Cidades

Sindicato dos comerciários emite nota de repúdio contra informações do Sincomércio

Direção do Secea afirma que informações divulgadas pelo presidente da entidade patronal é caluniosa e mostra detalhes de audiência no MPT

Por Tribuna Hoje 05/02/2021 15h04
Sindicato dos comerciários emite nota de repúdio contra informações do Sincomércio
Reprodução - Foto: Assessoria
A direção do Sindicato dos Empregados no Comércio do Estado de Alagoas (Secea) emite nota de repúdio contra as informações passadas à imprensa pelo Presidente do Sindicato das Empresas do Comércio Varejista de Maceió (Sincomércio), Silvio Arruda. Para os representantes do Secea, foram ditas calúnias e inverdades. “Os impropérios foram veiculados em um informativo da entidade, bem como via portais de notícias, desvirtuando completamente a verdade dos fatos que passamos a recuperar. Em novembro de 2020, data base dos comerciários maceioenses, a diretoria do Secea entregou à direção do Sincomércio as propostas dos trabalhadores para a Convenção Coletiva de Trabalho ano base 2020/2021; entre as principais propostas, o Secea propôs o reajuste do piso salarial da categoria dos atuais R$ 1.060 para R$ 1.150 e um reajuste do auxílio alimentação dos atuais R$ 70,00 (setenta reais) para R$ 150, antes a proposta de reajuste zero, posta a mesa pelo Sincomércio, o Secea protocolou um pedido de mediação junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) em 27 de novembro do ano passado. Foi instaurado o PA-MED 002470.2020.19.000/0-25 pelo órgão ministerial para o acompanhamento do caso’’, diz trecho da nota do Secea. Ainda na nota, a direção explica que a primeira audiência no MPT ocorreu apenas no dia 14 de dezembro de 2020. ‘’A mesa de mediação, o representante do Sincomércio se comprometeu a analisar a proposta a qual transcrevemos literalmente da Ata da audiência:  O Sincomércio propõe o piso salarial em R$ 1.100 reais desde que a data base seja alterada para janeiro de 2021 e R$ 85 reais de vale alimentação. É possível levar a discussão para a base da categoria. O representante dos patrões exigiu ainda a mudança da data base da categoria e a abertura do comércio no 1º de maio. Foi agendada nova audiência para o dia 18 de dezembro de 2020 a fim de que as partes discutissem as novidades junto aos seus associados’’, expõe outro trecho. A entidade sindical diz que no dia 18 de dezembro de 2021, foi apresentado uma proposta pelo Sincomércio na mediação feita pelo MPT. E na ocasião, a entidade patronal teria dito que foi realizada assembleia no dia 16 de dezembro de 2020, ocasião na qual foram listados onze pedidos. ‘’Por conseguinte, disse que de fato os pontos listados não têm grandes alterações em relação à Convenção Coletiva, mas pequenos ajustes, quais sejam alguns: Reajuste do piso salarial no valor de R$ 1.100 reais a partir de janeiro 2021; Reajuste acima do piso, em 4.50%; Reajuste da ajuda alimentação acima de 20%, correspondendo a R$ 85,00 reais" (grifo nosso)’, explica nota. Ainda na audiência, o Secea teria proposto um reajuste de R$ 1.120 para o piso salarial e o valor de R$ 130 para o auxílio alimentação. Proposta, obviamente, recusada pelo Sincomércio.  ‘’No dia 12 de janeiro deste ano, o MPT realizou nova rodada de negociação. Na audiência, a proposta patronal foi de pagar o piso de R$ 1.100 e um abono de R$ 150, parcelado em três vezes, para compensar os meses em atraso desde a data base. Está na Ata da audiência para quem quiser ler. Ou seja, a proposta de data base de R$ 1.125, propagada pelo Sincomércio, não passa uma "fake news" disseminada nas redes sociais e por alguns veículos de mídia. É largamente sabido que o novo salário-mínimo é de R$ 1.100 e que o reajuste concedido pelo governo, sequer cobre o INPC do período, conforme preceitua a Constituição Federal. Se há que se dizer que nunca ante houve a judicialização de um acordo salarial dos comerciários, ou é porque os acordos eram feitos ao arrepio dos trabalhadores ou ficavam acima do mínimo nacional. É certo que, desta vez, nenhuma e nem a outra hipóteses estão presentes nesse novo cenário negocial’’, afirma direção do Secea. Por tudo que foi explicado nos trechos da nota, a nova Diretoria do Secea destaca que se orgulha em se pautar por princípios classistas e de total honestidade. Considera necessário, por isto, destacar que assumiu o Sindicato dos Empregos no Comércio do Estado de Alagoas após ser eleita em eleições diretas com a participação de quase 3 mil comerciários. Eleições que ocorreram após a cassação, pela Justiça do Trabalho, do presidente (há 30 anos) definido, pelo dirigente do Sincomércio, como "alguém que era do ramo, que entendia as especificidades de trabalhar no setor" – como foi divulgado na imprensa.  A entidade lembra ainda que o presidente cassado não possuía vínculo empregatício no comércio há décadas e que deixou o Secea com um rombo de mais de R$ 3 milhões. O Secea finaliza a nota de repúdio enaltecendo o orgulho de ser um sindicato filiado à Central Única dos Trabalhadores de Alagoas (CUT).