Cidades

Festa de Réveillon ainda é incerta em Alagoas

Interrogação em função da pandemia também atinge o Carnaval 2021

Por Tribuna Independente com Lucas França 21/07/2020 20h40
Festa de Réveillon ainda é incerta em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
Com as incertezas que envolvem a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o Réveillon e até mesmo o Carnaval 2021 podem não ocorrer na época. Em alguns estados brasileiros, governadores, prefeitos e entidades já sinalizaram o adiamento ou cancelamento. Mas, em Alagoas,  nem governo e nem a Prefeitura de Maceió tem uma definição concreta ainda. A Prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social (Semscs), que é a responsável pela licença de eventos na capital, apenas informou à reportagem que tem adotado medidas sempre pautadas pelos decretos dos governos Estadual e Municipal, obedecendo as recomendações e protocolos sanitários. Já a Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac), disse que em relação aos festejos de fim de ano, a equipe está aguardando a evolução do quadro pandêmico, porque tais festividades geram aglomeração. Por enquanto, não há nenhuma previsão de retomada das atividades culturais. Aguardando as novas diretrizes do Governo do Estado e Prefeitura nesse sentido. Já em relação ao Carnaval 2021, a Fmac diz que neste caso, será de responsabilidade da próxima gestão - uma vez que estamos no fim da atual. O Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) explicou que o Governo não é realizador destas festividades - Réveillon e Carnaval, então não há um cronograma ou plano sobre a realização destes eventos que compete aos próprios idealizadores dos eventos em parceria com a Prefeitura. "Damos alguns apoios, mas não realizamos os festejos, não dá para sinalizar cancelamentos. O que pode ser feito daqui para frente, a depender do ritmo da pandemia é a flexibilização ou não de decreto governamental - ou seja, um decreto que impossibilite a realização, no momento o decreto em vigor não libera grandes aglomerações'', esclarece. Mesmo sem uma definição relacionadas aos decretos, a reportagem da Tribuna Independente conversou com a organização do maior Réveillon privado do estado, o Celebration. E segundo Sérgio Feitosa, CEO da Celebration, hoje o evento está confirmado, apenas aguardando o modelo de protocolo a ser seguido. "Estamos aguardando esse modelo de protocolo. Como a gente entra na última fase de liberação de protocolo e com isso a construção desse modelo de protocolo, precisamos ainda entender em qual desse modelo seguiremos com o evento. Mas, ele está confirmado, porém deve sofrer um novo formato de evento, que vai ser alterado conforme protocolos''. A reportagem também tentou contato com entidades e associações do setor cultural e do turismo,  áreas que serão afetadas caso os eventos de fato sejam cancelados ou adiados, mas os representantes contactados preferiram não se pronunciarem por enquanto.  O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Alagoas, Thiago Falcão,  disse que o Réveillon e o Carnaval ainda não foram colocados em pauta, porque no momento ainda estão focados no retorno das atividades. OUTROS ESTADOS No  Rio de Janeiro,  os festejos de ano novo não devem ter aglomeração na praia de Copacabana, a maior festa popular do estado pode ser transferida para junho, segundo discussões travadas pelo governo fluminense e anunciadas no último dia 14. Segundo o governador existe uma discussão em pauta e um plano B e C, caso população não esteja vacinada até o fim do ano. Já o prefeito de Salvador, ACM Neto, em uma entrevista para CNN afirmou que irá propor um adiamento conjunto do Carnaval 2021 para São Paulo, Rio de Janeiro e outras grandes cidades que recebem a festa caso a pandemia do novo coronavírus ainda impacte a livre circulação de pessoas nas ruas. Ele sinalizou que uma possibilidade é realizar o Carnaval entre maio e junho do ano que vem para que a festa não seja cancelada por completo. O prefeito de São Paulo, Bruno Covas disse que também começou as discussões para o adiamento das festas. "Carnaval só deve acontecer com a máxima segurança'' afirmam carnavalescos A Liga Carnavalesca de Maceió também não tem definição se haverá as prévias e o carnaval 2021. De acordo com um dos membros, Dinho Lopes, haverá uma reunião virtual nos próximos dias para definir o assunto. Mas, ele adiantou que A visão da Liga Carnavalesca de Maceió é a de que os eventos só retornem com a máxima segurança. "Estamos marcando uma reunião virtual essa semana para discutirmos o assunto com todos os dirigentes de blocos da Liga Carnavalesca de Maceió, porém entendemos que ficamos subordinados a liberação ou não dos eventos por parte da Prefeitura. A visão da Liga Carnavalesca, é a de que os eventos só retornem com a máxima segurança para os foliões ,  desfilante, músicos, organizadores e trabalhadores dos eventos de Carnaval. E isso, só deve ocorrer com a chegada da vacina ou se for declarada pelos especialistas - médicos, cientistas e pesquisadores, o fim dessa pandemia e do seu contágio'', ressalta Lopes. O carnavalesco acrescenta que tudo fora disso é especulação. "Estamos acompanhando o desenrolar nos outros estados, mas não iremos realizar qualquer evento que venha a colocar em risco nossa população. Espero que daqui para lá, a situação já tenha se normalizado e que, caso liberado, a máscara do folião já venha no kit de cada bloco'', finaliza. Para o agente cultural, José Hilton Prego, presidente da Escola de Samba Gaviões da Pajuçara e do Bloco Carnavalesco Boneco da Cidade, o Carnaval deve ser adiado caso não tenha vacina contra o coronavírus. "Fizemos reunião entre membros de algumas escolas de samba e achamos que o ideal caso não tenha vacina é adiar ou até mesmo cancelar os desfiles e o Carnaval como o todo, assim como quaisquer outros eventos que possibilitem aglomeração. Trabalhamos com muita gente, temos um público grande que vai prestigiar o evento, então, minha opinião é que o governo e o prefeito cancelem os eventos para resguardar a todos. Sabemos que os prejuízos para os grupos são imensos, mas o governo está sinalizando ajudas emergenciais para os grupos e vamos dá um jeito. Mas, se vai ter ou não ter só podemos afirmar depois que o Governador e o Prefeito da Capital sinalizar algo'', comenta Hilton. O diretor do bloco Pinto da Madrugada, Hermann Braga, também acredita que não será possível ter o evento, mas diz que por enquanto não há como afirmar. "Acho que a tendência é não acontecer pelo o andar das coisas, em  virtude da pandemia. Grandes aglomerações ainda não será possível no início  de 2021. Mas, de todo modo estamos acompanhando e por enquanto não temos com fazer uma previsão exata. Caso não seja possível fazer nos moldes que fazemos, iremos tentar uma forma de fazer o Pinto da Madrugada por meios remotos ou outros formatos que respeitem os protocolos de saúde''.   Atualizado às 20h25 desta terça-feira, 21