Cidades
Consumo de carne cresce mesmo com alta de 22% nos últimos 12 meses

Apesar do preço da carne sofrer um aumento de 22% nos últimos 12 meses, o seu consumo também cresceu de forma significativa no país e em Alagoas não foi diferente. Comerciantes comemoram as vendas, principalmente em datas comemorativas.
João Lima, proprietário de um açougue na Jatiúca, em Maceió, disse que desde o início da semana já sente o crescimento nas vendas, que provavelmente se intensificará nos próximos dias. “Em datas comemorativas há um aumento natural no consumo de carne. A percepção que eu tenho é que, independentemente do aumento geral dos preços, as pessoas continuam consumindo carne. Às vezes trocam um corte mais caro por outro mais barato, mas continuam consumindo bem”, observou.
Ele frisou que quando comparado janeiro deste ano com janeiro do ano anterior, o crescimento nas vendas foi considerável. “Porém como janeiro anterior foi o mês da nossa inauguração, era de se esperar um grande crescimento mesmo. Só em janeiro do ano que vem que realmente conseguiremos ter um histórico consistente para poder analisar se houve crescimento ou não. Mas se compararmos o mês anterior com outubro e novembro, percebemos um leve crescimento no consumo”.
De acordo com o economista Francisco Rosário, a carne vermelha faz parte do prato brasileiro, seu consumo é normal e diário no país, e isso é chamado de meio inelástico (inflexível, cuja elasticidade de preço ou de renda é pequena). Ele explicou que o consumo da proteína não cai simplesmente independente do preço, porque mesmo que haja aumento, há também alguns cortes, redução de quantidade, mas não se deixa de consumir a proteína.
“A carne faz parte do prato do brasileiro, este é um dos pontos do consumo, o outro diz respeito à reabertura dos restaurantes após a pandemia, já que em 2020 o comércio foi bem impactado neste ramo. Então com o aumento do consumo de carne independente do valor se deve a estes fatores”, ressaltou Francisco Rosário.
“As famílias podem não estar consumindo tanto a carne, mas os serviços de alimentação fora de casa voltaram a funcionar a todo vapor. Outra coisa, é que muitos desempregados abriram o seu próprio negócio, um pequeno restaurante, por exemplo, estão trabalhando com quentinha por meio de delivery fazendo entregas, e a carne é um ingrediente essencial para este tipo de serviço”, avaliou o economista.
EXPORTAÇÃO
O presidente da Associação dos Supermercados de Alagoas (ASA/AL), Raimundo Barreto, lembrou que o aumento da carne vermelha no Brasil também se deve a exportação do produto para outros países e por isso o consumo interno fez encarecer a proteína durante a pandemia, sobretudo em seu pico em 2020.
Na visão dele quem compra filé vai fazer um esforço e vai continuar comprando quem não pode, substitui a carne por outro tipo de proteína mais em conta, mas não deixa de comprar.
“Tem a salsicha, linguiça, mortadela, entre outros, mas as pessoas não deixam de consumir”, frisou. Segundo Raimundo Barreto, a expectativa para o carnaval é que o consumo de carne vermelha deve crescer ainda mais em Alagoas. “Porque mesmo sem ter a festividade o pessoal se reúne com a família e também acaba consumindo carne”, concluiu.
Brasil ainda é um dos principais consumidores de carne do mundo
Com a alta recente da inflação, o preço da grande maioria dos produtos aumentou significativamente. A carne foi um dos itens que tiveram um dos maiores aumentos, só nos últimos 12 meses teve um aumento de 22%.
Porém, mesmo com os preços mais altos, o Brasil ainda é um dos principais consumidores de carne do mundo, em média são consumidos 24,6kg per capita num período de um ano. É o que revela um estudo realizado pela plataforma CupomValido.com.br com a OCDE sobre o consumo de carne nos principais países.
Foram considerados 2 tipos de proteínas: carne bovina e vitelo. Ao considerar todos os países, o Brasil fica somente atrás dos Estados Unidos e Argentina, com 26,1kg/capita e 36,9/capita, respectivamente.
MAIS RIQUEZA, MAIS CARNE
Nos últimos 50 anos o consumo de carne aumentou mais de cinco vezes. E segundo a projeção realizada pelo estudo, a expectativa é que na média o consumo de carne aumente ano após ano, atingindo a marca de 43,7 kg/capita em 2030.
O aumento do consumo de carne está relacionado à melhora no padrão de vida e a urbanização da população - que faz com que haja uma mudança no estilo de dieta, e favorece o aumento do consumo de proteína de origem animal.
O aumento populacional, também é uma razão para o aumento do consumo de carne - em 1960 havia 3 bilhões, e hoje há 7,9 bilhões de pessoas no mundo.
No caso da Argentina, é um dos poucos países que o consumo tem caído significativamente ano após ano. Apesar de ainda ser o país que mais consome carne no mundo, em 1990 o país já chegou a consumir 40% a mais que os valores atuais. A crise econômica que o país tem enfrentado nos últimos anos é um dos fatores pela diminuição do consumo.
Na ponta oposta, a Índia é o país que menos consome carne no mundo - apenas 0,5 kg/capita no ano. Neste caso, a tradição e a religião do país são algumas das explicações pelo baixo consumo de carne. (Com assessoria)
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