Cidades

CPRM deve voltar a Maceió ainda este mês

Previsão do Serviço Geológico do Brasil é de que equipes retornem entre 17 e 20 de setembro para continuar estudos

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 05/09/2019 09h10
CPRM deve voltar a Maceió ainda este mês
Reprodução - Foto: Assessoria
Equipes do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) devem voltar a Maceió ainda este mês. Segundo informações repassadas à reportagem da Tribuna Independente pela assessoria de comunicação do órgão, a previsão é de que os pesquisadores retornem entre os dias 17 e 20 de setembro. O Serviço Geológico estaria na dependência de que o Ministério das Minas e Energia (MME) libere recursos. Procurado, o Ministério não informou quanto seria repassado ou qual a previsão para a disponibilização dos recursos. A continuidade dos estudos nos bairros do Pinheiro, Bebedouro e Mutange estava prevista pelo CPRM desde o início do ano, no entanto, ainda não havia definição de quando seria retomada. Algumas etapas como o monitoramento das águas subterrâneas, acompanhamento da rede sismográfica, confecção da carta geotécnica e análise de interferometria, segundo os técnicos informaram à época, precisariam de continuação. De acordo com o CPRM, a análise interferométrica está em fase de contratação. Desta vez, as imagens adquiridas irão considerar mês a mês. “A análise será mensal, sendo que o primeiro relatório fará a análise  dos dados desde o início do ano”, pontuou o CPRM à Tribuna. A análise interferométrica apresentada no início do ano, que comprovou o movimento de solo na região dos três bairros, considerou o período de abril de 2016 a dezembro de 2018. O método consiste na coleta de imagens de satélite processamento, interpretação e integração dos dados. Ao apresentar o relatório conclusivo, em maio deste ano, o CPRM adiantou que seriam necessários estudos complementares para acompanhar a evolução ou não do problema. Prefeitura já havia solicitado continuidade dos estudos   A Prefeitura de Maceió já havia divulgado, no mês passado, que solicitou o retorno dos pesquisadores do CPRM. Na oportunidade, o prefeito Rui Palmeira esteve em Brasília com representantes do Ministério de Minas e Energia e Agência Nacional de Mineração (ANM). A intenção na avaliação da Prefeitura é determinar se os moradores retirados podem voltar aos imóveis e como está o processo de afundamento. “Solicitamos novos estudos que informem com segurança aos moradores se eles poderão voltar para as suas casas, porque essa é a grande angústia da população e a gente pediu celeridade ao ministro de Minas e Energia, que foi muito firme na reunião. Ele solicitou às agências envolvidas que o estudo seja imediatamente iniciado para que tenhamos as respostas tão solicitadas pela população dos bairros atingidos”, disse o prefeito Rui Palmeira em Brasília. ENTENDA Os estudos do Serviço Geológico do Brasil em Maceió foram iniciados logo após o tremor de terra de 2,4 graus na escala Richter registrado no dia 3 de março de 2018. Os estudos contemplavam apenas a região do Pinheiro com foco nas rachaduras. Após análise técnica preliminar e alguns estudos foram identificadas rachaduras em diversos imóveis e vias do bairro. No mês de dezembro de 2018, a Prefeitura decretou estado de emergência nos bairros do Pinheiro e também no Bebedouro e Mutange, os dois últimos até então não tinham registros públicos de problemas. Em janeiro deste ano, uma espécie de “força-tarefa” foi montada no bairro com a chegada de mais de 50 técnicos que se revezaram até abril em várias etapas de estudos. Também em janeiro, mais de 500 imóveis da chamada “área vermelha” tiveram de ser desocupados e os moradores começaram a receber aluguel social. Em maio deste ano o relatório conclusivo dos estudos apontou a mineração realizada pela Braskem como a causadora do fenômeno de afundamento dos três bairros. A empresa nega que a atividade de extração de sal-gema seja a causadora dos problemas geológicos e realiza sonares nos 35 poços para identificação da situação.