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Venda de ações da Braskem trava após divulgação de carta aberta

Bolsa de Valores abriu apuração sobre afundamento de Maceió, mas possível venda não interferiria na condução do caso

Por Texto: Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 05/02/2022 08h48
Venda de ações da Braskem trava após divulgação de carta aberta
Reprodução - Foto: Assessoria
Anunciada no início do ano pela Petrobras e Novonor (antiga Odebrecht), a venda da Braskem “travou” após carta aberta enviada por 20 entidades a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) da Bolsa denunciando a situação enfrentada por cerca de 60 mil moradores dos cinco bairros atingidos pelo afundamento de solo causado pela mineração de sal-gema. A CVM abriu um processo para investigar o caso. Na prática, isso impede que a venda se concretize até que as informações cheguem aos investidores. Um dos cem signatários da carta, o presidente da Associação dos Empreendedores do Pinheiro e região, Alexandre Sampaio classificou a investigação como uma vitória para as vítimas. “Pela primeira vez a sociedade organizada, um conjunto de mais de 20 entidades e 100 signatários, conseguiram uma vitória significativa não só para os cinco bairros, mas para toda a cidade. A CVM abriu um inquérito para investigar a denúncia feita pelos moradores. Como a única linguagem que o mercado entende é o dinheiro, eu acho que agora a coisa ficou mais séria, a Braskem vai precisar sentar para fazer seu dever de casa ao invés de só mentir. Mentir para o MP fingindo que fez um acordo legal, mentir para as autoridades federais, mentir para a bolsa de valores. Agora, vai ser o momento da verdade, se essa investigação for séria, teremos um impacto importante. Nós que assinamos a carta conseguimos uma vitória que foi impedir a venda da Braskem”, argumenta. Em janeiro, a Petrobras informou ao mercado a oferta de 75 milhões de ações da Braskem. A Novonor também protocolou pedido para vender a sua parte. Juntas representam aproximadamente 155 milhões de ações para venda no Brasil e nos EUA, movimentando cerca de R$ 8 bilhões. Para Sampaio, é preciso trazer luz para o debate sobre valores que não vêm sido pagos às vítimas como indenizações por danos morais, que atualmente é paga por imóvel e não por pessoa afetada, além das indenizações dos empresários de forma integral sobre os prejuízos, inclusive. “Qualquer investigação séria vai perceber que a Braskem sonega valores. Só de dano moral a Braskem sonega mais de R$ 5 mi. Aos empresários outros tantos milhões e tudo isso se reverte numa necessidade de parar de fingir que está resolvendo o problema e passe a resolver de fato, que a Braskem sente com as lideranças constituídas dos afetados e refaça o seu acordo a partir de critérios dignamente justos e aí resolvido o problema de Maceió, ela venda. Mas sem resolver, a venda da Braskem é uma fraude para as vítimas e para de fato, que a Braskem sente com as lideranças constituídas dos afetados e refaça o seu acordo a partir de critérios dignamente justos e aí resolvido o problema de Maceió, ela venda. Mas sem resolver, a venda da Braskem é uma fraude para as vítimas e para de fato, que a Braskem sente com as lideranças constituídas dos afetados e refaça o seu acordo a partir de critérios dignamente justos e aí resolvido o problema de Maceió, ela venda. Mas sem resolver, a venda da Braskem é uma fraude para as vítimas e para de fato, que a Braskem sente com as lideranças constituídas dos afetados e refaça o seu acordo a partir de critérios dignamente justos e aí resolvido o problema de Maceió, ela venda. Mas sem resolver, a venda da Braskem é uma fraude para as vítimas e para quem comprar porque vai herdar um rombo de no mínimo R$ 10 bilhões”, destaca. Para vereador, possível transação neste momento seria “irresponsabilidade” O vereador Francisco Sales, criticou a possível venda da Braskem, para ele uma possível transação neste momento seria “irresponsabilidade”. “Será uma grande irresponsabilidade a venda da Braskem nesse momento, em que muitas indenizações ainda não foram pagas de forma justa e a empresa ainda não reconheceu as outras áreas afetadas. Essa responsabilidade pode ser compartilhada com a Justiça, pois o Poder Judiciário de todo o país, inclusive o CNJ, sabe de danos causados a mais de 55 mil famílias atingidas e simplesmente deixar que a empresa seja vendida atrasando e causado ainda mais sofrimento nas pessoas. Infelizmente, a Justiça tem fechado os olhos para essa situação e deixado essas negociações ocorrerem sem que o problema desses milhares de moradores, e também dos impactos causados na cidade, sejam realmente resolvidos”, critica. essa situação e deixado essas negociações ocorrerem sem que o problema desses milhares de moradores, e também dos impactos causados na cidade, sejam realmente resolvidos”, critica. Em nota, a Braskem seguiu o mesmo tom adotado pelo Ministério Público Federal (MPF) e afirmou que numa possível venda, tanto os valores para o programa quanto as obrigações assumidas “serão mantidas”. “As ações realizadas pela Braskem para minimizar os impactos do fenômeno geológico em Maceió constam em acordos firmados com as autoridades públicas competentes, os quais foram homologados judicialmente e têm recursos financeiros garantidos. O Termo de Acordo para Apoio na Desocupação das Áreas de Risco estipula prazo até dezembro de 2022 para que as realocações e compensações financeiras de moradores, comerciantes e empresários que ingressarem no programa em andamento sejam concluídas. Já o Termo de Acordo Socioambiental estabelece que eventual alteração do controle acionário da Braskem não afetará a sua validade e que todas as obrigações pactuadas serão mantidas. A prioridade da Braskem é a segurança das pessoas, propondo e executando as ações necessárias para tanto”, afirmou a empresa.