Cidades

Afundamento: 15 bairros podem ter financiamentos de imóveis suspensos, diz documento

Presidente do Sincor fala em mal-entendido

Por Tribuna Hoje 26/03/2021 01h07
Afundamento: 15 bairros podem ter financiamentos de imóveis suspensos, diz documento
Reprodução - Foto: Assessoria
Nessa quinta-feira (25), uma notícia assustou muitos moradores de vários bairros de Maceió, principalmente aqueles que têm interesse em vender ou comprar um imóvel. A instabilidade do solo causada pela mineração da Braskem, que já afeta cerca de 20 mil moradores de quatro bairros de Maceió, estaria sendo usada para justificar as recusas de companhias seguradoras em uma área que abrange mais de 1.000 CEPs (Código de Endereçamento Postal) de Maceió. Foram listados 15 bairros nos quais as seguradoras estariam se recusando a participar dos contratos, a maioria deles fora da área de risco da Braskem (Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto). O documento que veio à tona nessa quinta-feira detalha 1.375 CEPs da capital em regiões que não estariam sendo cobertas pelas seguradoras. A denúncia é de que as companhias estariam se negando a participar dos contratos imobiliários em toda essa área, o que, em última instância, obrigaria a Caixa Econômica Federal a suspender financiamentos. No documento (que circulou em aplicativos de mensagens), ao lado de cada CEP aparece a palavra “declinado” (negado). Além dos bairros Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto – que compõem a área de risco da Braskem – aparecem, no documento, os bairros Canaã, Chã da Jaqueira, Chã de Bebedouro, Farol, Feitosa, Gruta de Lourdes, Jardim Petrópolis (incluindo o Condomínio Aldebaran), Levada, Petrópolis, Pitanguinha e Santo Amaro. Também circula na internet, juntamente com o documento dos CEPs, uma reprodução de e-mail da Caixa Econômica destinada aos responsáveis técnicos por contratos de financiamento, enviando a lista de CEPs “declinados” e explicando que, como as companhias seguradoras não estão emitindo apólice no bairro Pinheiro e áreas adjacentes devido à possibilidade de danos físicos decorrentes de abalo sísmico, a garantia deverá ser negada não só para os imóveis dos bairros que já estão nas áreas de risco, como também para os demais bairros da lista. “Mal-entendido” O presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de Alagoas (Sincor-AL), Edmilson Ribeiro, falou à reportagem da Tribuna e afirmou que o documento dos CEPs deve se tratar de um mal- entendido. “Na chamada área de risco delimitada pela Braskem, que inclui Bebedouro, Mutange e parte do Pinheiro, realmente essa área é quase que inviável uma companhia de seguros realizar algum tipo de seguro, seja empresarial, seja residencial. Mas, as áreas não afetadas, como Farol, Gruta e outras regiões, eu não vejo nenhum problema de nenhuma companhia de seguros aceitar e a Caixa Econômica também realizar o financiamento com o seguro. Porém, quanto ao financiamento, é a Caixa quem decide se vai financiar ou não. Eu acredito que foi um mal-entendido que tem que ser resolvido para que não venha prejudicar nenhum bairro que não foi afetado [pelo afundamento]. Bairros como Gruta e Feitosa estão do outro lado [do problema]. Há pouco tempo, fiz um seguro perto da Praça do Centenário, e está tudo bem por lá”, afirma Edmilson Ribeiro.