Cidades

Defesa Civil paralisa as atividades de preenchimento de minas da Braskem

Coordenador afirmou que não há necessidade de a população entrar em pânico

Por Texto: Rívison Batista 05/11/2021 22h28
Defesa Civil paralisa as atividades de preenchimento de minas da Braskem
Reprodução - Foto: Assessoria
Nesta sexta-feira (5), a Defesa Civil de Maceió determinou a interrupção dos trabalhos de perfuração da mineradora Braskem na área das minas que estão sendo preenchidas no bairro do Mutange. A decisão ocorre após a confirmação de um evento sísmico ocorrido durante a manhã desta sexta. Segundo sismógrafos e aparelhos de DGPS, que compõem a rede de monitoramento desses bairros, o evento ocorreu próximo ao prédio do Hospital Psiquiátrico José Lopes, onde a mineradora Braskem realiza o trabalho de preenchimento das cavidades dos poços. “Podemos classificar esse evento como um microssismo, pois a intensidade foi de 1,41 na escala Richter, porém aconteceu a cerca de 180 metros de profundidade, ou seja, foi muito superficial e isso fez a população sentir o abalo", afirmou o coordenador geral da Defesa Civil, Abelardo Nobre, em coletiva de imprensa na noite desta sexta. O coordenador afirmou que o abalo foi causado por uma sonda da Braskem que fazia a tarefa de enchimento de uma das minas com areia. “A sonda estava perfurando para fazer essa atividade de preenchimento no local. Pelos dados, a causadora do tremor foi a atividade dessa sonda. Então tomamos a decisão de suspender todas as atividades da Braskem na área”, disse o coordenador. A Defesa Civil também trabalha com a hipótese de que um tubo que era usado na extração de sal-gema, que estava dentro da cavidade, pode ter se deslocado e provocado o microssismo. “A Braskem vai colher informações adicionais sobre o assunto e só poderá retomar a atividade de preenchimento de minas quando fizer uma análise maior sobre o caso", afirmou. Atualmente, a Braskem possui duas sondas em atividade de preenchimento na área e as duas foram paralisadas por ordem da Defesa Civil. Sem pânico O coordenador Abelardo Nobre fez questão de ressaltar na coletiva de imprensa que não há a necessidade de a população entrar em pânico por causa do tremor de terra. “Não há com o que se preocupar e também não há a necessidade de ampliação do mapa da área de risco. Só para reforçar, não existe atividade de mineração alguma no local. Porém, há cerca de mil funcionários da Braskem no lugar e nossa missão é salvaguardar vidas”, afirmou. Rachaduras O coordenador da Defesa Civil disse na coletiva de imprensa que as equipes de campo estão fazendo avaliações sobre supostas novas rachaduras em residências. “Os equipamentos apontaram que não houve nada", disse. Porém vídeos de moradores da região dos Flexais e de Bebedouro contradizem essa fala, já que os mesmos mostram supostas rachaduras novas em casas causadas por esse novo tremor. Segundo Abelardo Nobre, há um interesse da Braskem de continuar com o trabalho de preenchimento das minas, mas o funcionamento das sondas dependerá do que a Braskem vai apresentar sobre o assunto nos próximos dias.