Cidades

Motoristas adotam mudança de hábitos para driblar a alta dos combustíveis

Há busca por postos que pratiquem um menor preço até a utilização do carro somente quando não há outra alternativa

Por Sirley Veloso com Tribuna Independente 08/10/2021 08h29
Motoristas adotam mudança de hábitos para driblar a alta dos combustíveis
Reprodução - Foto: Assessoria
Com os constantes aumentos dos preços dos combustíveis, a população tem se reinventado para driblar a situação. Os recursos utilizados vão desde a procura por postos que pratiquem um menor preço até a utilização do carro somente quando não há outra alternativa. No mês passado foram sete reajustes. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo no Estrado de Alagoas, James Thorp Neto, “o sindicato não acompanha os preços praticados pelos postos e a decisão final do preço das bombas cabe a cada revendedor, com base em suas estruturas de custo. O sindicato não tem como precisar se os reajustes serão ou não repassados ou os motivos atrelados”. Ele disse ainda que “o mercado é livre em todas as etapas da cadeia: produção, distribuição e revenda, cabendo a cada um desses agentes determinar os reajustes com base em seus custos. Como o preço é uma decisão individual, o sindicato não interfere em questões relacionadas a reajustes”. Para a advogada Gyselle Santos, proprietária de automóvel, “fica difícil acompanhar esses reajustes. Eu tenho procurado abastecer onde o combustível está com preço mais acessível, mas, tem sido cada vez mais difícil encontrar alternativas”. Adauto Viana, que trabalha com distribuição de alimentos, afirmou que como utiliza constantemente o carro para trabalhar, fica impossível driblar a situação, pois depende do uso do veículo para realizar as suas vendas. “O que tenho feito para amenizar é procurar por postos que estejam no percurso de casa aos locais de trabalho e que estejam com preços mais baixos”. Já para o motorista de aplicativo, Paulo Araújo, trabalhar tem ficado cada vez mais difícil. “adaptei o meu carro para usar gás, mas mesmo assim, não estou vendo muita diferença.  O preço do gás também subiu muito. Nem sei se essa adequação ao gás vale mais a pena”. Ele relatou ainda que muitos amigos não conseguiram acompanhar os crescentes aumentos dos combustíveis e largaram o serviço de motoristas de aplicativos. “não está dando para segurar, não sei onde isso vai parar”, acrescentou Paulo. A economista Luciana Caetano, disse que uma das alternativas à gasolina pode ser o álcool. Mas, que essa substituição só vale a pena se o álcool estiver custando 70% menos que a gasolina. Ela ensina que o cálculo para checar se está valendo a troca deve ser feito dividindo o preço do etanol pelo da gasolina. Se o resultado for inferior a 0,7 a utilização do álcool ainda é vantajosa. Luciana disse ainda, que a disponibilização de alguns aplicativos dos próprios postos de combustíveis ou de parceiros, também têm se tornado uma forma de redução nos preços dos combustíveis, podendo chegar a 10% de diferença no preço do abastecimento. A economista também aconselha o uso mais consciente dos veículos automotores. “Deixar o carro em casa e fazer os pequenos percursos a pé pode gerar uma economia, além de ser saudável para o nosso corpo e contribuir para o meio ambiente”, afirmou. Com os preços altos dos combustíveis, até o fato de um furto de gasolina por um usuário de moto a um posto, ocorrido nessa quarta-feira (6), e publicado pelo site Maceió Ordinário, virou motivo de piadas por parte de alguns seguidores do site, que fizeram a ligação do episódio ao alto custo para abastecer.