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Neste Dia das Crianças, especialistas reforçam os benefícios do brincar

Por Evellyn Pimentel 12/10/2021 11h41
Neste Dia das Crianças, especialistas reforçam os benefícios do brincar
Reprodução - Foto: Assessoria
“As brincadeiras possibilitam o desenvolvimento integral tanto da questão social, motora, física, cognitivo, memória, atenção, concentração, a parte social, com os amigos, emocional também, qualquer brincadeira ela vai proporcionar desenvolvimento”. É assim que a psicóloga Aldynne Fernandes define os benefícios das atividades com as crianças longe das telas. As atividades ao ar livre impactam diretamente na melhora do sistema imunológico, aperfeiçoamento cognitivo e até a autoconfiança das crianças. Segundo a Lei Nº 13.257, de 8 de março 2016, conhecida como Marco Legal da Primeira Infância, o brincar e o lazer devem ser áreas prioritárias para a adoção de políticas públicas, pois constituem papel fundamental no desenvolvimento dos pequenos. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) aponta o brincar como um direito. Ainda de acordo com Aldynne Fernandes, diversos fatores da rotina das famílias atualmente contribuem de forma negativa para o estímulo a brincadeiras. “Quando se fala em brincadeira ao ar livre se remete a uma infância saudável, mas infelizmente atualmente vemos a dificuldade em manter, seja pela violência, pela necessidade das pessoas morarem em prédios e isso sobrecarrega o uso dos equipamentos eletrônicos. É através da brincadeira que a criança vai conseguir se desenvolver e ao ar livre é o contato mais próximo com a natureza, traz uma consciência do quanto é importante, o cuidado com o meio ambiente, de cuidar, a questão da autonomia da criança para que ela seja capaz de perceber riscos, autocuidados, resolução de problemas, tudo isso num ambiente ao ar livre vai proporcionar mais experiência que ela possa explorar mais”, explica. Mesmo após a primeira infância, o brincar está associado a diversos benefícios que integram a formação das crianças. Conforme explica a também psicóloga Aparecida Oliveira, os aspectos positivos são extremamente relevantes nesse contexto, pois geram valores importantes com poder de decisão e resiliência. “As principais vantagens das brincadeiras ao ar livre são o fortalecimento do sistema imunológico da criança. Além disso, aguça o imaginário e a criatividade, no poder de escolhas, além de proporcionar um conhecimento maior da natureza incluindo perigos e benefícios onde a criança vai ser capaz de lidar com essas diferenças e se tornar um adulto mais seguro, confiante e resiliente”, pontua. Mais brincadeira e menos telas trazem benefícios a longo prazo A psicóloga Aldynne Fernandes enfatiza que alterar a rotina para incluir mais brincadeiras e menos telas requer muito esforço e comprometimento, mas que os resultados serão percebidos a longo prazo e contribuem de forma significativa para as crianças e adolescentes. “As famílias precisam ter esse controle tanto na questão do tempo quanto do que é utilizado, o que jogam, o que assistem, tudo isso precisa ser muito bem monitorado e, a partir do momento que você tenta controlar esse uso, diminuir, você precisa dar uma opção. E isso dá um pouco de trabalho para ocupar essa criança. É ideal que se tenha o tempo adequado de telas. E se dedique tempo a brincadeira saudável, para levar o filho na rua, numa praça, para que a criança tenha outras vivências. Também tem a questão da escola com essas vivências ao ar livre. É um conjunto de ações que favorecem o desenvolvimento saudável. Não é fácil, mas é preciso”, reforça. Adriana Paixão é mãe de Davi, 12 anos. Ela conta que estabeleceu rotinas com o horário de uso do celular e principalmente com as rotinas de terapia e atividades pedagógicas do filho. “Eu estipulo horário. A noite nós usamos jogos pedagógicos, jogos com bolas, alfabeto ou jogos que eu mesmo monto. Sempre usamos depois do lanche da noite. No caso do Davi quando vejo que é um jogo que ele já sabe eu vou partindo para uma dificuldade maior. Temos muitos jogos, de alfabeto, dominó de figuras, sempre brincadeiras estimulantes. Ele ganhou um patinete de presente de aniversário e aí a gente fica revezando, é muito bom brincar. São esses tipos de brincadeiras, eu tento levar para a parte lúdica. Usar os assuntos da escola de forma lúdica e ele aprende super bem”, detalha. Mãe de Joaquim de 7 anos, Gabriela Palmeira conta que tenta deixar o filho o mínimo possível usando eletrônicos, entretanto a pandemia alterou a torina. “Com a volta às aulas sinto que estamos caminhando para o equilíbrio novamente. Sempre tento fazer com que o tempo em frente às telas seja um tempo em que ele assista a uma boa história, ou ainda exercite a paciência usando/esperando pela programação desejada na TV a cabo, ou que ele use o tempo para assistir tutorial de desenhos, já que ele adora desenhar. Claro que essas são circunstâncias que prezo e tento seguir ao máximo, mas às vezes não consigo. Também consegui dar uma diminuída considerável no uso do celular, iPad, jogos eletrônicos e Playstation nos últimos tempos, e fico muito feliz. Sabemos que embora seja uma relação necessária, a relação com as telas, e o entretenimento vindo delas, tornou-se algo, na atualidade, que influencia negativamente pelo excesso de tudo que a internet apresenta”, ressalta.