Cidades

CPRM vai ao Bom Parto, mas situação segue sem respostas

Apesar da visita técnica ao local, ainda não há informações sobre o que estaria causando aparecimento de sal em paredes de casas

Por Evellyn Pimente com Tribuna Independente 30/11/2019 09h46
CPRM vai ao Bom Parto, mas situação segue sem respostas
Reprodução - Foto: Assessoria
A avaliação da equipe do Serviço Geológico do Brasil na região afetada por rachaduras no Bom Parto não tem, pelo menos por enquanto, detalhes oficiais divulgados. Apesar de a visita ter sido confirmada pelos órgãos envolvidos, eles divergem quanto à responsabilidade das informações. “A Defesa Civil Municipal apenas acompanhou os trabalhos em campo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Os questionamentos sobre o tipo de trabalho devem ser feito ao órgão federal”, disse a Defesa Civil de Maceió. Também procurada, a CPRM afirmou que as informações são de responsabilidade do órgão municipal. “A equipe esteve em Maceió para participar de algumas reuniões e esteve no local [Bom Parto] para conhecer as casas que estavam apresentando sal. Mas essa questão de relatório e avaliação é com a Defesa Civil”, informou a CPRM. Como adiantou a reportagem da Tribuna Independente durante esta semana, o aparecimento de rachaduras vem se intensificando e agora também com um pó misterioso, semelhante a sal. Enquanto isso, o Ministério Público Federal (MPF) cobrou esclarecimentos da Braskem e das Defesas Civis Municipal e Nacional em relação aos tremores percebidos pela população do bairro do Mutange há cerca de uma semana. ESTUDOS LAGOA A Braskem informou que deve iniciar na próxima segunda-feira (2) estudos para “avaliar o comportamento” da Lagoa Mundaú. O estudo de sondagem deve durar dois meses e foi autorizado pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL). A previsão de conclusão é para o ano que vem. A exemplo do que a CPRM fez no local, a Braskem quer saber qual a influência da instabilidade na lagoa. “O objetivo é ampliar o conhecimento geológico da região e o entendimento do fenômeno que ocorre no Pinheiro, Mutange e Bebedouro. (...) O estudo está licenciado pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) e terá duração de dois meses, sempre de segunda a sábado, durante o dia. O trabalho é silencioso, não provoca resíduos ou ondulação nas margens da lagoa. Eles devem ficar prontos no primeiro trimestre de 2020”, disse a empresa. A avaliação ocorrerá em 30 pontos distintos do leito e cada “furo” da sondagem deve alcançar profundidade de 6 metros abaixo da lama. “Todo o trabalho será conduzido por uma empresa especializada na área de projetos e estudos ambientais e geológicos. O método de sondagem é feito através de pequenos furos no solo do leito da lagoa, que permitirão a identificação da profundidade, a espessura da camada de sedimentos e a caracterização geológica até 6 metros abaixo da camada de lama. Ao todo, serão avaliados 30 pontos da lagoa”, informou. Ainda de acordo com a petroquímica, também na próxima semana serão iniciadas as tratativas com os moradores das áreas de resguardo das minas. Ao todo, 400 imóveis devem ser desocupados. Para as negociações, a Braskem contratou uma empresa especializada, mas não detalha quais imóveis serão desocupados. “O perímetro final da área de resguardo e o planejamento de todas as ações - incluindo a realocação de moradores - estão sendo definidos em conjunto com a Defesa Civil”, afirmou a Braskem. A Defesa Civil Municipal esclareceu que ainda não há data definida para realocação dos moradores das encostas do Mutange e Jardim Alagoas. A desocupação depende, segundo o órgão, de liberação do Governo Federal dos 1.240 imóveis do programa Minha Casa Minha Vida.