Cidades

GGAL e entidades da sociedade civil querem pastor enquadrado no crime de racismo

Pastor José Olímpio fez comentários discriminatórios e afirma que ora pela morte do ator Paulo Gustavo internado com Covid-19; Instituições LGBTQIA+ farão um B.O. contra líder religioso

Por Da redação com GGAL 16/04/2021 12h23
GGAL e entidades da sociedade civil querem pastor enquadrado no crime de racismo
Reprodução - Foto: Assessoria
No inicio da próxima semana o Grupo Gay de Alagoas (GGAL) e outras entidades representativas irão protocolizar representação no Ministério Público Estadual (MP/AL) solicitando que seja movida uma ação penal pela prática de racismo em desfavor do pastor José Olimpio. O pastor sugeriu nas redes sociais que ora pela morte do ator e humorista Paulo Gustavo, que está intubado em estado crítico na UTI de um hospital na Zona Sul do Rio de Janeiro. O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que até o Congresso Nacional editar lei específica, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, devem ser enquadradas nos crimes previstos na Lei 7.716/2018. No seu voto o Ministro Gilmar Mendes ressaltou que “que a criminalização da homofobia é necessária em razão dos diversos atos discriminatórios – homicídios, agressões, ameaças – praticados contra homossexuais e que a matéria envolve a proteção constitucional dos direitos fundamentais, das minorias e de liberdades". Para Nildo Correia, as declarações do pastor se configuram claramente entre as condutas homofóbicas abrangidas pela decisão do STF. “É nítido o discurso de ódio do pastor, ao desejar a morte do Paulo Gustavo, esperamos que o Ministério Público e a Justiça alagoana façam cumprir a decisão da Suprema Corte. Homofobia é crime!” finalizou.  Carta de repúdio às agressões proferidas por líder religioso da Assembleia de Deus em Alagoas Instituições LGBTQIA + e outras defensoras de direitos humanos de todo o país,  vem a público manifestar seu repúdio à  agressão motivada por homofobia, escarrada pelo líder religioso da Assembleia de Deus em Alagoas - pastor José Olímpio, no dia de ontem, quinta-feira, 15/04 , na página oficial do Instagram do pastor. O ato criminoso de violência, praticado por este líder religioso, contra o ator Paulo Gustavo, que se encontra internado em virtude de problemas de saúde causadas pelo COVID-19, problema sério de saúde pública e sanitária mundial, fere severamente não só Paulo, mas todas as vítimas da doença, a comunidade LGBTQIA +, classe artística e a todos os cidadãos que tenham bom senso e sintam empatia por seu próximo. A intolerância e do conservadorismo, observados não apenas em crimes de ódio como este, mas também em discursos e práticas preconceituosas, presentes em diversas instâncias do cotidiano brasileiro atual, causam sérios problemas à ordem pública democrática deste país e entristece-nos saber que este não é um caso isolado, mas apenas um dos tantos casos de crimes motivados por homofobia e LGBTfobia no Brasil, como foi o atentado de ontem, 15 de abril de 2021, a honra de Paulo Gustavo e todos os cidadãos decentes e de caráter libido deste país. É urgente que crimes como estes, motivados por homofobia, sejam enquadrados da tipificação da LGBTfobia , na lei de combate ao racismo, e que punições mais rigorosas sejam tomadas  contra condutas homofóbicas e atos discriminatórios. Fora o tratamento jurídico específico para tais crimes, reconhecendo sua  especificidade, compreendemos ainda que apenas através da educação é que poderemos construir um país mais tolerante à diversidade sexual,  de gênero, religiosa, de pensamento, política, étnica, social e cultural. Por fim, manifestamos nosso apoio e solidariedade ao ator Paulo Gustavo e a todos que se sentiram feridos e magoados com a fala criminosa do pastor, ao mesmo tempo comunicamos oficialmente que medidas judiciais serão tomadas contra o pastor José Olímpio - líder religioso da Assembleia de Deus em Alagoas. Veja abaixo as entidades quem assinam esta carta: Nildo Correia - GGAL, CAERR - Kamila Emanuele , Givanildo Lima - ARTGAY/AL, Aliança Nacional LGBT - Toni Reis, Rede Gay Brasil - Fábio de Jesus, GGM -  Messias Mendonça, INCVF/AL - Rosaly Damião) - INCVF, Movimento dos Povos das Lagoas - Isadora Padilha, Ticiane Simões - Ateliê Ambrosina, CAVIDA - Wilza Rosa, Marcelo Nascimento - Bacharel em Direito, ativista em Direitos Humanos e  Fundador do Movimento LGBTI+ em Alagoas, Associação Cultural Joana Cajuru - Waneska Pimentel