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Inverno indica chuva dentro da faixa normal climatológica

Estação mais fria do ano começa na segunda-feira (21); meteorologista explica que precipitações vão ficar dentro da média no Estado

Por Texto: Ana Paula Omena, com Assessoria com Tribuna Independente 19/06/2021 09h08
Inverno indica chuva dentro da faixa normal climatológica
Reprodução - Foto: Assessoria
No Brasil, o inverno começa nesta segunda-feira (21) e, na maior parte do país, a estação não é rigorosa em decorrência da sua localização em relação à linha do Equador. O frio mais intenso é sentido especialmente na Região Sul, onde pode nevar e as temperaturas ficarem negativas; já em Alagoas, situado no Nordeste, a previsão é que a chuva possa ocorrer, mas dentro da faixa normal climatológica para o período no estado. A previsão climática de precipitação para o trimestre, junho, julho e agosto de 2021 (JJA/2021), indica maior probabilidade dos totais pluviométricos ocorrerem entre valores normais abaixo da faixa normal climatológica que compreende o oeste de Alagoas e Sergipe, e o leste do Rio Grande do Norte, centro-leste da Paraíba, Pernambuco e Bahia. As informações são do Boletim Climático (NEB), divulgado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh/AL). Nas áreas da Região Nordeste, de acordo com o boletim, os próximos três meses são considerados de estiagem e respondem historicamente por menos de 20% da precipitação média anual. Os modelos de previsão climática indicam temperaturas em torno acima da faixa normal climatológica para a Região Nordeste no decorrer do trimestre JJA/2021. O levantamento colocou ainda que a previsão indica maior probabilidade de chuva dentro da faixa normal climatológica em parte das regiões ambientais inseridas na porção leste do Estado de Alagoas. Nas demais áreas, que engloba quase todo o Agreste, Sertão do São Francisco e Sertão, os acumulados de chuva podem se situar entre a categoria normal e abaixo da faixa normal climatológica no decorrer do referido trimestre. Ressaltou-se também a possibilidade de grande variabilidade na distribuição espacial e temporal das chuvas. Ou seja, algumas áreas podem apresentar acumulados de chuva acima da média, enquanto outras devem experimentar valores abaixo da média histórica. O meteorologista, professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luiz Carlos Molion, explica que, de maneira geral para o Nordeste, a chuva no período que corresponde abril a junho, particularmente no litoral, deve ficar acima da média, isso porque, segundo ele, o mês de junho está chovendo muito bem. No entanto, para o próximo mês de julho, deva ficar em torno da média, e talvez em agosto um pouco mais seco. “O restante do período setembro, outubro, novembro e dezembro vai estar em torno da média, talvez um pouquinho acima, mas nada muito significativo. A temperatura do ar realmente vai estar mais baixa, sentindo um friozinho devido às massas de ar provenientes da região polar, no nosso caso, Polo Sul, e elas seguem ao longo da costa. Nesse período de inverno, elas chegam realmente, passam pelo Sul do Brasil, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e vão para o oceano”, explica o professor. FRIO DO OCEANO Luiz Carlos Molion disse que como o vento que sopra é do Oceano de direção Sudeste, a Região Nordeste acaba sentindo o ar frio das frentes frias e por isso Alagoas sente a baixa temperatura. Para ele, no Sul do país, a situação pode ficar um pouco pior, prevendo que terá por lá pelo menos quatro ondas frias, que podem ser significativas, com três delas produzindo geada moderada. “O que me preocupa é a possibilidade de se ter uma geada forte no início de setembro, nos primeiros dias de setembro, porque já seria considerado um mês fora do inverno, então seria uma geada atrasada, retardatária”, salienta Molion. “E é basicamente isso, creio que seja praticamente assim, não tenhamos problema nenhum em termo de chuva ao longo do litoral de Alagoas, e no interior já é época de quase não chover nada, de julho em diante combinando com os demais meses, até dezembro, que são meses mais secos”, finalizou. PERÍODO CHUVOSO A Prefeitura de Maceió informou por meio da assessoria de comunicação que a preparação para o período chuvoso vem sendo realizada desde o início do ano, com limpezas de canal, podas de árvore, colocação de lonas como medida paliativa e orientação nas comunidades sobre os riscos do descarte irregular de lixo. As ações seguem semanalmente envolvendo várias Secretarias, através do programa Previne Maceió. Atualmente, a Defesa Civil de Maceió conta com 14 pluviômetros que fazem o registro de acumulados de chuvas nas regiões. Os dados servem de subsídio para o monitoramento das áreas de risco e, junto com outros fatores analisados por equipes multiprofissionais, servem de base para emissão de alertas e envio de equipes para atendimento da população. Na última terça-feira (15), a Defesa Civil de Maceió registrou volume médio de chuva em 24 horas de 100 milímetros, chegando a 41% do esperado para o mês de junho. O maior volume de chuva foi registrado entre a madrugada e manhã de terça-feira. Em 12 horas os pluviômetros registraram 143 mm no bairro de Chã de Bebedouro (maior acumulado) e 59 mm em Ipioca (menor acumulado). Na região da grota Santa Helena, bairro Chã da Jaqueira, onde um ponto de deslizamento de barreira atingiu uma casa e vitimou fatalmente um bebê de 10 meses, os técnicos da Prefeitura avaliaram o possível represamento de água que levou ao rompimento de um muro na parte alta da encosta, agravando o risco na região que conta com ocupações irregulares.