Cidades

Igrejas dão suporte a comunidades atingidas por rachaduras

Caminhada promovida pela Arquidiocese e Igreja Batista percorre bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 10/04/2019 08h41
Igrejas dão suporte a comunidades atingidas por rachaduras
Reprodução - Foto: Assessoria
A comunidade do bairro do Pinheiro tem sido “abraçada” por iniciativas de comunidades religiosas. De acordo com o movimento SOS Pinheiro, denominações como as Igrejas Batista do Pinheiro, Quadrangular, Presbiteriana, Assembleia de Deus, Igreja Católica e Igreja dos Santos dos Últimos Dias têm realizado ações que servem de amparo aos moradores. Algumas ações têm ocorrido em parceria das denominações, a exemplo de caminhadas e reuniões. A próxima atividade a ser realizada, é uma caminhada prevista para segunda-feira (15) nos bairros do Mutange, Bebedouro e Pinheiro com a Arquidiocese de Maceió e Igreja Batista do Pinheiro denominada “Abraço Solidário”. “Estamos vivendo um tempo de guerra de informações provocando no povo incertezas. Oportunistas da ordem política, salvadores da pátria ou os que ficam calados do ponto administrativo. Eles estão se sentindo jogados, num vácuo. Isso é muito triste... Vamos preencher essa incerteza com a certeza de que Deus é por nós, que Ele está conosco e nos ajudará a recobrar o ânimo e a coragem”, comenta o Arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz. Segundo a Arquidiocese, a caminhada percorrerá os bairros de Bebedouro, Mutange e Pinheiro com saída da Igreja do Bom Parto. “A concentração da peregrinação acontece às 5h na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Parto, no bairro de mesmo nome, subindo em direção ao bairro do Pinheiro. Depois a caminhada segue em direção ao Sanatório, depois para o bairro do Bebedouro onde encerra na Praça Lucena Maranhão, em frente à Igreja Matriz de Santo Antônio de Pádua, com a celebração da missa e um café de confraternização”, explica a assessoria. Lideranças religiosas da capital apostam em união de forças   De acordo com o pastor Wellington Santos da Igreja Batista do Pinheiro, a igreja existe no bairro desde 1970 e tem se organizado com outras comunidades religiosas para atuar auxiliando os moradores. “Cerca de 40% a 45% das pessoas que frequentam a nossa comunidade mora no bairro do Pinheiro. A Igreja está no bairro do Pinheiro desde 1970. Nos organizamos junto com outros movimentos de lideranças religiosas e a partir daí foram realizadas tanto ações conjuntas como da própria comunidade. Por exemplo, a igreja abriu as portas para ouvir Defesa Civil, especialistas, SOS Pinheiro, Tribunal de Justiça, todas as entidades que tivessem interessadas e disponíveis para dialogar com as pessoas. Organizamos junto com as lideranças uma caminhada no bairro, num momento de intercessão e unidade religiosa, onde a gente no momento mais crítico, em fevereiro, fizemos um grande ato levando um pouco de paz e esperança. A partir daí desenvolvemos algumas ações, desde abrir as portas para receber as entidades como dar suporte espiritual”, ressalta. [caption id="attachment_292421" align="aligncenter" width="640"] Pastor Wellington Santos (ao centro com a Bíblia) diz que Igreja Batista tem muitas iniciativas voltadas para bairro (Foto: Cortesia)[/caption] O templo da igreja tem sido usado, segundo ele, para as ações do Projeto Posse Legal, do Tribunal de Justiça de alagoas (TJ/AL), para fóruns de discussão de especialistas e órgãos públicos. “Nossa postura tem sido mais de propositura, dialogo, abrindo espaço para cidadania e debate o tempo todo, inclusive para que o contraditório seja colocado. E acredito que esse espaço onde as pessoas puderam falar, ouvir e desabafar, de certa forma foi um grande processo. Essa é uma luta muito grande e de todo o bairro. As rachaduras ainda estão lá, porém nós temos muitas iniciativas todas voltadas para o bairro”, avalia. O Bispo Junior Costa da Igreja dos Santos dos Últimos Dias conta que desde o ano passado a igreja tem se mobilizado auxiliando os moradores com mudanças voluntárias e doação de caixas para mudanças. Por estar localizada na área laranja, a denominação precisou desocupar o templo, mesmo assim ele afirma que as ações continuam. No último domingo, a igreja realizou um jejum coletivo em prol do bairro. “No momento o prédio não está sendo usado porque está na área laranja, apesar de o prédio estar intacto. Nós no domingo passado fizemos um jejum coletivo geral, estamos fazendo arrecadação de caixas em pontos de apoio. Fizemos ano passado quando nós estávamos ainda no prédio. E estamos planejando ajudar membros disponíveis para as mudanças. Na semana passada nos reunimos com a direção das igrejas em Maceió para traçar um plano de como podemos ajudar todo o bairro, no caso de uma tragédia, alimentação, tudo isso, Mas tudo depende do dia 30, do que vai sair, temos algumas ações planejadas, mas depois do dia 30 é que vamos saber o que iremos fazer em relação ao Pinheiro, Bebedouro e Mutange”, destaca. Além da questão social o religioso aponta que a fragilidade emocional das pessoas tem sido um ponto bastante trabalhado. “Estamos muito preocupados com isso também. Temos tentado estar disponíveis para os membros e também para a comunidade de forma espiritual”, diz.