Cidades

Quarta edição do Vamos Subir a Serra é realizada com adaptações

Devido à pandemia, evento que fortalece a cultura e tradições afro em Alagoas acontece com limitação de público

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 29/01/2021 07h37
Quarta edição do Vamos Subir a Serra é realizada com adaptações
Reprodução - Foto: Assessoria
A quarta edição do Vamos Subir a Serra começou nesta quinta-feira (28) e segue até o dia 31 de janeiro. O evento é considerado um dos maiores projetos afroculturais do Brasil e reúne apresentações culturais, estandes de gastronomia empreendedorismo e rodas de debates. O evento, previsto para acontecer em novembro, em alusão ao Dia da Consciência Negra, precisou ser adiado devido à pandemia do novo coronavírus. Além da data, o projeto passou por adaptações para atender aos protocolos sanitários. Durante esta edição a limitação de circulação de público é de 300 pessoas. Um dos representantes do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, Benedito Jorge da Silva Filho explica que a organização adotou protocolos sanitários para que o já tradicional evento fosse realizado. “Nós estamos na quarta edição e é lógico essa é uma edição especial porque não conseguimos fazer em novembro, no Dia da Consciência Negra que é natural porque todos os nossos projetos a intenção foi sempre fazer por causa da data. Mas devido a pandemia tivemos que adiar e preparar essa edição especial para agora. Trouxemos para janeiro. Lógico atendendo todas as exigências, todo mundo de máscara, álcool gel e aferição de temperatura. Temos a limitação de circulação máxima de 300 pessoas, estamos coordenando isso. Tivemos que nos adequar a essa nova realidade. Não deixamos de executar nosso projeto”, pontua. Durante os quatro dias de evento, a programação será totalmente gratuita e dividida entre a Praça Multieventos, na Pajuçara, e a Praça Dandara dos Palmares, na Cruz das Almas. Benedito Jorge reforça a importância do projeto: “é o maior projeto afrocultural de Alagoas”. “O projeto Vamos Subir a Serra foi planejado e articulado para agregar toda a cultura afroalagona em um só local, aqui você tem debates, beleza negra, empreendedorismo negro, gastronomia voltada a cultura afro. Ou seja, toda a cultura afro-brasileira, afroalagoana, está nesse local. Isso traz referência, visibilidade para o nosso povo negro. Para ter uma noção 50% dos nossos estandes são voltados para quilombolas, para a cultura quilombola, que não conseguiam, não tinham espaço para vender e apresentar seus produtos. E o local não tem apenas alagoanos, tem turistas também e em termos de representatividade é muito importante”. Oficinas de estética afro são novidades no evento   Segundo a organização do Vamos Subir a Serra, estão previstas atividades “destinadas à valorização da população afro-brasileira, ao pertencimento étnico-racial e combate ao racismo”. “O projeto também incentiva a geração de renda com a Feira do Empreendedor Negro, praça de alimentação e Espaço Beleza Negra, dedicado à estética afro. A novidade nesta edição são as oficinas de estética afro (pertencimento, tranças, turbante, penteado e maquiagem), que serão ofertadas ao público no próprio espaço. Serão beneficiados mais de 50 afro-empreendedores, entre eles representantes de comunidades quilombolas do Estado de Alagoas. Na Praça Dandara serão realizadas palestras, debates e apresentações afro-culturais”, explica a organização. Um dos destaques dessa edição é o Sarau Acotirene que acontecerá nesta sexta-feira (29), com a roda de conversa sobre o tema “Direitos humanos e os caminhos para o antirracismo”; Poéticas Pretas; e a roda literária “Narrativas negras alagoanas” seguida de lançamento de livros. No sábado, acontece o poket show com a atração nacional Nando Cunha, que é ator, humorista, sambista e compositor. Já no domingo, encerrando a programação da Praça Dandara, acontecerá a ação Gira Palmares, que além de apresentações culturais, contará com aulões de dança afro, percussão e capoeira. (Com assessoria)