Cidades

IMA e Ministério Público fiscalizam CTR que recebe resíduos retirados das praias

Órgãos querem garantir que material tenha destinação ambientalmente adequada

Por Assessorias IMA e MP/AL 24/10/2019 17h22
IMA e Ministério Público fiscalizam CTR que recebe resíduos retirados das praias
Reprodução - Foto: Assessoria
O Instituto do Meio Ambiente (IMA) e o Ministério Público Estadual (MPE) fizeram uma vistoria, nesta quinta-feira (24), na Central de Tratamento de Resíduos (TR) do Pilar, o único lugar com autorização, em Alagoas, para receber o material retirado das praias. Atualmente, já foram recolhidas 726 toneladas de óleo misturado com areia contaminada. A intenção é acompanhar a situação de recebimento e armazenamento do material coletado. “Dentre tantos problemas que esse petróleo tem causado, nós tínhamos a preocupação quanto a destinação”, disse Jorge Dória, coordenador do núcleo de Meio Ambiente do MPE. O procurador afirmou ainda a apreensão “que essa destinação pudesse causar mais dano ao meio ambiente”. Segundo Alfredo Gaspar de Mendonça, procurador-geral de Justiça, “não basta retirar da praia, nós temos que ter tratamento adequado desses resíduos. Sob pena de limpar uma parte do meio ambiente e contaminar de forma muito perigosa outra parte”. A partir do momento em que o material é retirado das praias, as prefeituras depositam em um local específico de transbordo e acionam o IMA. O órgão ambiental, por sua vez, contata a equipe de recolhimento do próprio CTR. O óleo é então recolhido no local, em caminhões caçambas, e levado para a Central. No local o grupo pôde ver a forma como o material está sendo armazenado. Segundo informações da empresa, todo o resíduo é primeiro colocado em uma área impermeabilizada e em seguida é depositada em uma célula de produtos tóxicos classe 1, apta a receber resíduo industrial e perigoso. Segundo Leonardo Vieira, assessor executivo do IMA, “a fiscalização é importante para mostrar à população que os resíduos não estão contaminando outra área. O IMA entende que não basta coletar é preciso dar a destinação ambientalmente adequada”. Leonardo reforçou ainda que a CTR do Pilar é o único lugar licenciado para receber esse tipo de produto. “Nenhum outro local tem autorização para receber o petróleo. Por isso, é importante que as prefeituras e a população saibam que só esta Central de Tratamento de Resíduos pode atuar neste caso”, destacou. E foi Marnes Gomes, engenheiro civil e gerente de operações da Alagoas Ambiental (empresa que administra a CTR), quem deu todas as explicações técnicas sobre como está sendo armazenado todo o óleo que tem chegado. “Tem funcionado da seguinte maneira: o Instituto do Meio Ambiente entra em contato conosco e, aí, nós providenciamos um caminhão para ir até o local, fazer o recolhimento da forma correta, com todos os equipamentos necessários e que representam segurança para os nossos trabalhadores. E esses resíduos são trazidos para cá. Eles ficam, a princípio, numa área externa, também impermeabilizada, para só depois, ser trazido para dentro da célula”, detalhou ele. “E é importante esclarecer que essa nossa célula tem 20.000m³ para confinar o material que foi recolhido e ela dispõe da estrutura necessária para resíduos da classe 1, que são aqueles mais nocivos ao meio ambiente e ao ser humano. Apenas que a população entenda, esse galpão é impermeabilizado com cinco camadas exatamente para evitar qualquer tipo de vazamento”, completou o engenheiro. Os representantes da CTR ainda afirmaram estar em contato com pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas e dos outros Estados para verificar a possibilidade de aproveitamento do material.