Cidades

Acessibilidade: cadeirantes e pessoas com necessidades especiais tiveram camarote exclusivo

São João de Maceió foi para todos os públicos, inclusão social foi ponto positivo do evento; uma campanha contra assédio foi realizada nos dias de festa

Por Lucas França com Tribuna Hoje 30/06/2022 14h01 - Atualizado em 30/06/2022 14h27
Acessibilidade: cadeirantes e pessoas com necessidades especiais tiveram camarote exclusivo
Cadeirantes assistiram aos shows em um camarote exclusivo com acessibilidade - Foto: Edilson Omena

Lazer de qualidade é essencial para todas as pessoas independente de sua origem, classe social ou condição física. E foi pensando nisso, que a Prefeitura de Maceió através das secretarias e em conjunto com toda organização do São João Massayó...Sol...Mar...Forró, o maior festejo junino do Litoral do Nordeste, implantou no evento um camarote exclusivo para pessoas com necessidades especiais e cadeirantes.

No espaço montado, pessoas com essas necessidades puderam curtir os shows sem maiores dificuldades e com um acompanhante. A inclusão social foi um ponto positivo e aplaudido pelo público.

Esse conjunto de ações que garante a participação igualitária de todos na sociedade, independente da classe social, da condição física, da educação, do gênero, da orientação sexual, da etnia, entre outros aspectos, possibilitou que o cadeirante Edson de Oliveira, Elite Leonardo e tantas outras pessoas com necessidades especiais pudessem curtir os shows no polo multicultural Jaraguá.

O cadeirante Edson não perdeu os shows desse último dia e disse que a ideia do espaço foi importante para que ele e outras pessoas com alguma necessidade especial pudessem curtir igual as demais pessoas.

“Isso foi muito legal. Um ponto positivo, ele [o prefeito JHC] mostrou que a inclusão social é importante. Somos pessoas, seres humanos e queremos lazer igual aos demais indivíduos. Este espaço acessível e organizado mostra que é possível a gente se divertir e exercer nosso direito de ir e vir. Poderíamos fazer isso fora, na multidão, mas todo mundo sabe que seria muito complicado, até por conta da lotação mesmo na pista. Já vim em outros dias e estou muito feliz e curtindo esse São João com a família. Mas uma vez quero parabenizar a organização, a estrutura. Parabéns JHC por pensar na gente’’, parabeniza Edson.

O cadeirante Edson de Oliveira Vieira, disse que o espaço possibilita a inclusão social (Foto: Edilson Omena)



A dona Eliete Leonardo de Lima que também é cadeirante pontua a importância da inclusão social.

“Não é porque somos cadeirantes ou possuímos outra necessidade que merecemos ficar em casa. Também precisamos de lazer como qualquer outra pessoa. Quem não gosta de curtir um show, de assistir os artistas no palco. Sou idosa, sou cadeirante, mas eu amo esses eventos. E antes, eu não teria como vim, mas este espaço nos deu a oportunidade desse lazer. Seria muito bom que essa acessibilidade acontecesse em outros eventos em outras organizações de festas’’, pontua Eliete.

A filha de Eliete, Luciana Leonardo que estava acompanhado a mãe contou para a reportagem que marcou por diversas vezes o prefeito JHC para fazer algo que os cadeirantes pudessem participar do festejo sem maiores dificuldades.

Luciana Leonardo (camisa xadrez azul) com a mãe Eliete Leonardo (Foto: Edilson Omena)



“Este espaço possibilitou que essas pessoas tivessem a oportunidade de assistir shows de grandes artistas de forma segura e inclusiva. É um ponto bastante positivo para a organização. Eu por diversas vezes pedi, solicitei nas redes sociais do prefeito que fizessem algo para incluir essas pessoas. Sei que não foi apenas meu pedido, não sei nem se ele visualizou, mas parabenizo por este projeto lindo. Não apenas por ter tido a oportunidade de trazer minha mãe que gosta muito de festa, mas por outras pessoas também que não teria nem condições financeiras para estarem aqui. De fato foi um São João especial’’, expôs Luciana.

Em relação à programação, tanto Eliete quanto Edson disseram que não poderia ser melhor. “Teve artistas e sons para todos os públicos. Não tenho do que reclamar’’, comenta Edson Oliveira.

“Programação excelente. Artistas consagrados e para todas as gerações. Eu gostei de tudo que vi e ouvi. Sou idosa, mas curto o que é moderno também’’, disse Eliete.

CAMPANHA

Uma campanha contra assédio foi realizado durante os dias de festa. A ação ‘’Maceió Sem Assédio’’ que acompanha um conjunto de medidas implantadas pela administração de bares, casas de shows, casas de eventos, casas noturnas, restaurantes, bares, shoppings e estabelecimentos similares, tem como objetivo a proteção das mulheres em suas dependências. Nesses locais, caso a mulher sofra algum tipo de assédio, importunação sexual ou outro tipo de violência, ela pode se sentir segura para se dirigir até o balcão e pedir ajuda. O estabelecimento dará a assistência necessária para que ela fique em segurança.

Panfletos foram entregues na festa para divulgar a campanha.

Vale lembrar que de acordo com a pesquisa “Visível e Invisível: A vitimização de mulheres no Brasil’’, realizada pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 37,9% das brasileiras foram vítimas de algum tipo de assédio sexual, entre junho de 2020 e junho de 2021, o equivalente a 26,5 milhões de mulheres em 12 meses.

Os dados mostram a importância da divulgação da campanha para que as vítimas denunciem seu agressor.