Cidades

Chão cede em Bebedouro e moradores associam a afundamento de solo

Cratera se formou há cinco dias em casa na Rua Marquês de Abrantes, região que não está incluída em zona de risco

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 29/09/2021 08h32
Chão cede em Bebedouro e moradores associam a afundamento de solo
Reprodução - Foto: Assessoria
Uma abertura no chão de uma residência na Rua Marquês de Abrantes, em Bebedouro, tem preocupado moradores da região. Há cerca de cinco dias a cratera surgiu e não há até o momento evidências do que pode ter motivado. A região não está incluída em zona de risco devido ao afundamento de solo que atinge cinco bairros de Maceió. De acordo com o líder comunitário Romualdo Oliveira, os proprietários o comunicaram do fato há cerca de cinco dias. O imóvel já tinha registro de rachaduras, mas segundo a liderança não há laudo que ateste a situação real da edificação. Agora com o buraco, a preocupação se intensifica. “Eu estive no local, fizemos vídeos, fotos. Ainda bem que não havia ninguém na casa quando aconteceu. Já estamos enfrentando o problema do ilhamento e agora isso, as casas cada vez mais rachando e não temos resposta nenhuma. A Defesa Civil já veio aqui, mas não emitiu nenhum laudo. Tem pequenos estabelecimentos que estão com dois anos aguardando um laudo e nada, até protocolo eles dizem que perderam. É preciso que os moradores tenham uma resposta sobre o que está provocando, porque tudo isso só nos confirma que é devido ao afundamento de solo causado pela Braskem”, pontua o morador. Ainda segundo ele, cerca de 500 casas na Rua Marquês de Abrantes têm sido afetadas pelos problemas de rachaduras e ilhamento. “É um descaso com a população”, reclama. As reclamações dos moradores do Flexal e Marquês de Abrantes tem sido frequentes desde que a última atualização do mapa de risco e realocação não contemplou a área. Para a comunidade a única opção é retirar os moradores do local. Um projeto ainda em fase de estudos visa a revitalização da região, o que tem sido algo de controvérsias. Segundo o presidente da associação dos moradores de Bebedouro, Augusto Cícero, o ilhamento tem provocado a necessidade de deixar o bairro. “A Braskem apresentou um plano de revitalização para o Flexal de Baixo e de Cima e isso deixou a comunidade muito indignada, gerou um clima muito tenso entre os moradores. O povo quer realocação e indenização justa. Ora, depois de realocar Bebedouro, Mutange, Pinheiro, deixar a comunidade isolada, desassistida, sem serviços públicos, querem revitalizar. Estão indignados e com razão. Queremos expor a situação e reivindicar os direitos da comunidade. Sabemos que, no termo aditivo, não consta realocação pelo isolamento. Queremos que a Braskem e a Força Tarefa venham a ouvir a população. Que eles sejam ouvidos, queremos diálogo. Para que eles vejam de perto o que os moradores estão passando e precisam”, disse Augusto Cícero. Em nota, a Defesa Civil de Maceió informou que não foi contatada pelos moradores e que as análises feitas na região até agora indicam que não há evidências de que o afundamento de solo esteja afetando a área. “A Defesa Civil de Maceió informa que a região de Bebedouro que compreende a Rua Marques de Abrantes está fora do Mapa de Linhas e Ações Prioritárias 04 por não apresentar indícios de subsidência. O órgão recomenda ainda que caso os moradores julguem estar numa situação de risco, basta acionar a Defesa Civil por telefone no número 199”, diz o órgão.