Cidades

UNICEF apresenta análise das desigualdades na infância e adolescência

Monitoramento indica que territórios mais vulneráveis apresentaram melhoras

Por Assessoria 16/12/2020 12h43
UNICEF apresenta análise das desigualdades na infância e adolescência
Reprodução - Foto: Assessoria
Entre 2016 e 2019, a cidade de Maceió apresentou uma diminuição significativa das desigualdades relacionadas à infância e à adolescência. Nos sete bairros do VIII Distrito Sanitário que registravam os piores índices de homicídios de adolescentes em 2016, o indicador caiu 62%, de 143,12 para 54,90 mortes por cada grupo de 100 mil habitantes em 2019. Dos quatro distritos sanitários com as mais graves taxas de mortalidade neonatal (nos primeiros 28 dias de vida) de Maceió em 2016, em três houve alguma melhora entre 2016 e 2019. A gravidez na adolescência caiu nas regiões onde era mais grave em 2016, especialmente nos quatro distritos sanitários que tinham os piores indicadores. Os dados fazem parte do monitoramento de indicadores que o Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) realiza nas 10 capitais brasileiras que participaram da Plataforma dos Centros Urbanos 2017-2020: Maceió, Fortaleza, Salvador, Recife, São Luís, Belém, Manaus, Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo. Os dados estão disponíveis em https://www.unicef.org/brazil/relatorios/plataforma-dos-centros-urbanos-2017-2020/maceio-al. “É preciso direcionar as políticas públicas para os territórios mais vulneráveis”, diz Dennis Larsen, chefe do escritório do UNICEF em Recife, responsável também pela atuação do UNICEF em Alagoas. “O envolvimento da Prefeitura de Maceió na Plataforma dos Centros Urbanos é exemplar, e essa parceria certamente tem sido importante para a evolução destes indicadores”, completa. Redução de homicídios de adolescentes A taxa média de homicídios de adolescentes em Maceió passou de 87,38 mortes por 100 mil habitantes em 2016 para 44,18 em 2019. Os avanços se deram tanto nas áreas mais vulneráveis quando entre os grupos mais expostos à violência: meninos e adolescentes negros. A taxa de homicídios de adolescentes homens caiu pela metade entre 2016 e 2019, de 171,66 para 85,06 por 100 mil habitantes. Seguindo a mesma tendência, a taxa de homicídios de adolescentes negros em Maceió passou de 130,25 para 69,70 por 100 mil habitantes no período, uma redução de 46%. Promoção dos direitos da primeira infância Dos quatro distritos sanitários com as mais graves taxas de mortalidade neonatal de Maceió em 2016, em três houve melhora até 2019. No I Distrito Sanitário, a taxa caiu de 10,1 para 6,79 mortes por 1.000 nascidos vivos. No VI Distrito Sanitário, a taxa oscilou de 8,91 para 7,66 por 1.000 nascidos vivos. E no VII Distrito, que reúne cinco bairros, a queda foi de 12,84 para 11,98 por 1.000 nascidos vivos. A exceção é o II Distrito Sanitário, onde a taxa aumentou de 14,69 para 15,32 mortes por 1.000 nascidos vivos. Enfrentamento da exclusão escolar Em 2016, em Maceió, a taxa de abandono escolar no ensino fundamental da rede municipal era de 4,1%, o equivalente a 1.400 estudantes que abandonaram a escola. Essa taxa caiu pela metade em 2019, para 2,1%. Esse percentual indica que 650 estudantes abandonaram a escola nesse ano. Gravidez na adolescência Em média, a taxa de bebês de mães adolescentes na cidade de Maceió também baixou. Passou de 23% para 18,02%. Em números absolutos, mais de 700 meninas deixaram de viver uma maternidade precoce em relação ao que teria acontecido se a taxa de 2016 tivesse se mantido. A redução ocorreu tanto entre meninas de 10 a 14 anos quanto entre adolescentes de 15 a 19 anos. Vale destacar que os indicadores de gravidez na adolescência envolvem um desafio complexo, pois entre meninas de 10 a 14 anos há sempre presunção de violência, merecendo uma atenção específica das políticas públicas. Sobre a Plataforma dos Centros Urbanos Uma iniciativa do UNICEF, em cooperação com governos e parceiros, a Plataforma dos Centros Urbanos busca promover os direitos das crianças e dos adolescentes mais afetados pelas desigualdades existentes dentro de cada cidade. Em sua terceira edição, de 2017 a 2020, a iniciativa aconteceu em dez capitais brasileiras: Belém (PA), Fortaleza (CE), Maceió (AL), Manaus (AM), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES). Sobre o UNICEF O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) trabalha em alguns dos lugares mais difíceis do planeta, para alcançar as crianças mais desfavorecidas do mundo. Em 190 países e territórios, o UNICEF trabalha para cada criança, em todos os lugares, para construir um mundo melhor para todos. Acompanhe nossas ações em www.unicef.org.br e no Facebook, Twitter, Instagram, YouTube e LinkedIn. PREFEITO RECEBE DADOS DA PLATAFORMA DOS CENTROS URBANOS, DO UNICEF, NESTA QUINTA-FEIRA (17/12) Nesta quinta-feira (17/12) em Maceió acontece, a partir das 9h, no Auditório da Prefeitura de Maceió uma reunião de encerramento da Plataforma dos Centros Urbanos (PCU). Às 10h30, o chefe do UNICEF para o Semiárido (Dennis Larsen) entrega o material com os resultados ao Prefeito. A sede da Prefeitura tem uma sala só para a PCU.