Cidades

Prazer do cafezinho tem se tornado caro para o maceioense

Pacote de 250 gramas do produto moído nos supermercados da capital tem preço dobrado em período de menos de um ano

Por Texto: Sirley Veloso – Colaboradora com Tribuna Independente 11/12/2021 12h13
Prazer do cafezinho tem se tornado caro para o maceioense
Reprodução - Foto: Assessoria
O prazer em tomar um cafezinho tem se tornado um hábito caro. No início do ano, o preço pago por um pacote de 250 gramas do produto tradicional, nos supermercados de Maceió, era de aproximadamente R$ 4. Hoje, o mesmo pacote de café está custando quase R$ 8. Um reajuste, portanto, de 100%. Mesmo com a variação de marcas, a de menor preço fica em torno de R$ 6,30. Para a dona de casa Maria José de Lima, a saída para fugir da alta do preço do café tem sido a variação de marcas e evitar o desperdício. “Vou trocando de marca para conseguir manter o cafezinho em nossa lista de compras. Não passo sem ele, tenho até dor de cabeça se ficar sem. Também tenho evitado desperdiçar. Faço somente o que vamos tomar. Nada de fazer uma garrafa e depois jogar fora o que não usamos”, revela. O presidente da Associação dos Supermercados do Estado de Alagoas (ASA), Raimundo Barreto, afirma que, além da sazonalidade por conta das variações climáticas, vários outros fatores, a exemplo do aumento das exportações e a elevação do valor do frete, têm influenciado na alta dos preços do café. Com a alta do dólar, o preço do café brasileiro se tornou bastante atrativo para o mercado internacional, aumentando as exportações. Para a economista Luciana Caetano, “essa elevação da demanda externa é grave, pois demonstra a ausência de uma política governamental que assegure o abastecimento do mercado doméstico. Isso não ocorreria se a oferta fosse pulverizada e sem influência do mercado exterior”, declara. Cerca de 70% do café brasileiro é vendido para outros países. Somente no primeiro semestre deste ano, o Brasil exportou 25,2 milhões de sacas do produto. 11,3% a mais que o mesmo período de 2020. CAFETERIAS Jussara Travassos é proprietária de uma franquia de cafeteria em um shopping da capital alagoana. Ela afirma que, apesar da alta do produto, vem conseguindo manter os preços dos cafés menos elaborados, a exemplo do expresso e do expresso com leite. Jussara diz que, além do café, tem outros custos indiretos, a exemplo do açúcar, dos descartáveis, do serviço. “Mesmo assim, estamos conseguindo manter o preço dos cafés mais básicos. Felizmente não deu para sentir queda no movimento, também estamos em um período de festas, quando as pessoas saem mais. Elas reclamam, é natural, tudo tem aumentado. Mas temos conseguido manter nossa clientela”, afirma. Andressa César Bonfim é gerente de um supermercado em Maceió e disse que “aqui no supermercado temos uma Rotisseria e ainda estamos conseguindo manter o preço do cafezinho expresso, pois temos no estoque”. Para Maria José Cabral, cliente assídua de cafeterias, o café é motivo de celebração. “Café serve quando estou triste ou feliz. É motivação para encontrar pessoas que gosto, mas com a alta dos preços tem ficado difícil manter esse prazer. No entanto, a gente dá sempre um jeitinho”, afirma ela.