Cidades

Juíza Fátima Pirauá palestra em escolas sobre abuso sexual contra crianças

Magistrada apresentou 'semáforo do toque' para meninos e meninas de 9 a 12 anos; ação foi realizada em parceria com o PCJE

Por Dicom TJAL 27/10/2021 09h15
Juíza Fátima Pirauá palestra em escolas sobre abuso sexual contra crianças
Reprodução - Foto: Assessoria
“Não fiquem calados. Isso prejudica a vida de vocês. Vocês têm o direito de serem protegidos”. Foi o que disse a juíza Fátima Pirauá em palestra realizada na manhã desta terça-feira (26), para crianças entre 9 a 12 anos em duas escolas públicas de Maceió, a Escola Estadual Tarcísio de Jesus e a Escola Municipal Nosso Lar. Junto com a equipe do Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), uma estudante de Direito e duas assistentes sociais, a magistrada apresentou às crianças o “Semáforo do Toque”, mostrando de maneira leve e pedagógica partes do corpo que podem ser tocadas, desde que com consentimento, partes que requerem atenção caso sejam tocadas e as que definitivamente não devem ser tocadas. As partes do corpo são sinalizadas pelas cores verde, amarela e vermelha, respectivamente. [caption id="attachment_474158" align="aligncenter" width="800"] Material elaborado pela Coordenadoria da Infância e Juventude (CEIJ), com apoio da Diretoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL).[/caption] “Tudo foi demonstrado de maneira bem pedagógica, bem compreensiva para a idade delas, porque elas não podem ficar sem saber disso. Muitas vezes essas crianças são abusadas por serem vulneráveis, porque não compreendem e podem até naturalizar essas atitudes abusivas. Essas informações são de extrema importância para evitar esse dano terrível”, disse a juíza Fátima Pirauá. Em sua fala às crianças, a magistrada disse ainda que, caso não se sintam confortáveis em relatar o que está acontecendo para alguém de casa, ou se a situação ocorrer dentro do próprio lar, devem recorrer à escola, seja a alguma professora, à diretora, ou algum funcionário nos quais elas confiam. Além da fala de Fátima Pirauá, as crianças puderam ouvir também a estudante de direito Isabelle Mendes, que reforçou aos estudantes a importância de falar para alguém diante de casos de abuso. “O conselho de hoje pra vocês é: falem. Não se calem. Quando a gente se cala, a gente sufoca nossos sonhos até não aguentar. Eu sei que todo mundo aqui tem sonhos”, disse a estudante na palestra da escola Tarcísio de Jesus, onde as crianças revelaram sonhos de tornar digitais influencers, médicos e ser juízes. As falas continuaram com a assistente social Milena Ferro, que também passou a mensagem de que é fundamental que as crianças contem para alguém caso sofram ou presenciem algum caso de assédio. Diante do que foi dito pelas profissionais, as crianças absorveram conhecimento sobre situações que podem não parecer, mas também são assédio, como piadas, algumas falas ou outras situações que podem constranger. “Toda vez que alguém tentar fazer algo deste tipo, é pra chamar alguém de confiança. Às vezes até os pais ou alguém da família pode fazer isso, então você deve alertar pra alguém que você confia”, disse Sara Bezerra, de 11 anos, aluna do quinto ano da Escola Estadual Tarcísio de Jesus. Sara afirmou ainda que, ao crescer, pretende ser juíza. Além dos alunos, os gestores das escolas também reconhecem a importância desse tipo de ação nas escolas, principalmente para estudantes tão novos. Segundo eles, essa é uma forma de desde cedo eles tomarem consciência do quão errado isso é saberem que podem denunciar a alguém caso sofram ou conheçam alguém que sofra alguma forma de abuso. “Com essas palestras, eles começam a criar uma consciência sobre como devem agir nessa situação, a se tornar um cidadão consciente. Isso precisa ser abordado cedo, porque é um tipo de violência que pode ocorrer muito cedo. A escola tem um papel chave nisso, em repassar esses conhecimentos o quanto antes”, concluiu Aline Rocha, professora da Escola Municipal Nosso Lar. Ao fim da palestra, três alunos de cada escola foram premiados com um camisa do PCJE.