Cidades

Biota registra 739 encalhes entre janeiro e fevereiro

Mais da metade são tartarugas; desde início do monitoramento, Biota já contabiliza 2.972 ocorrências

Por Lucas França com Tribuna Independente 05/04/2019 08h19
Biota registra 739 encalhes entre janeiro e fevereiro
Reprodução - Foto: Assessoria
De acordo com o Instituto Biota de Conservação, entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano já encalharam no litoral alagoano 739 animais marinhos. Do total, mais da metade são de tartarugas, 445. Entre os animais encalhados estão: cinco aves, 11 mamíferos e 278 reprodutivos. Além dos 739 animais, também foram encontrados pelas equipes de monitoramento, quatro objetos incomuns. Existem várias hipóteses para explicar essas tragédias ecológicas, que vitimam muitos animais marinhos. As causas vão desde problemas fisiológicos nos próprios animais, que poderiam prejudicar seu senso de orientação, até interferências provocadas pelo meio ambiente, “em espécies gregárias (que vivem em bandos), como golfinhos, botos, baleias-piloto e outros, até a interferência humana. Para o presidente do instituto, Bruno Steffanis, as principais causas dos encalhes estão relacionadas à ação humana. “Alguns tipos de artes de pesca são fatais para as tartarugas. Acontecem na mesma área de alimentação delas ou próximos”, informa recomendando que quem encontrar um animal marinho encalhado entre em contato com o instituto. “Porque cada caso é um caso. Orientamos conforme for o estado do animal”. MONITORAMENTO O monitoramento começou em maio de 2018. Até abril, os registros eram feitos sob demanda da população e por meio de monitoramento de praia três vezes na semana, só no trecho entre Riacho Doce e Carro Quebrado. De maio de 2018 a fevereiro deste ano, já foram contabilizados 2.972 animais encalhados no litoral alagoano e encontrados 279 objetos incomuns. No último dia 22 de março, uma baleia adulta de aproximadamente 2,5 metros, encalhou no município de Feliz Deserto. O animal foi resgatado com vida por uma equipe do Biota. Ela foi identificada pelo Biota como sendo da espécie Kogia Sima, popularmente chamada de cachalote-anão, que vive em águas profundas e pode ser encontrada nos oceanos Atlântico e Pacífico. De acordo Bruno Steffanis, o animal estava muito agitado e apresentava ferimentos superficiais, como arranhões. Ainda de acordo com o biólogo, não é comum o encalhe de baleias na região. Apesar de ter sido resgatada com vida, à baleia não resistiu e acabou morrendo.