa dos Jornalistas e Gráficos de Alagoas (Jorgraf) - detentora do jornal Tribuna Independente e do portal Tribuna Hoje - e terá publicações impulsionadas para se alcançar um público maior. “Estamos ansiosos para que esse projeto decole. É uma oportunidade de se fazer um autêntico projeto de jornalismo voltado para a comunidade e que será um registro histórico do que está acontecendo em Maceió”, finaliza Rívison Batista.