Cidades

Chuva intensifica rachaduras em imóveis

Situação gera preocupação entre os moradores de Bebedouro, que temem agravamento da situação, afirma líder comunitário

Por Tribuna Independente 08/05/2020 08h37
Chuva intensifica rachaduras em imóveis
Reprodução - Foto: Assessoria
O aumento das chuvas tem contribuído para a intensificação do problema das rachaduras no bairro de Bebedouro, é o que explica o líder comunitário do bairro, Augusto Cícero. Segundo ele, as rachaduras que vinham sendo identificadas nos imóveis estão ficando maiores e mais profundas, aumentando também a preocupação dos moradores. “Depois dessas chuvas que vêm acontecendo nesses últimos dias os moradores ficam reclamando das rachaduras, e a situação que já era difícil fica ainda pior, fica todo mundo com medo”. Uma das ruas onde o processo vem se intensificando é a Rua Camaragibe. A reportagem da Tribuna Independente foi acionada diversas vezes por moradores que temem que o agravamento da situação culmine em uma tragédia. Augusto diz que a Defesa Civil de Maceió foi contatada para avaliação no local, mas não há definição, pelo menos por enquanto, sobre o que será feito com os moradores das casas afetadas. “Eles estiveram aqui, mas não foi passado nada, não foi resolvido nada”, diz. Há pouco mais de um ano o processo de rachaduras no bairro de Bebedouro começou a se intensificar. O que até então era apenas um receio, passou a ser realidade da comunidade. Segundo o presidente da associação, o medo agora é um companheiro diário dos moradores. A região citada pela liderança não faz parte da zona de desocupação. Em janeiro deste ano a reportagem esteve na mesma região para denunciar o aumento das rachaduras. Agora, quase quatro meses depois, a indefinição segue. A Defesa Civil de Maceió explicou que os trabalhos da junta técnica - comitê criado para avaliar e incluir imóveis no Programa de Compensação da Braskem -, foram iniciados oficialmente no dia 14 de abril. Em relação aos imóveis da rua Camaragibe, o órgão explicou que segue o fluxo de atendimento mediante demanda. É necessário também que os moradores entrem em contato informando as ocorrências para registro no órgão e posterior verificação. A criação da junta técnica foi definida com a assinatura do acordo entre órgãos de controle e Braskem. O objetivo é identificar se há imóveis que estejam em risco, tendo em vista que o processo está em evolução, e incluir no programa de indenização da petroquímica. “Ao todo, 10 equipes de engenharia e mais duas de atendimento social vão a campo para atendimento da população. Estas equipes iniciaram os trabalhos, atendendo a demanda reprimida existente na Defesa Civil Municipal, entre eles os casos de evolução já constatados pelo órgão municipal e que estão sendo avaliados para serem inseridos no programa de compensação da Braskem”, diz a Defesa Civil de Maceió. Após a solicitação o morador deve receber uma visita preliminar de assistentes sociais e engenheiros, será feita uma análise inicial para classificação de prioridade. Depois o morador receberá um protocolo e será agendada uma visita técnica para coleta de dados e imagens para análise do risco. A partir desta etapa, a junta técnica tem 30 dias para entregar o laudo. “A classificação de risco do imóvel leva em consideração os fatores de engenharia e geologia nos quais estão inseridos este imóvel e está determinado o Protocolo de Atuação da Junta Técnica, apresentado e aprovado pelos órgãos de controle signatários do Termo de Acordo. O parecer final dos imóveis tem prazo de até 30 dias da data da Visita Técnica para ser concluído. O documento vai elencar níveis de 1 a 4 para a situação do imóvel, sendo 4 o nível necessário para realocação do imóvel e, consequentemente, inclusão no Programa de Compensação Financeira da Braskem”, detalha o órgão municipal.