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Cai número de mortes por acidentes nas rodovias federais em Alagoas

Segundo a CNT, redução em Alagoas foi de 15% em 2020, quando ocorreram 97 óbitos; índice de vítimas também sofreu queda

Por Texto: Ana Paula Omena com Tribuna Independente 11/02/2021 10h12
Cai número de mortes por acidentes nas rodovias federais em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
De acordo com informações do Painel de Consultas Dinâmicas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o número de mortes nas rodovias federais em Alagoas sofreu queda de 15,46% em 2020 quando comparado com o mesmo período de 2019. Foram 97 óbitos em 2019 contra 82 em 2020. 628 acidentes foram registrados em 2020 nas rodovias federais que cortam Alagoas, sendo 506 com vítimas (mortos ou feridos). Já em 2019, foram contabilizados 629 acidentes, com 528 vítimas. Para o especialista em trânsito Fábio Barbosa, é pouco provável que esta redução possa estar associada à prudência e respeito às leis de trânsito. “Mesmo sem números consolidados, já é possível ver que, desde o momento em que o confinamento passou a ser afrouxado, a realidade das BRs volta a ser dura”, destacou. “Creio que os primeiros meses do isolamento (março, abril, maio de 2020) foram suficientes sim para essa aparente queda significativa dos números de ocorrências com óbitos nas estradas”, reforçou. Conforme informações do levantamento, no período acumulado de 2007 a 2020, foram 20.927 acidentes no estado, sendo 11.189 com vítimas. Ocorreram, em média, 61 acidentes com vítimas a cada 100km de rodovia em 2020. Somente em 2020 foram 82 vidas perdidas. 1.758 no período acumulado de 2007 a 2020. A cada 100 acidentes com vítimas, 16 pessoas morreram em 2020. Na região Nordeste foram registrados 13.856 acidentes com vítimas e 1.730 mortes em 2020. No Brasil, foram 63.447 acidentes com vítimas e 5.287 mortes nas rodovias federais no mesmo período. O tipo mais frequente de acidente com vítimas é a colisão. Foram 271 ocorrências (53,6% do total) em 2020. A rodovia com o maior número de acidentes em 2020 foi a BR-101, onde foram contabilizados um total de 214 acidentes com vítimas. Em relação ao número de mortes, a BR-101 é a rodovia que mais mata. Somente em 2020 foram 28 vidas perdidas nesta rodovia. Ainda de acordo com o Painel de Consultas Dinâmicas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), automóvel foi o tipo de veículo mais envolvido em acidentes com vítimas em 2020 (40,7% do total), seguido das motos (31,6%) e dos caminhões (18,6%). O custo anual estimado dos acidentes ocorridos em rodovias federais em Alagoas chegou a R$ 118,95 milhões em 2020, sendo R$ 61.122.911,63 em acidentes com mortes; Acidentes com vítimas R$ 53.977.719,91 e Acidentes sem vítimas R$ 3.853.761,92. Domingo é o dia em que ocorrem mais colisões Domingo é o dia em que mais ocorrem acidentes em rodovias federais que cortam Alagoas, 24,3% deles com vítimas fatais. Das mortes registradas, 33% ocorrem na faixa etária acima de 45 anos: 39% envolvem moto; 29,3% automóvel; 17,1% caminhão; 2,4% bicicleta; 1,2% ônibus; e 11% demais veículos. Das mortes por acidentes em rodovias federais do estado, 82,9% são de vítimas do sexo masculino LIGUE 191 A Polícia Rodoviária Federal orienta que qualquer cidadão que presencie ou se envolva em um acidente de trânsito nas rodovias federais deve acioná-la por meio do seu número de emergência, 191. Para facilitar o acionamento da equipe e agilizar o atendimento, é importante estar atento a algumas informações, como local do acidente; identificar a rodovia (BR); o quilômetro (KM) aproximado e características das proximidades informando pontos notáveis, que sirvam de referência na região; estado das vítimas se houver; entre outros dados que possam facilitar a chegada das equipes no local. HGE registra 7.224 vítimas de incidentes de trânsito em 2020 O número de atendimentos a vítimas de acidente de trânsito no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, diminuiu em 2020 na comparação com o mesmo período de 2019. Os dados do Setor de Estatística do hospital mostram que a redução foi de 15,84%. A maioria dos atendimentos foi para pessoas que sofreram acidente com motocicletas. [caption id="attachment_338634" align="aligncenter" width="600"] Caiu número de vítimas de acidentes de trânsito atendidas no HGE (Foto: Carla Cleto)[/caption] Foram 7.224 pacientes que deram entrada no HGE vítimas de acidentes envolvendo bicicleta, moto, capotamento, colisão e atropelamento em 2020. Já em 2019, a unidade contabilizou 8.584 pessoas. Este ano, o número até o momento é de 585 atendimentos. Para se ter uma ideia, o último fim de semana que seria lembrado pelas prévias carnavalescas em Maceió, caso não existisse a pandemia da Covid-19, foi marcado no HGE pela elevada notificação de acidentes, os quais poderiam ser evitados com mais hábitos de prevenção e de atenção. Foram 179 acidentes no sábado (6) e domingo (7), sendo 107 casuais, 61 no trânsito de veículos e onze durante as atividades profissionais. Entre os acidentes de trânsito, 26 procedências foram de colisões, 19 envolvendo motociclistas, sete capotamentos, cinco eventos com bicicletas e quatro pedestres foram atropelados. Para o cirurgião-geral Álvaro Bulhões ainda falta muita consciência nas pessoas quanto à prevenção de acidentes e ao respeito à legislação de trânsito. “O uso de celular durante a condução, o consumo de bebidas alcoólicas antes de dirigir, a desatenção nas vias, a não utilização de equipamentos de proteção, a velocidade acima da permitida e outros desrespeitos às normas do trânsito são posturas evitáveis que resultam no aumento de internamentos nos prontos socorros”, pontuou o cirurgião. De acordo com o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), as três principais motivações dos acidentes de trânsito estão relacionadas e podem ser agrupadas em “Fator Humano, Fator Veículo e Fator Via”. Segundo a entidade, 90% dos acidentes ocorrem por falhas humanas – que podem envolver desde a desatenção dos condutores até o desrespeito à legislação. Os exemplos são claros, excesso de velocidade, uso do celular, falta de equipamentos de segurança como o cinto de segurança ou capacete, o uso de bebidas antes de dirigir ou até mesmo dirigir cansado. “Agir de forma preventiva e responsável, não tomando atitudes arriscadas como as citadas, são decisivas para reduzir acidentes”, alerta o observatório.