Cidades

Carros antigos levam experiência histórica e cultural ao Centro

Exposição de modelos com mais de 25 anos de fabricação é uma opção de diversão para pequenos e pais neste Dia das Crianças

Por Sirley Veloso – Colaboradora 12/10/2021 13h03
Carros antigos levam experiência histórica e cultural ao Centro
Reprodução - Foto: Assessoria
Karmann-Ghia, Simca Chambord, Landau, Corcel, Brasília são alguns dos modelos de veículos automotores que podem ser apreciados durante a 9ª exposição de carros antigos que acontece no Centro de Maceió, até às 14h desta terça-feira (12). A mostra é organizada pela Aliança Comercial de Maceió e, segundo a presidente da instituição, Andreia Geraldo, tem como objetivo proporcionar uma experiência histórica, cultural e de entretenimento ao público consumidor do Centro. Em sua nona edição, a exposição acontece sempre em agosto quando se comemora o Dia dos Pais. Mas, este ano, segundo Andreia “além da pandemia, as chuvas inviabilizaram a manutenção da data, pois quem tem uma preciosidade, como um carro antigo, não vai expor às variações climáticas. Então resolvemos prestigiar as crianças com a exposição desses brinquedinhos de adultos”. Cerca de vinte carros, na maioria, originais e com mais de 25 anos de fabricação, o que caracteriza um carro antigo, estão expostos na Rua da Alegria, Centro da Cidade. Cícero Pedro é lavador de carros, em um posto de combustível. Ele olhava encantado uma Brasília, e ressaltou que possui um Gol 92. “Meu carro encontra-se em perfeito estado. Viajo direto para casa da minha sogra, em Garanhuns. O que importa mesmo é o cuidado com a manutenção”, afirmou. Para o músico da Orquestra Filarmônica da Universidade Federal de Alagoas, Abel dos Anjos, de 62 anos, O Simca Chambord exposto ativou suas memórias de infância. “Eu era muito pequeno e meu tio possuía um desse na Cidade de Palmeira dos Índios”. O Chambord foi produzido entre 1958 e 1961 pela Simca francesa e desenvolvido a partir do Simac Versailles. Seu estilo semelhante ao Ford americano de 1955/1956 foi o primeiro automóvel de luxo construído no Brasil sob licença. Ao admirar um Corcel, e como músico, Anjos lembrou que o carro foi cantado em prosa e verso por Raul Seixas, com a música Ouro de Tolo. “... Eu devia estar feliz porque consegui comprar um Corcel 73...’’. O carro mais antigo exposto é um Jeep 1954, de fabricação americana. No Brasil, o Jeep foi lançado em 1952 com a fundação da Willys Overland do Brasil, e produzido até o início dos anos de 1980, pela Ford. A ligação entre o nome Jeep e a tração 4x4 é creditada ao piloto de testes da Willys, Irvin Hausmann, que escolheu o nome para o veículo em 1940, durante testes para o governo americano. Fundador do Clube dos Carros e diretor da Aliança Comercial, Olinto Ozório mostrava o motor de um Spyder 550 licenciado pela Porsche, no Brasil. O carro é mistificado por fazer parte do histórico acidente que matou o ator norte-americano James Dean, em 30 de setembro de 1955. BRINQUEDO MALDITO O Spyder prata, que o ator chamava de Little Bastard (Pequeno Bastardo), um ano depois do acidente que o vitimou, se envolveu em mais dois acidentes fatais e feriu outras seis pessoas. Depois do acidente, o que sobrou do carro foi vendido para o projetista que personalizou o Pequeno Bastardo para o ator. E a maldição não parou por aí. Enquanto estava sendo arrumado, o carro caiu sobre as pernas de um dos mecânicos e esmagou-as. Após esse acidente o carro foi vendido em partes e outros veículos que receberam suas peças também se envolveram em acidentes deixando outros mortos e feridos. O que restou do Spyder foi emprestado para uma exposição sobre segurança no trânsito, na Califórnia. Na véspera do evento, um incêndio atingiu todos os carros, com exceção do Pequeno Bastardo. Depois disso, ainda há relatos de outros acidentes envolvendo o carro. Por fim em 1960, depois de exibido em Miami, os restos do veículo desapareceram a caminho de Los Angeles.