Cidades

Pesquisador descarta catástrofe por fenômeno em bairros que está afundando em Maceió

Abel Galindo vê até possibilidade de que as movimentações cessem ao longo dos anos

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 27/07/2019 08h16
Pesquisador descarta catástrofe por fenômeno em bairros que está afundando em Maceió
Reprodução - Foto: Assessoria
Na edição do dia 20 deste mês, a Tribuna Independente trouxe, com exclusividade, a apresentação de novos estudos do pesquisador Abel Galindo que aponta um avanço de  mais de 100 metros da Lagoa Mundaú num trecho do bairro do Mutange. O pesquisador destacou, no entanto, que apesar do contínuo avanço da lagoa e da movimentação do solo, não há possibilidade de catástrofe. Abel Galindo reforça a posição contrária à possibilidade de catástrofe, já afirmada em outras entrevistas. Para ele, não há risco de desabamento das edificações rachadas, tampouco de tragédia. “Está em movimento realmente, mas nada de desabar. Eu já falei isso anteriormente. Existem sim as rachaduras, tem aparecido em outras áreas, mas nada comparado ao Pinheiro. Existem prédios no Jardim Acácia, Divaldo Suruagy, a casa do Rinaldo e do Joellinton, é que precisam de reforço nas fundações, precisam ser escoradas, mas não vão cair, como até agora não caíram”, pontua. Segundo Galindo, há a possibilidade de que o movimento cesse ao longo dos anos, no entanto, ele não diz em quanto tempo isso poderia ocorrer. “Esse deslocamento  em alguns anos vai parar. Cada vez que vai enchendo o volume que vai ficando em cima é menor. Vai chegar num ponto que vai parar. Agora isso só vai acontecer se as camadas foram muito fraturadas e pode precisar de preenchimento. De certa forma, o desabamento dos tetos é bom porque para o movimento das camadas salinas. Segundo meus cálculos, esse processo de desabamento não chega até a superfície. Vai enchendo, vai desabando, e vai chegar a um ponto que vai encher e vai zerar. Eu digo, o Pinheiro não vai afundar”, enfatiza. [caption id="attachment_284679" align="aligncenter" width="640"] "Não há risco de desabamento das edificações, nem tampouco haverá tragédia" (Foto: Edilson Omena)[/caption] Em outra hipótese, Galindo diz que se as camadas de rochas acima da de sal não forem rochas fraturadas, precisará haver o preenchimento dos vazios. “Com meus cálculos, o processo de subir os vazios não chega até em cima. Eu fiz um cálculo que uma mina de 150 metros, com 500 metros acima vai zerar. Se for pelo movimento da rocha salina isso pode levar 40 a 50 anos, mas como há o processo de desabamento, pode levar menos. Se a camada de cima for mais resistente que se imagina e não desabar, vai ter que encher para parar. Para saber isso, precisa fazer um furo bem direitinho, para saber exatamente a situação”, finaliza. Em nota, a Defesa Civil Municipal informou que segue as recomendações do serviço Geológico do Brasil quanto à evacuação das áreas de risco. “A Coordenadoria Municipal Especial de Proteção e Defesa Civil (Compdec) informa que não teve acesso aos estudos mencionados na reportagem, e que assim que recebê-los encaminhará ao Serviço Geológico do Brasil – CRPM, órgão responsável pelos estudos da região que apresenta instabilidade de solo em Maceió. A Defesa Civil destaca ainda que trabalha para atender às recomendações do Mapa de Setorização de Danos e Linhas de Ações Prioritárias, fazendo o monitoramento e trabalhando na realocação da área de criticidade 00 do Setor 02”, disse.