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Amigos, colegas de trabalho e fãs ressaltam o legado de Ailton Villanova

Alagoas perdeu o jornalista e perito criminal para a Covid-19

Por Wellington Santos com Tribuna Independente 09/01/2021 10h42
Amigos, colegas de trabalho e fãs ressaltam o legado de Ailton Villanova
Reprodução - Foto: Assessoria
Alagoas se despediu na sexta-feira (8) do talento e da versatilidade do jornalista e radialista Ailton Villanova, 79 anos, mais uma das mais de 200 mil vítimas brasileiras do letal coronavírus.  Além dos mais de 60 anos dedicados ao rádio e ao jornalismo -  ele era um dos integrantes do time do Tribuna Independente, veículo impresso pertencente à Cooperativa de Jornalistas e Gráficos de Alagoas (Jorgraf), onde assinava uma coluna diária e um blogue no portal Tribuna Hoje, também da cooperativa - Ailton Villanova também notabilizou-se em outra seara, a de perito criminal, como servidor público do Estado. Com várias comorbidades adquiridas ao longo da vida, entre elas problemas cardíacos e distúrbios das funções renais, foi internado dia 25 de dezembro no Hospital Veredas, e, diante do agravamento do seu quadro de saúde, foi transferido dia 29 para o Hospital do Coração. Após muita luta, Ailton sucumbiu à enfermidade perto do final da noite de quinta-feira. Várias homenagens foram feitas ao jornalista por colegas, admiradores e fãs ao longo do dia, uma delas a do próprio filho, o também jornalista Léo Villanova, que, em um belo e emocionante texto nas suas redes sociais, publicou: “Nesta quinta-feira, 7 de janeiro de 2021, no preciso horário das 20h46, eu deixei de acreditar na lenda dos Highlanders, aqueles que seguem na Terra não importa qual seja o desafio que a morte lance à sua frente. Foi nesse dia e hora que meu pai, Ailton Villanova, se foi. Ele enfrentou cada um desses desafios com coragem incomum. As dezenas de centímetros de cicatrizes no corpo eram as suas testemunhas fiéis, que nunca deixaram ele mentir. Foi pego na traição por um inimigo invisível e covarde, que, quando se revela, já tem forma de doença avassaladora e, por essas bandas, já riu como um palhaço das mais de 200 mil famílias que dilacerou. Nós, os parentes, nem pudemos nos despedir dele. Os muitos amigos que ele prezava tanto, nem vão poder prestar aquela última homenagem, que seria um misto de choro e lembrança divertida de uma das muitas histórias que ele contava todos os dias. Esse é o último requinte de crueldade dessa doença. Agradecemos a todos os amigos e parentes que durante os últimos dias lançaram sobre meu pai e nossa família as melhores energias e orações. Não abandonem essa corrente de generosidade e boa vontade se protegendo e protegendo quem vocês amam de verdade. Ainda temos um longo caminho pela frente até que possamos ver novamente os sorrisos uns dos outros nas ruas das nossas cidades”, escreveu Léo Villanova sobre o pai. Texto impecável e uma voz linda, dizem colegas A Tribuna Independente ouviu o relato de alguns ex-companheiros de rádio e jornalismo de Villanova ao longo de sua carreira e os testemunhos eram quase sempre de emoção e elogios ao jornalista morto. Companheira de um dos primeiros empregos de Ailton Villanova no fim da década de 1950 e início década de 1960, Floracy Cavalcante, considerada a “Dama do Rádio das Alagoas”, ressaltou: “Comecei com Ailton na inauguração da Rádio Gazeta, em 1960, quando eu tinha apenas 15 anos. Fizemos juntos o teste para locução; ele para locutor noticiarista e eu para locutora apresentadora. Passamos os dois no teste, o que foi muito bom para os ouvintes, porque o Ailton tinha uma voz linda”, elogia Floracy. “Mas independentemente disso, ele era um grande companheiro