Cidades
Pandemia obriga salões de beleza a se adaptarem
Há corte de funcionários, de gastos e formato de atendimento diferenciado
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O segmento de salões de beleza foi um dos severamente afetados pelas medidas preventivas a transmissão do coronavírus. Com o avanço da flexibilização, o setor precisou passar por uma verdadeira "reinvenção" para se adequar a realidade.
Nos salões as mudanças vão desde a marcação por agendamentos, redução de funcionários, diminuição de clientes, intensa higienização além do já comum uso de máscaras e protetores faciais.
Kalina Roberta, proprietária do Studio K localizado no bairro da Serraria avalia que vai demorar para que as atividades retornem ao nível antes da pandemia. Apesar de manter uma boa cartela de clientes, ela afirma que sofreu um forte impacto no faturamento.
"Antes da pandemia tinha uma equipe de nove profissionais, incluindo eu. Durante este período sem atividades, precisei demitir três pessoas. Mas os gastos permaneceram porque apesar de demitir os três funcionários o aluguel permaneceu... foi uma perda considerável no faturamento. E mesmo agora, pesar das medidas de higiene, as pessoas ainda tem medo, está muito lenta a retomada porque as pessoas estão com medo", conta.
[caption id="attachment_389300" align="aligncenter" width="400"] No salão de Kalina, atendimento é feito de acordo com uma programação (Foto: Edilson Omena)[/caption]Kalina elenca as mudanças que implementou no salão. "Eu sempre trabalhei com agendamento, isso não mudou em nada. Mas com uma quantidade maior de clientes. Hoje eu preciso fazer toda uma logística para atender menos pessoas, considerar os período de química, é todo um processo e isso diminui a quantidade de atendimentos diários. Já está reduzido pelas medidas e com esse planejamento reduziu ainda mais"
A empresária afirma ainda que tem se válido de estratégias para tentar melhorar o faturamento. "Eu estou estendendo, chegando mais cedo, e indo até mais tarde para incluir mais pessoas no dia, para fazer o equilíbrio. E mesmo assim, tem dias que não tem rotatividade de sempre. Até os dias de demanda não está mais igual", admite.
Para ela, o "novo normal" vai exigir bastante adaptação e deve durar ainda mais tempo.
"Eu acho que vai demorar. Porque estamos dependendo de uma vacina, onde a gente sabe que provavelmente o governo não vai disponibilizar para.todos, como a H1N1 e.quem não tiver acesso? Outras pessoas vão continuar contaminando outras pessoas. E o que eu estou fazendo para.melhorar? Feito promoções, tranquilizando meus clientes com a distância, a higiene, as medidas de segurança para manter o público", afirma Kalina.
Cliente de Kalina, Ellen Cirilo afirma que se sentiu segura com as medidas adotadas pelo estabelecimento durante o procedimento estético. "Eu gostei, está organizado, estou me sentindo segura. Achei que está bem organizado", afirma a cliente.
Mudanças
Liu Ferreira, proprietário do salão Liu Hair na parte alta de Maceió tem uma visão otimista do cenário. Ele avalia que o período de isolamento acabou mexendo com a autoestima das pessoas e isso contribui para que elas procurem mais o setor. No caso dele, a procura no salão tem sido satisfatória.
"Os clientes tem procurados mais, porque nesses quatro meses de isolamento, essa retomada ao novo normal, os clientes vem com receio, mas salão é lugar que transmite bem estar. Então os clientes acabam se sentindo bem", defende.
[caption id="attachment_389303" align="aligncenter" width="209"] Liu Ferreira é otimista "Pessoas precisam se cuidar" (Foto: Acervo Pessoal)[/caption]Mesmo assim o salão dele tem passado por diversas adaptações para atender os clientes.
"Foi impossível não sentir impacto no faturamento. A queda foi de quase 100% porque estávamos praticamente parados. A gente estava com serviço de ir até a casa do cliente, por isso que não foi 100%. Na verdade a gente teve redução do quadro de funcionário e com essa redução estamos trabalhando com hora marcada e todos os cuidados. Estamos dando intervalo de uma hora para higienizar", afirma.
Liu diz que a maio preocupação dos clientes é a aglomeração. Mas as perspectivas, segundo ele, são de melhora no quadro.
"Tenho três salas de atendimento, mas só tenho atendido no máximo quatro clientes por vez. Com os funcionários já são mais pessoas e queremos evitar ao máximo. Mas eu acredito que as pessoas estão mais cuidadosas, estão tendo mais consciência, de não sair doentes", detalha o empresário.
Também na parte alta de Maceió, o salão de Jéssica Araújo, teve perdas no faturamento. Segundo a empresária a ordem agora é retomar aos poucos. "Não foi tão difícil a adaptação, a gente já usava luvas, a questão da higiene já utilizávamos. A dificuldade é mais com a viseira. Não precisamos demitir ninguém, estamos nos adaptando, mostrando que temos as medidas necessárias. Mesmo assim, a procura não tem sido a mesma, estamos caminhando aos poucos. Ainda tem muitas pessoas desempregadas, outras que não estão saindo. Temos feito promoções para atrair os clientes, está sendo aos poucos", afirma. [caption id="attachment_389304" align="aligncenter" width="400"] Jéssica Araújo avalia que a adaptação deve ocorrer aos poucos (Foto: Edilson Omena)[/caption]A cliente Abigail Rosa afirma que se sentiu mais segura ao identificar as medidas de prevenção.
"Acho que o uso de máscaras, essas medidas são muito importantes, consigo vir tranquila. Com certeza é importante para a nossa segurança e para a delas também. Todo mundo com horário agendado, você chega não tem muita gente, isso faz com que a gente se sinta melhor, consiga voltar para casa com mais segurança", afirma a cliente.
Investir nos meios online é uma das saídas apontadas pelo Sebrae
Ariana Gonçalves, analista de relacionamento empresarial do Serviço Brasileiro de Apoio as Empresas (Sebrae) explica que os empresários devem apostar no meio digital e buscar essa adaptação as medidas de segurança e prevenção.
"Esse é um momento que o empresário precisa se recolocar principalmente no meio digital, o Sebrae disponibiliza uma consultoria gratuita por meio do programa Adapte para que ajudar os empresários. Esse programa da todo o suporte seja MEI seja micro empresa. Além disso, o Sebrae tem vários cursos EAD para fortalecer essas empresas que estão retomando", destaca.
[caption id="attachment_389306" align="aligncenter" width="400"] Analista do Sebrae defende melhor posicionamento digital (Foto: Ascom Sebrae)[/caption]Outro ponto indispensável, segundo Ariana é o empresário se adaptar aos protocolos estabelecidos pelo poder público para essa retomada.
"O Sebrae disponibiliza um checklist agora que os empresários saibam quais os procedimentos que ele deve adotar para uma retomada segura", aponta.
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