Cidades

Aprovados no último concurso do Corpo de Bombeiros realizam ato em frente ao Palácio

Grupo solicita ao governo que reconsidere medida e o cancelamento seja feito apenas no término das investigações e elimine apenas os candidatos que se envolveram na fraude

Por Da redação 17/11/2021 11h22
Aprovados no último concurso do Corpo de Bombeiros realizam ato em frente ao Palácio
Reprodução - Foto: Assessoria
Um grupo de aprovados no concurso mais recente do Corpo de Bombeiros realizou um protesto na manhã desta t quarta-feira (17), em frente ao Palácio República dos Palmares, no Centro de Maceió. O certame foi cancelado por determinação da Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag). O grupo solicita ao governo que reconsidere a medida e que o cancelamento seja feito apenas no término das investigações policiais e elimine, apenas, os candidatos que se envolveram na fraude. No ato, eles usaram faixas e cartazes cobrando a revogação do cancelamento das provas  e justiça a quem fez  as provas de forma lícita. Os aprovados querem que as investigações sejam feitas de forma individualizada. Veja o documento feito por uma comissão dos aprovados na íntegra com pontos da reivindicação: A priori, o governador afirmou que esperaria o término das investigações policiais para tomar sua decisão e que essa seria uma decisão judicializada. Os artigos 15.27 e 15.28 do edital individualizam a punição e eliminação do candidato que se utilizou de fraude na realização da prova. No entanto, o secretário, durante a live no instagram da SEPLAG, invocou esses artigos de forma generalizada. Punindo, assim, todos os candidatos dos certames da segurança pública. Um candidato solicitou todas as informações e documentos que embasaram a decisão administrativa de cancelar os concursos da PM, CBM e PC. A SEPLAG respondeu em nota (Anexo 1) uma série de contradições que demonstram como a decisão foi precipitada, precária e sem fundamento. A teoria dos motivos determinantes nos diz que a motivação do ato deve corresponder à realidade, sob pena de nulidade do ato. As contradições são estas: "O Inquérito Policial onde possivelmente consta documentos comprobatórios de fraude, seguem em sigilo decretado pela própria Polícia Civil, motivo pelo qual nem a SEPLAG teve acesso aos mesmos”; "Foi comprovado através de Inquérito Policial, o qual segue em sigilo, que houve irregularidades que maculam a lisura do certame e por impossibilidade de identificar a totalidade dos beneficiados foi recomendada a anulação da fase objetiva do certame". Restam estas dúvidas: ◦ Como investigações e documentos iniciais de um inquérito policial, que é a primeira fase de investigação, pode dar tanta certeza de que aconteceu, de fato, aquilo que o secretário afirma em live? ◦ Por que a pressa em anular os concursos na fase inicial dessa investigação? ◦ Houve fraude no concurso do CBM, haja vista não foi suspenso para investigação? Por que esse concurso foi cancelado de forma generalizada? ◦ No caso da fraude ter ocorrido também no concurso do CBM, a polícia não é capaz de investigar cerca de 190 candidatos? ◦ A CEBRASPE afirmou, em nota, que através, até mesmo de inteligência artificial, conseguiria indicar quem participou da fraude utilizando-se de ponto eletrônico. Por que a SEPLAG afirma não ter como isolar os possíveis fraudadores? ◦ Quem vai arcar com os custos dessa possível reaplicação, já que o CEBRASPE afirmou no próprio processo que não teve culpa de nada? ◦ Quem vai arcar com os prejuízos dos candidatos que já gastaram cerca de 3 a 4 mil reais em exames médicos? ◦ Por que a pressa de refazer o concurso e em datas tão próximas como o do CBM dia 22/01/2022 e PM dia 23/01/2022? ◦ Por que a data de possível realização da segunda prova do CBM desrespeita o sabadismo, direito de quem guarda o sábado por convicção religiosa, garantido na primeira aplicação da prova? Avaliando o cenário de concursos no nordeste, nos quais estão ocorrendo fraudes utilizando-se do mesmo subterfúgio, supostamente, utilizado nos certames em Alagoas, o cancelamento não garante que não haverá fraude na possível aplicação de uma segunda prova. Somos cerca de 190 aprovados para o cargo de soldado e 40 para o de oficial. Nos prestamos a cooperar com a investigação entregando mais de 130 termos (Anexo 2 e 3), para agilizar e colaborar com a investigação, no intuito de que se prossiga o concurso.