e extremamente talentoso no que fazia”, completa a Dama do Rádio alagoano, hoje aposentada. Outro companheiro de tantas jornadas é o jornalista Esdras Gomes, 77 anos, que lembra quando viu nascer o timaço de profissionais que deram os primeiros passos com ele e Ailton Villanova. “Embora eu fosse funcionário do jornal, a Gazeta de Alagoas, na época, acompanhei quando nasciam no rádio talentos excepcionais, como o próprio Ailton Villanova,  Reinaldo Cavalcante e o Jorge Vilar, entre outros, que também já faleceram”, conta Esdras, que passou por empresas como o Jornal de Alagoas, pertencente aos Diários Associados, do polêmico e excêntrico empresário Assis Chateaubriand. “A voz do Ailton era realmente linda e ele trabalhava com outras feras, como o Reinaldo Cavalcante e o Jesualdo Ribeiro”, completa Esdras. Mas antes mesmo do rádio e mostrando toda sua versatilidade também no impresso, Ailton Villanova teve seu primeiro texto publicado na edição de domingo do Jornal de Alagoas, incentivado pelo professor Lauro Costa, do Lyceu Alagoano, no longínquo ano de 1956, somente com 15 anos. No ano seguinte, ainda na escola, foi contratado como repórter policial da Gazeta de Alagoas e passou a trabalhar na Rádio Difusora. Desde então, passou pelos mais importantes jornais do Estado: Tribuna de Alagoas, Jornal de Alagoas, Diário de Alagoas, Correio de Maceió, Correio de Alagoas, Tribuna Hoje e Tribuna Independente, onde assinava uma coluna de crônicas. Com 20 anos de profissão, em 1976, encabeçou o projeto ousado de inaugurar as transmissões jornalísticas da TV Gazeta. Foi diretor de jornalismo da emissora e apresentador do então chamado “Jornal Nacional Alagoas”, hoje AL-TV segunda edição, que precedia o Jornal Nacional. Quem testemunhou essa época de Villanova também na telinha foi o jornalista e colunista José Elias, em depoimento. “Inauguração da TV Gazeta, sonho do senador Arnon de Mello, Ailton Villanova estava lá, muito jovem. Primeira notícia no jornal da noite era dele, botando a imagem como primeira estrela da telinha puramente de Alagoas. Fez uma carreira brilhante, atuando em todos os segmentos do jornalismo, muitas vezes não reconhecido pelo seu profissionalismo”, disse o colunista. Narrativa transposta à escrita eterniza talento Em outro depoimento, o jornalista e primo-irmão de Ailton, Roberto Villanova escreveu: (...) “Embora surgido no entorno de uma fábrica de tecidos, nem todos no bairro eram operários; uma parte sobrevivia como prestador de serviços de alfaiataria, sapataria, barbearia e mecânica; outra parte era negociantes donos de vendas ou trabalhava no comércio, no centro da cidade. Quando no bairro do Bom Parto alguém necessitava ir ao centro da cidade dizia que “ia para Maceió”, tal a independência do bairro, com feira livre ao sábado, bailes nos dois clubes sociais e a famosas festas natalinas, onde se revelou um locutor com voz de barítono animando a todos, e que também era o goleiro do Renner, o time do Ciço Cabeção. O nome desse goleiro e também locutor era Ailton Carlos de Lima Villanova, filho do “mestre Olivério“. No bairro também residia o jornalista Batista Pinheiro, diretor da Rádio Gazeta, recém inaugurada, e que descobriu naquele locutor de serviços de som das festas natalinas promovidas pela paróquia de Nossa Senhora do Bom Parto, o talento nato à dicção fácil e vozeirão. Nascia, assim, o jornalista Ailton Villanova, que tantas vezes foi tentado a se transferir para centros adiantados e não cedeu, optando por ficar em Alagoas. Mas, não era apenas a voz o dom que a criação lhe premiou, e sim também o dom da narrativa que ele inteligentemente transpunha à escrita. Não, não diga que era uma vez um talento porque talento não morre; diga