Cidades

Iniciada construção de 100 gavetas no Cemitério São José, em Maceió

Espaços são construídos pela Prefeitura para sepultar corpos acumulados no IML

Por Sirley Veloso com Tribuna Independente 13/05/2022 07h12
Iniciada construção de 100 gavetas no Cemitério São José, em Maceió
Das 100 gavetas que estão sendo construídas, 69 são para corpos acumulados no IML de Maceió; sepultamentos devem ocorrer em 15 dias - Foto: Edilson Omena

A Prefeitura de Maceió iniciou esta semana a construção de 100 gavetas, no Cemitério de São José. Sessenta e nove delas irão contribuir para desafogar o Instituto Médico Legal de Maceió (IML).

Até o mês passado, 150 cadáveres se acumulavam no instituto desde 2018, sendo 69 deles encontrados dentro dos limites geográficos do Município de Maceió. A situação foi agravada em meados de abril, quando uma câmara, que acondicionava 50 corpos, apresentou defeito.

A previsão é que a obra seja concluída em um prazo de 45 dias. No entanto, em 15 dias, 39 gavetas estarão prontas, quando acontecerá o sepultamento dos primeiros 39 corpos.
A segunda etapa, com mais 30 gavetas levará mais quinze dias para ser concluída e finalizar o sepultamento dos 69 corpos restantes, encontrados em Maceió. As demais, 31 gavetas, levarão o mesmo prazo de quinze dias para serem finalizadas e disponibilizadas para os sepultamentos cotidianos.

A gravidade da situação do IML provocou o Ministério Público Estadual (MP/AL), que entrou no caso em busca de solução, e dentre as medidas adotadas houve uma solicitação para que os municípios enterrem os mortos encontrados em cada localidade.

Como resultado das negociações, 30 corpos já foram sepultados em cinco municípios alagoanos: Rio Largo, Maragogi, Pilar, Satuba e Jacuípe.

Segundo o coordenador de serviços funerários da capital, Christiano Lyra, a construção do espaço possibilita um destino digno aos corpos que estão no IML, por não terem sido procurados por familiares.

“Dignidade é palavra que norteia os serviços funerários, atualmente, na Prefeitura de Maceió. Estamos trabalhando para desenvolver um sepultamento mais respeitosos para todos. Sendo assim, é importante a construção dessas novas gavetas, pois ajudará a sanar um problema criado nas gestões passadas e que não buscaram resolver. Estamos enfrentando esse problema e vamos resolvê-lo. Com muita responsabilidade estamos avançando a cada dia para um serviço funerário mais qualificado na cidade”, afirmou Lyra.

Segundo o MP/AL, além dos municípios que já realizaram os sepultamentos, Atalaia, Barra de São Miguel, Capela, Colônia de Leopoldina, Coqueiro Seco, Delmiro Gouveia, Jequiá da Praia, Marechal Deodoro, Novo Lino, São Miguel dos Campos, União dos Palmares, Japaratinga, Jundiá e Porto Calvo, também se comprometeram a realizar o enterro dos corpos encontrados dentro dos seus limites geográficos.

120 corpos ainda se acumulam no IML de Maceió

Atualmente, o IML de Maceió possui duas câmaras frias para recebimento e armazenamento de cadáveres, sendo uma com capacidade para 72 cadáveres e outra para 16 corpos em estado de putrefação. Devido ao aumento de corpos não reclamados e a falta de espaço em cemitérios da capital, os cadáveres ficaram acumulados.

Em busca de alternativas para resolver o problema, a direção do IML solicitou o apoio do MP/AL, sugerindo que, quando o cadáver não for reclamado, seja sepultado no município de origem de seu recolhimento. Atualmente, dos 150 corpos acumulados no instituto, restam 120. Desses, 69 foram encontrados em regiões pertencentes à Maceió.

O IML também criou o departamento de identificação humana, que agiliza a identificação de corpos e realiza buscas pelas famílias.

A Polícia Científica de Alagoas implementou, ainda, o projeto Desaparecidos que coleta material genético de familiares de pessoas que estão desaparecidas para realizar buscas no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG). Outra novidade implementada pelo Estado de Alagoas foi nomear um comitê gestor estadual de política nacional de busca por pessoas desaparecidas.