Cidades

Carnaval em Alagoas depende de vacina e decretos

Especialistas em infectologia mantêm preocupações com aglomerações e variantes do vírus

Por Carlos Victor Costa 16/10/2021 09h59
Carnaval em Alagoas depende de vacina e decretos
Reprodução - Foto: Assessoria
Com o avanço da vacinação no Brasil, alguns estados e municípios estão tratando da retomada de festas, sobretudo as grandes, que movimentam a economia, a exemplo do Carnaval. Em Alagoas, algumas cidades têm tradição no Carnaval ou no pré-carnaval. Maceió, por exemplo, já está divulgando que apoia a realização das prévias carnavalescas. A Secretaria de Saúde de Maceió informa que a realização tradicional prévia em 2022 depende dos decretos em vigência e da situação da Covid-19 na capital do estado. Com isso, serão adotadas as medidas referentes aos protocolos vigentes e, consequentemente, à situação sanitária do período. O presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Hugo Wanderley (MDB), destaca sobre o assunto que as gestões municipais têm se dedicado para que o imunizante chegue o quanto antes no braço das pessoas, o que tem resultado em números positivos na queda da mortalidade e na queda de infectados. No entanto, ele avalia que ainda é preciso aguardar os próximos meses e os próximos passos para ter uma conclusão segura dessas decisões. “A princípio, os setores estão reabrindo, o setor de eventos reabriu com cautela exigindo o cartão de vacinação e outras condicionantes”, cita o presidente da AMA. AGLOMERAÇÕES PREOCUPAM A reportagem da Tribuna ouviu também infectologistas para saber se a realização do Carnaval precisa ser retomada com segurança, ou se ainda preocupa a realização de grandes festas por causa das aglomerações e disseminação da Covid-19, além do que precisa ser levado em consideração para que o Carnaval volte a ser feito nas cidades. Para o presidente da Sociedade Alagoana de Infectologia e integrante do Grupo Técnico de Enfrentamento ao Covid-19 em Alagoas, Fernando Maia, a situação atual ainda é preocupante e não dá para fazer muita aglomeração. Ele avalia que se a vacinação avançar bem até o ano que vem e o número de casos realmente reduzir, como tudo indica que está reduzindo, pode se pensar nisso. “Neste momento não há como fazer uma previsão exata de como a gente estará no Carnaval. Espero que a gente já esteja bem melhor e que a vacinação ande bem para a gente poder fazer essa liberação com mais tranquilidade. Para haver Carnaval tem que ter vacinação, então é imprescindível que a vacinação avance bem para que a gente possa controlar a circulação do vírus e a pandemia e assim voltar a nossa vida normal”, analisa Maia. VARIANTES De acordo com a médica infectologista Luciana Pacheco, ainda faltam quatro meses para o Carnaval e é muito precoce fazer previsões sobre o momento epidemiológico quando se fala sobre a Covid, porque têm ocorrido muitas surpresas ao longo da pandemia com as variantes do vírus. “Podemos fazer alguma previsão com intervalos de um mês apenas, então é prematuro e inseguro qualquer previsão neste sentido. Considerando a situação atual, as medidas de prevenção, como uso de máscaras, vacinação e testagem frequente da população para terem acesso aos eventos seria o recomendado. Ainda não temos nem metade da população brasileira, incluindo a alagoana, completamente imunizada. Vemos muitas pessoas sem a segunda dose da vacina e ainda outras resistentes à vacinação, então é precoce imaginar grandes eventos seguros”. SEM RESPOSTA A reportagem tentou contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e o Ministério Público Estadual (MP/AL) para saber desses órgãos como estão as tratativas para retorno do Carnaval. E se haverá alguma recomendação por parte do órgão ministerial, a ser seguida pelas cidades e será publicada alguma portaria sobre as festividades, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.