que era uma vez uma vida, que ficará eternizada na história, porque exalou talento. Siga em paz, meu primo-irmão, porque em breve nos juntaremos novamente”, escreveu Roberto, em seu blog. O editor do jornal Tribuna Independente, Ricardo Castro, lembrou da chegada de Villanova ao veículo. “O Villa havia saído da Gazeta de Alagoas, em 2009, e me procurou, propondo fazer a coluna na Tribuna. Vi logo que seria oportunidade de acrescentar ao jornal uma grande opção de leitura. Disse que topava, que ia combinar com o presidente de então, Antônio Pereira, e que ele se cooperaria. E assim foi”, relata Castro. Já o presidente da Cooperativa dos Jornalistas e Gráficos de Alagoas, Paulo Gabriel, resumiu assim a perda do jornalista. “Hoje está sendo o dia mais triste para os que fazem o jornal Tribuna Independente. Nós perdemos um pai, um irmão, um amigo. Alagoas perdeu um extraordinário radialista, um extraordinário jornalista, um deslumbrante contador de histórias e um esplêndido perito oficial. Suas qualidades como homem de família e como profissional, são muitas e incontestáveis. Sua voz marcante, quando estava diante de um microfone era de uma sonoridade e beleza formidável. Seu texto qualificado e bem humorado, não tinha igual. Esse vazio não será preenchido, nunca, jamais. Nós da Tribuna Independente, ficaremos aqui, sofrendo por essa irreparável perda”, disse Gabriel. Ailton Villanova ingressou na Tribuna Independente em 2009, trazendo sua coluna para nosso jornal diário. Um marco para Cooperativa de Jornalistas e Gráficos de Alagoas, agregando valor ao nosso veículo que recebia, em sua redação, um dos grandes nomes do jornalismo alagoano. Um profissional à frente de seu tempo que atuou em diversas mídias e plataformas. Seja no jornal impresso, no rádio, na TV e como blogueiro na internet. Perdemos um ícone do Jornalismo alagoano. A Jorgraf está de luto, o jornalismo alagoano está de luto. Ailton entra para história da comunicação e será lembrado pelo compromisso com a função social do jornalista, deixando um legado de dedicação e amor pelo que fez. Como perito, participou de casos de repercussão Como perito criminal, Ailton Villanova teve participações em casos que repercutiram no País inteiro e até no mundo, como o crime do empresário e tesoureiro do ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, Paulo César Farias, o “PC”, morto em 1996, em uma intrincada história policial. O outro episódio em que o perito Villanova participou foi o que ficou conhecido como o “Caso Eloá”, em 2008. Neste último, Ailton Villanova foi um dos primeiros a reconhecer o ex-cabo da Polícia Militar Everaldo Pereira dos Santos, pai da garota Eloá, morta após ser mantida refém por mais de 100 horas pelo ex-namorado em Santo André, no ABC paulista, acusado de quatro homicídios em sua ficha corrida. O pai de Eloá apareceu na frente das câmeras de todas as TVs do país e foi identificado ao desmaiar em frente ao prédio onde a filha estava em cárcere privado. E era, segundo a polícia de Alagoas, o ex-cabo da PM Everaldo Pereira dos Santos, acusado de crime de pistolagem no Estado. Santos estava foragido e era acusado pela polícia de Alagoas de participar também do assassinato do delegado Ricardo Lessa, irmão do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), em 1991. O pai de Eloá em São Paulo usava o nome de Aldo José da Silva e foi excluído da PM em 20 de julho de 1993, por deserção. Na época do crime do irmão do ex-governador Ronaldo Lessa, Ailton Vilanova era justamente o chefe da equipe de Polícia Científica alagoana. Ailton Villanova ingressou no serviço público de Alagoas, especificamente na Polícia Civil, no ano de 1980 por meio de concurso público, na função de