Cidades

Memória dos trens é preservada por morador de Maceió

Alagoano já gastou 10 mil reais em hobby, disse que vai investir muito mais e expandir a maquete ferroviária

Por Texto: Lucas França com Tribuna Independente 27/07/2019 10h40
Memória dos trens é preservada por morador de Maceió
Reprodução - Foto: Assessoria
Apaixonado por trens desde criança, o eletrotécnico Gilvan Feitosa dos Santos, 46 anos, é um dos brasileiros que tem em seu dia a dia o hobby do ferreomodelismo que surgiu em meados do século XIX, não se sabe exatamente onde, mas, foi na Alemanha onde começaram o surgimento das primeiras miniaturas de trens industrializadas, época que a ferrovia se tornava o meio de transporte de carga e de pessoas mais utilizado. O alagoano conta que a paixão vem de criança, mas só agora teve a oportunidade de construir sua primeira maquete. Nela segundo ele, já foi investido R$ 10.000. ‘’Desde criança que sou fascinado, mas só agora é que tive a oportunidade de construir a minha maquete para matar a saudade dos tempos das antigas ferrovias. Comecei a construção em setembro de 2018, já vou investido 10 mil reais”, conta Gilvan. Para o eletrotécnico, o hobby com trens de brinquedo não é apenas uma brincadeira, a sensação de acordo com ele, é ir de encontro com o realismo. “Fazer essa maquete, adquirir esses produtos é uma terapia – presto muita atenção nos detalhes, desde matéria prima – porque muitas dessas peças sou eu mesmo que faço, até o posicionamento de cada peça, a pintura, a iluminação e a montagem do cenário de ferrovia para que fique tudo muito perfeito como se fosse de verdade”, ressalta lembrando que utiliza serragem, pó de brita, tintas, isopor, papelão, madeira e compra as locomotivas da Frateschi (Frateschi Trens Elétricos, empresa com sede em Ribeirão Preto, no interior paulista, que completou 50 anos de atuação no mercado e é a única fabricante de trens elétricos em miniaturas e réplicas de composições reais na América Latina). Eletrotécnico pretende montar controle digital Atualmente Gilvan possui três locomotivas e 12 carros de transporte, mas ele não quer parar por ai. “Minha intenção é terminar essa maquete, porque ainda faltam alguns detalhes e expandir. Pretendo aumentar está mesa, colocar o trilho no formato de DCC (DCC significa Digital Command Control, ou Controle com Comando Digital), vou colocar uma placa para controlar e quero programar para cada trem ter sua velocidade  - cada um terá sua autonomia na velocidade”, diz Santos, que herdou essa paixão de seu pai e acrescenta que procura mexer com o hobby de uma a duas vezes por semana”. Assim como na ferrovia real, no ferreomodelismo, o bom assentamento da via permanente é essencial para se conseguir um perfeito funcionamento dos trens. Mercado atraente Mesmo não mais acontecendo o transporte de passageiros pelas ferrovias nos trens, principalmente no Brasil, com exceção dos passeios turísticos. A paixão de algumas pessoas por este hobby se intensificou. Para Lucas Frateschi, diretor da Frateschi Trens Elétricos, o mercado de ferreomodelismo é fiel e dificilmente passa por altos e baixos. ‘’Ao longo de mais de 50 anos de atuação conseguimos marcar presença em todo o território brasileiro e também no exterior. Pessoas das mais variadas idades se interessam por este tipo de lazer, de crianças a adultos. Cremos que existe uma demanda cada dia maior por produtos colecionáveis que oferecem ao hobbista um tipo de diversão diferente e que agrega cultura, historia e passatempo’’. Internet Segundo Lucas, o meio mais fácil para o ferreomodelista adquirir suas miniaturas seria através da loja virtual. “Em nossa loja virtual ou em alguma loja especializada. Há algumas no Nordeste, mas ainda não há nenhuma em Maceió’’. Em todas as regiões do Brasil, muitas pessoas têm se interessado pelos trens elétricos em miniatura, seja por pura diversão, hobby ou mesmo para preservar a memória ferroviária do país. Lucas não precisa o número de colecionadores, mas afirma que a região Nordeste tem mostrado bastante interesse.