Cidades
Período chuvoso aumenta preocupação da comunidade
Moradores dos Flexais vêm intensificando as cobranças para a saída do bairro de Bebedouro, um dos cincos bairros de Maceió afetados pelo afundamento de solo

Os moradores da região dos Flexais vêm intensificando as cobranças para a saída do bairro de Bebedouro, um dos cincos bairros de Maceió afetados pelo afundamento de solo decorrente da exploração de sal-gema. Exemplo disso é o protesto realizado na última terça-feira (17). Para as lideranças da área, o período chuvoso intensifica a preocupação da comunidade com os riscos.
“Desde quando começou essa realocação de lá de Bebedouro que essa preocupação só cresce. A gente ficou com essa preocupação de o bairro todinho ser evacuado e só ficaram aqueles dois pedaços de rua. Então a preocupação já vem desde lá de trás. Com a quadra chuvosa, isso aqui alaga sempre, é um problema antigo e que cada dia que passa fica pior. Então a nossa preocupação é constante. Ali tem uma área de risco permanente que é aquela área das barreiras, a que a gente chama de Quebrada, então se aquela barreira desabar com o pessoal do Flexal. A nossa preocupação é essa e pedimos que realmente reconheçam as nossa reivindicações, entendam a angústia que nós estamos passando que a gente não tem nada pra sobreviver ali”, diz o líder e morador do Flexal Antônio, popularmente conhecido como Sassá.
Protesto cobra providências para realocação da área
Esta semana, a comunidade realizou um protesto cobrando providências do poder público para a desocupação da área que não é classificada como de risco para realocação. Segundo os moradores, nenhum órgão envolvido no caso esteve presente durante o protesto.
Conforme relatos dos moradores, há registros de rachaduras e fissuras nos imóveis, inclusive com laudos independentes atestando risco associado ao fenômeno de afundamento de solo que afeta os bairros do Pinheiro, Mutange, Bom Parto, Farol e o restante de Bebedouro, onde fica situado o Flexal.
Conforme os laudos produzidos por especialistas convocados pela comunidade, mais de 60 casas apresentam patologias similares às encontradas no Pinheiro. Além disso, segundo o professor Abel Galindo, há um raio de influência da movimentação da camada salina.
Para os órgãos envolvidos no monitoramento dos bairros não há definição quanto ao futuro da região. Segundo a Defesa Civil de Maceió, a área é classificada como de “ilhamento socioeconômico”, isto é, sofre influências indiretas do fenômeno. Diante disso, os imóveis até hoje não foram incluídos no Programa de compensação financeira da Braskem, empresa responsável pelo problema geológico.
Procurada pela reportagem, a Defesa Civil de Maceió explicou que segue acompanhando o caso, mas não deixou claro quais providências serão tomadas para a região.
“A Defesa Civil vem atendendo a comunidade e, após vistorias, construiu e entregou aos órgãos de controle o relatório que indicou realocação aos moradores dos Flexais de Cima e de Baixo pelo isolamento socioeconômico constatado na região. O órgão segue monitorando de forma constante todas as áreas adjacentes ao mapa de setores de danos junto ao Comitê Técnico. A Defesa Civil e o GGI dos Bairros também promovem escutas públicas para ouvir os moradores e continuam acompanhando a situação junto à população”, disse o órgão.
O Ministério Público Federal (MPF), responsável pelo grupo de trabalho que conduz o acordo com a petroquímica, afirmou que vem buscando soluções para o caso.
“Tem havido agenda de reuniões para tratativa da solução e essas tratativas continuam avançando”, resumiu o órgão.
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