agente policial. Posteriormente, galgou o posto de perito criminal depois de cursar a prestigiada Academia de Peritos Criminais, sediada em Brasília. A partir daí, tornou-se um defensor para que a Perícia do Estado tivesse autonomia e se tornasse um órgão independente. Foi através dessa luta que, posteriormente, foi criado o Centro de Perícias Forenses de Alagoas, o CPFOR, com mais autonomia. Sindjornal lamenta falecimento de um dos maiores cronistas de Alagoas Rívison Batista Repórter O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) emitiu uma nota de pesar pelo falecimento do jornalista Ailton Villanova. Na nota, o Sindjornal diz que Ailton Villanova – um dos maiores veteranos do jornalismo de Alagoas e referência para muitos no estado – foi um dos grandes cronistas das terras alagoanas. “O profissional Ailton Villanova, infelizmente vitimado pela Covid-19, deixa um rico legado às novas gerações de profissionais de comunicação, numa trajetória também marcada por senso ético exemplar no exercício do jornalismo. Neste momento de dor e perda, nos solidarizamos com a família enlutada e rogamos a Deus que dê conforto e paz a todos os familiares e amigos”, diz a nota. O presidente do sindicato, Izaías Barbosa, falou à reportagem da Tribuna e disse que o falecimento de Ailton Villanova deixa uma grande lacuna no jornalismo de Alagoas. “A gente encara como uma perda enorme para o jornalismo alagoano. Ailton era um profissional que tinha passado por várias plataformas de mídia daqui de Alagoas e era um profissional muito competente naquilo que fazia e muito conhecedor da causa que ele estava passando para o leitor ou para o ouvinte. É uma perda imensa para o jornalismo do estado, e perdemos para a Covid-19, que é um mal que vem atingindo a população de um modo geral”, afirmou. Homenagem O renomado jornalista Ailton Villanova já foi homenageado algumas vezes durante a sua vida profissional. Uma delas foi em 2016 pelo Sindjornal. Naquele ano, Villanova estava completando 60 anos de jornalismo e o sindicato, juntamente com a organização do extinto Prêmio Braskem de Jornalismo, relembraram grandes momentos de Ailton no exercício da profissão, com depoimentos de profissionais da imprensa alagoana e familiares. Villanova, a última entrevista... O ano era 2015, mais precisamente no mês de abril, quando este jornalista entrevistou o renomado e icônico colunista Ailton Villanova, já pertencente ao quadro profissional da Tribuna Independente. Isso para uma reportagem a ser publicada em um outro veículo impresso. O trabalho era para abordar o inesquecível Programa “Ora, Bolas”, da Rádio Gazeta, criado, entre outras cabeças privilegiadas, por Ailton Villanova, em 1963, e que marcou época entre os ouvintes alagoanos das décadas de 60, 70 e parte dos anos 1980. Ailton contou que, um belo dia, na calçada da antiga redação do Jornal Gazeta de Alagoas, na Rua do Comércio, foi dado o start para a criação de um programa que ficaria quase 30 anos no ar. O “Ora, Bolas!” nasceu de um bate-papo entre o radialista Jorge Vilar e o repórter esportivo do Jornal Gazeta Luis Alves de Santa Rosa (irmão do jogador Dida). O time dos primeiros programas tinha no cast nomes como os dois fundadores, Jorge Vilar e Luis Alves, e ainda Ailton Villanova, Edson Mauro, Cavalcanti Barros, Jorge Lamenha “Marreco”, além de Paulo Newton, que trabalhava como redator da rádio e virou, consequentemente, a cabeça pensante do programa, onde criou o famoso personagem “Doutor Bola Preta”. Jorge Vilar tinha o humor na veia, mas entrou para os anais da história do rádio ao inverter, certa vez, o texto de um material publicitário da Rádio Gazeta, ao vivo, sem querer. A gafe foi com a patrocinadora empresa de pneus Zatur. A pérola foi assim dita por Vilar em pleno ar, o que depois gerou uma bronca do diretor da rádio: “Oferecimento, Zatur, que torna velho o seu pneu novo!”