Cidades
Alagoas tem 51 crianças aptas à adoção
Evento do TJ em shopping da capital visa esclarecer população sobre os trâmites e dar visibilidade à causa da adoção tardia

Conforme o Sistema Nacional de Adoção (SNA), em Alagoas, 51 crianças e adolescentes estão aptas a serem adotados. Com o propósito de esclarecer à população sobre todos os trâmites do processo de adoção e também visibilizar a causa da chamada adoção tardia, de crianças maiores e adolescentes, o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), por meio da Vara da Infância e da Juventude, abriu nesta segunda-feira (23) o 11º Encontro Estadual de Adoção. O evento acontece no Maceió Shopping e se estende até esta quarta (25), Dia Nacional da Adoção.
Segundo a juíza da 28ª Vara Cível da Capital - Infância e Juventude, Fátima Pirauá, o encontro vai possibilitar, além de esclarecimentos sobre a forma legal de adoção e apadrinhamento, uma oportunidade de incentivo à adoção tardia. “É um momento para falarmos sobre a adoção legal, sobre o Projeto Mãe Consciente e também sobre a adoção tardia e de grupos de irmãos, o nosso maior desafio diário”, disse a juíza.
Na programação do encontro, estão previstas rodas de conversa sobre os diversos assuntos relacionados à adoção ou ao apadrinhamento, além de diálogos com a participação de famílias que adotaram crianças e irão compartilhar suas experiências antes e depois da conclusão do processo de adoção.
O jornalista Maikel Marques adotou duas crianças, irmãos, em julho de 2019. Ele entrou com processo para adoção em 2016. “Fiz alguns exames e descobri que para ter um filho precisava tentar por inseminação in vitro, não poderia ser pela forma tradicional. Eu e minha esposa, Carla Loureiro, ainda fizemos duas tentativas in vitro, mas em meio a essas tentativas resolvemos nos candidatar para adotar”, relata Maikel.
Para Maikel, quem escolhe a família são as crianças. “Quando tem que acontecer a empatia é imediata. Eles se entregam. Foi assim com os nossos. Imediatamente eles se identificaram. Antes da adoção, nos encontramos com Mateus, que na época tinha dois anos e meio, e Mariana com um ano e um mês, apenas três vezes. Em dez dias estávamos com eles em casa”, afirma.
Segundo o jornalista, antes das crianças, a vida era monótona. “Morávamos em uma casa confortável, com jardim e sempre arrumada. Precisava de movimento. As crianças deram movimento a nossa vida. Já começamos a trabalhar com eles o assunto adoção. Iniciamos falando que eles eram filhos do coração, que Papai do Céu havia mandado. Agora, já falamos em adoção. Inclusive, nós conversamos com outro irmãozinho deles, que foi adotado por uma família no interior de Alagoas. Conversamos e nos visitamos”, disse Maikel.
Trâmites para doar filho devem ser sempre por meio da Justiça
O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que às gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção devem ser encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e de Juventude. Nesses casos, a mãe deve ser acolhida por profissionais especializados e com capacidade para analisar a situação e orientar.
A assistente social da Vara da Infância, Elisângela Ferreira, ressaltou a importância da adoção legal. “Mesmo que uma mãe queira doar o filho, ela não pode doar diretamente, sem o intermédio da Vara da Infância, sem o intermédio da Justiça. O procedimento irregular é sempre um risco para quem doa e para quem adota”, explicou.
A assistente social disse ainda que o trabalho é realizado em rede. “Nós trabalhamos em rede e a mãe que quer doar o filho pode encontrar apoio e orientação sobre os caminhos da adoção, em equipamentos como maternidades, postos de saúde, Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e Centros de Referência Especializado em Assistência Social (Creas). Essas podem ser portas de entrada para a adoção. O importante é que o trâmite ocorra por meio da Justiça”, explicou.
EXPOSIÇÃO
No local também acontece uma exposição fotográfica com treze famílias que adotaram legalmente crianças e adolescentes, na capital e no interior de Alagoas. Alguns participantes da exposição adotaram crianças acima de 7 anos, dentro do projeto Adoções Possíveis.
PROGRAMAÇÃO
Na programação desta terça (24), rodas de conversa sobre temas como o que leva uma família a perder o poder familiar, preconceitos em relação a origem biológica, fila de adoção e trâmites do processo de adoção”.
Amanhã, a programação continua com assuntos como caminhos da adoção, apadrinhamento, importância da rede de apoio na adoção, adoção legal e segura, construção de vínculos, além de uma live sobre parentalidade adotiva e caminhos possíveis.
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