Cidades

Tradicional posto de combustível de Maceió fecha as portas

Para morador da região da Bomba do Gonzaga, nome sempre será referência mesmo o espaço com outro empreendimento

Por Lucas França com Tribuna Independente 30/08/2019 09h07
Tradicional posto de combustível de Maceió fecha as portas
Reprodução - Foto: Assessoria
Um dos postos de combustíveis mais antigos e tradicionais da capital alagoana – a famosa Bomba do Gonzaga – fechou as portas. O local era referência na região do bairro Tabuleiro dos Martins. Agora, a previsão é que o prédio ganhe um novo empreendimento, mas a referência do posto ficará na história e na memória de quem por ali passava. Segundo publicação no site História de Alagoas, a tradicional bomba de combustível começou na década de 40 do século passado, em 1941. A região passou a ganhar importância militar surgindo mais um grande investimento: a pavimentação asfáltica da ‘Estrada do Jacutinga’, que passou a se chamar ‘Estrada Fernandes Lima’. Junto ao pavimento veio o comércio, e um dos primeiros negócios foi à venda de combustíveis para automóveis, nascendo então a Bomba do Gonzaga. A esquina na Durval de Góes Monteiro, a caminho para o histórico bairro de Fernão Velho, trazia consigo uma marca inconfundível. Ganhou tanta expressão que linhas de ônibus, locais e interestaduais, utilizavam a expressão “Via Bomba do Gonzaga”. Moradores da região ao serem perguntados “onde você mora?”, respondiam: “entrando na Bomba do Gonzaga”. Uma referência instintiva e emblemática. Mas, para moradores da região, essa referência irá continuar mesmo o local dando espaço a uma farmácia. “O posto fechou há uns dois meses e já tem gente confusa com a entrada para o bairro. Essa semana uma pessoa chegou até a mim e perguntou onde era a Bomba do Gonzaga, e eu tive que falar é aqui mesmo, é porque o posto fechou”, disse o taxista e morador da região Expedito Vieira. Expedito, que conhece o local há muitos anos, disse que, desde que os antigos donos morreram, o posto estava sendo arrendado para terceiros, e este último decidiu fechar. “O boato era que iria mudar de nome, mas agora sabemos que será uma farmácia”. A reportagem da Tribuna Independente entrou em contato com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Alagoas (Sindicombustíveis/AL) para tentar saber o motivo do fechamento, mas a entidade explicou que o posto infelizmente não era mais associado à entidade e que, por isso, não possuía contato com os atuais proprietários. Informando que também ficou sabendo do fechamento pela imprensa. Apesar de o fechamento ter sido noticiado na imprensa alagoana, o boato é que o posto não fechou de vez. E deve começar a operar em breve nas proximidades do Atacadão, ficando ainda no Bairro do Tabuleiro do Martins. “Isto é apenas boato. O que acontece é que o antigo dono já tem um posto ao lado do Atacadão e esse daqui era alugado. Ele fechou ficando só com o dele”, disse o taxista, lembrando que o posto é referência até fora de Alagoas. HISTÓRIA O proprietário e fundador foi José Gonzaga de Almeida, natural de Coqueiro Seco, que desde jovem trabalhava como balconista em Fernão Velho. Estabeleceu-se como comerciante no Tabuleiro do Martins para vender querosene. Nos anos 40 conseguiu a representação dos combustíveis da Shell e consolidou seu empreendimento, segundo consta no site História de Alagoas. Outros também fecharam nos últimos anos   Além do Posto Bomba do Gonzaga, outros postos de combustíveis, principalmente os localizados na Avenida Durval de Góes Monteiro e Fernandes Lima, fecharam as portas em Maceió nos últimos três anos. Basta passar por estas localidades que não será difícil observar empreendimentos destes fechados. Para o economista Allisson Nascimento, ainda existe um número crescente de postos de combustíveis. O que fecharam foi porque não conseguiram se estabelecer no mercado. “Há um número crescente de postos de combustíveis. E isso ajuda a expandir a oferta frente a uma demanda potencialmente crescente. Vale destacar que o preço final para o consumidor depende de vários fatores, como valor de refino, ICMS [Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] do estado, margem de lucros dos empresários do setor”, explica o economista. Nascimento diz ainda que hoje os grandes ‘cartéis’ que existiam foram se dissolvendo, de modo que é possível perceber diferenças consideráveis de preço entre os estabelecimentos. ‘’Vale destacar que as promoções acabam atraindo muitos clientes. Mas como a demanda é muito grande as perdas são marginais’’, comenta o economista.