. Numa segunda fase do programa, com a ida do locutor Edson Mauro para o Rio de Janeiro para trabalhar na equipe esportiva da Rádio Globo, assumiram o advogado Jalon Cabral, e o operador de som Genaldo Ramalho, o filho de Cavalcanti Barros, o jornalista Cavalcanti Filho, e, posteriormente, o humorista Hélio “Careca” Lessa. O alvo do programa eram histórias de bastidores de jogadores, massagistas e cartolas que mandavam nos clubes. Nesse rol, nos primeiros tempos do Ora Bolas! quem mais sofreram com as piadas engraçadíssimas foram os sisudos coronel Nilo Peixoto e Osvaldo Gomes de Barros, respectivamente, presidente do CSA e do CRB. “Paulo Newton era um baita redator de texto que transformava histórias em piadas, às vezes, até ácidas em cima dos cartolas. Mas transformava-as em humor e as pessoas riam para se acabar. A gente mexia com todo mundo, mas o principal alvo do Paulo era o coronel do Exército Nilo Peixoto, presidente do CSA. O mote eram fatos pitorescos dos bastidores do futebol”, contou o jornalista Ailton Villanova, à época, a este jornalista. “O que apimentava a cisma de Newton com o coronel Nilo era sua simpatia ao Partido Comunista, caso impensável no caso do então coronel”, completou Villa. Em um belo dia por causa de uma das piadas levada ao ar no “Ora, Bolas!”, um dos componentes passou de apanhar em pleno campo de futebol de uma vítima dos gracejos da trupe. “Eu fazia o secretário do Doutor Bola Preta. Era uma risada em cima da outra. O pessoal caía de pau sobre o Jorge Vilar, porque achavam que era ele que fazia o Doutor Bola Preta. Para se ter uma ideia, um dia um massagista do CSA deu uma carreira para pegar o Jorge Vilar com uma faca na mão, em pleno campo do Mutange, por causa de uma piada do programa. Às vezes, era problema”, completou Vilanova. Foi por essa e outras que o coronel Nilo Peixoto detestava o programa. “Imagine você o que significava isso naquela época para uma figura ligada ao Exército”, disse Vilanova. Quando chegou a época mais forte da Ditadura Militar naqueles longínquos anos 1960 – especificamente o ano de 1968 – ao ser instituído o famoso Ato Institucional número 5, o AI5, houve bastante problemas para a trupe que fazia as gracinhas do “Ora, Bolas!”. Para se ter uma ideia do que isso significou, foi escalado um censor da ditadura para tomar conta do que era escrito no programa e, naturalmente, determinar o que sairia e o que seria vetado do programa. A censura prévia era feita com 48 horas de antecedência. Qualquer coisa fora dos eixos que desagradasse ao espião da ditadura, o corte no texto era fatal. “Tínhamos que mostrar o script do programa já na sexta-feira ao sensor”, conta Ailton Vilanova. “Engraçado é que, certa vez, um censor mais curioso queria saber como era feito o programa no estúdio. Jorge Vilar foi o responsável por dar todas as informações ao homem do então regime ditatorial instalado no Brasil nos chamados “anos de chumbo”. “Rapaz, só sei que o Jorge, com aquele jeito gaiato que tinha, passou a conversa no cidadão. Contou causos e mais causos e o cara terminou por ser convencido a não pegar no pé do programa e liberar a maior parte das piadas. Era um negrão que achou tão engraçado os scripts do programa que chegou a dizer que não iria mais vetar nada. ‘Ah! Deixa essa merda rolar solta, vocês são engraçadíssimos’”, conta Vilanova, ao se referir ao tal espião. “O fato é que o cara desistiu de censurar. O único compromisso era o Jorge dar uma ligadinha de vez em quando para o sujeito”, finalizou Ailton Vilanova. Vai em paz, companheiro!!!